sexta-feira, 3 de abril de 2009

Freixo de Espada à Cinta


Freixo, teve o seu primeiro foral, dado por D. Afonso Henriques. A este 1º foral, juntaram-se mais tarde, duas declarações de D. Sancho II e D. Afonso III, que confirmavam a posse dos mesmos foros. Em 1512, novo Foral de D. Manuel I garante todos os direitos ao local.
Conta a lenda que, durante as escaramuças entre D. Dinis e seu filho D. Afonso, o rei se terá sentado a descansar à sombra do freixo, encostando a espada ao mesmo. Assim teria nascido o nome da bela terra “Freixo de Espada à Cinta”.
Durante algum tempo, pôs-se a hipótese, completamente posta de parte, de aí ter nascido Luís de Camões. Há até uma quadra que reza:


Em Freixo de Espada à cinta
Nasceu Luís de Camões
Sua mãe, D .Jacinta
Negociava em melões.


Ora, nem a mãe de Camões se chamava Jacinta (Ana Vaz era seu nome), nem negociava em melões, nem Camões lá nasceu. Histórias do povo.
Mas, se Camões lá não nasceu, Freixo não deixou de ser berço de grande poeta: Abílio Guerra Junqueiro, autor dos “Simples”, “A Velhice do Padre Eterno” e outros.
Chegámos a Freixo, cerca do meio-dia. Esperava-nos um senhor do turismo local, que simpaticamente, nos levou ao mais importante miradouro da zona: “ Cabeço Durão”. A uma altura de 550 metros, caindo a pique sobre o Douro Internacional, a vista é impressionantemente bela. É o Douro em toda a sua rudeza e majestade. Avista-se uma barragem espanhola, de nome São Ceide, se não fui mal informada.
Voltamos a Freixo para o almoço. Casa antiga, muito bonita no exterior e no interior, bem decorada com peças de mobiliário muito conservadas. Simpática e acolhedora, como a sua proprietária e cozinheira. Estava tudo impecável, desde as mesas, bem postas e bem fornecidas, aos empregados, que podiam dar lições de bem servir aos seus colegas de Lisboa. A “Casa do Conselheiro” teve nota 20.
E acabou a parte boa. Mal o simpático senhor do Turismo, se preparava para nos mostrar a Igreja, a Torre Heptagonal, alguém que ao que parece, mandava no grupo, indelicadamente, pôs fim à visita. Mal houve tempo de fotografar a Igreja por fora, a torre, o Pelourinho e Guerra Junqueiro. Mais meia hora e teríamos, ao menos, visto aquela Igreja por dentro, já que não dava para mais.
Depois, foi a corrida desenfreada até à “maravilhosa” área de serviço de Abrantes, onde paramos meia hora, para o motorista descansar e os necessários xixis. Estava toda a gente gelada, mal disposta, sem os gracejos habituais, sem sorrisos. Mas havia alguém feliz. O “senhor que mandava”, provou a toda a gente, como age, um verdadeiro “Gentleman”. Foi indelicado com quem só queria mostrar-nos um pouquinho da sua linda terra, armou em “Coronel da Gabriela” com os ex-escravos que levou a passear.
Pros mesmos, amigos, pros mesmos. Até um dia destes.

20 comentários:

Carla D'elvas disse...

Querida Maria:


Lindo passeio :)
Com a pressa desse senhor, fiquei por Amarante. A banhos no Tâmega!
Pena as águas do rio estarem impróprias para banhocas :(

Um beijinho e as melhoras da tua gripe.

Maria disse...

Carla:
A coisa que tenho mais pena, é que o gajinho não leia blogs. Tenho esperança que alguém que tenha assistido aos ataques do simpático senhor, lhe diga o que penso dele.
Como não faço tenções de o voltar a encontrar, não lhe posso dizer no focinho. Diga-se de passagem, também não adiantava nada. Nasceu parvo e parvo vai morrer.
Beijinhos para os 4

Laura disse...

Rais partam os gentlmen cá do burgo, armam-se em espertos e vós poderias ter refilado que pagaram para ver e querer ver mais e ele só tinha de demorar mais um tico e iriam todos felizes, rais os parta sim.Há que pô-los no seu lugar quando descambam para a malcriadice...Ora pois...Ao menos viste coisas lindas e papaste bem em ambiente agradável. valeu a pena, e para a próxima avisas a companhia que te leva na excursão que o homi que os leva não presta e temd e saber fazer as pessoas sentirem-se bem...ora bolas..beijinhos querida maria e tem um dia feliz..laura..

Laura disse...

Ehhh, sempre podes escrever para a casa onde compraste o bilhete a dizer para lhe entregarem uma crta e dizes só; PARVO! e mai nada, er abemf eita..beijinhos.

pico minha ilha disse...

A tranquilidade que as imagens nos transmintem.Bonito este passeio, tenho saudades de andar por aqui na ilha entre verdes e azuis, irei (se Deus quiser daqui em diante que o tempo está a ficar melhor).Beijinhos e seja feliz por ai também.

Maria disse...

Laura:
Há sempre um desmancha prazeres, nestas coisas. Não me meto mais em passeios com muita gente. Eu gosto de ver, espiolhar tudo, mesmo o que aos outros não interessa. Eles, gostam de comer e beber, passam pelas coisas sem ver, sentir, sem querer saber nada. Para a próxima, vai ser devagarinho, sem horas, sem programa, como eu gosto.
Hoje fomos almoçar à Ericeira. Conheces? É lindo. Antiga vila de pescadores, ainda guarda muito do antigo. Um dia destes, mostro fotos.
E tu, tens passeado muito?
Já ouviste Chopin?
Beijinhos

Maria disse...

S.
Hoje dei um passeio que gosto muito, apezar de ser muito repetido. Fomos almoçar à Ericeira, passámos por Azenhas do Mar, Praia das Maçãs, Guincho, Cascais. Sempre ao pé do mar, que o meu marido adora e, eu acho lindo, mas temo. As praias já têm algumas pessoas. Está sol, embora não esteja muito calor.
Eu não gosto de areia, nem de barulho. Quando aí estive, passei algumas horas no "Cais do Mourato", deitada na lava, enquanto o meu marido mergulhava.
Beijinho, ânimo e bom fim de semana.

Laura disse...

passeata nem fica muito cara e ir de carro sim, implica gasolinas, portagens e por ai fora, mas a verdade é uma; vamos em paz...

Ericeira, estive lá há coisa de 3 anos, tenho lá os meus paizinhos adoptivos a quem muito amo, apesar de ter os meus pais na altura, esse casal ajudou-me a ir á Africa do Sul para operar os ouvidos aos 17 anos..foi um amor que ainda dura nos dias d ehoje e (acabei agora de falar com ela ao telefone, ela e ele, porque quando ligo, um chama o outro para encostar o ouvido..)vivem na ericeira e têm uma propriedade com hectares e hectares e de lá de cima do monte vê-se o mar... levaram-me lá, até casa deles fui com a pascoalita que costuma ir ao meu blog, fio de comboio até Lisboa, depois a pascoalita foi esperar-me, depois almoçamos com a africana amiga das duas, e de tarde fomos para casa da pascoalita e depois fui para a casa deles até ao outro dia, e Domingo dormi na pascoalita e na segunda vim com ela de autocarro e metro até Lisboa, deixou-me na estação e prontos...foi um passeio e peras...
Beijinhos minha querida maria dos alcatruzes...tem um óptimo fimd e dia e melhor Domingo amanhã..laura.

Osvaldo disse...

Olá Maria;

Mas que belas viagens tu nos mostras por cá e logo das regiões mais lusitanas da Velha Lusitânia.

Portugal é lindíssimo e é pena que muitos portugueses não se convensam de o conhecer antes de conhecer outros recantos de belezas artificiais.

É verdade que há lugares no mundo maravilhosos e eu até me sinto um privilegiado de conhecer alguns mas sempre digo aos meus colegas, que "no meu país tem igual ou melhor"...

bjs.
Osvaldo

Kim disse...

Ah grande Marie!
Dum assentada temos uma lição de Geografia e outra de História.
Podes continuar. Estou a gostar.
È apenas a inspiração que um rio oferece.
Beijinhos

Maria disse...

Laura:
Ir à Ericeira ou Cascais, nem fica muito caro. Fica aqui ao lado. Nunca me farto e encontro sempre uma beleza nova e diferente.
Cascais, terra do meu marido, mudou muito. A primeira vez que lá fui, depois de casada, todos se conheciam. Ìamos na rua e, o meu marido falava a toda a gente e, claro, apresentava a mulher. Eu já só perguntava, quando alguém se aproximava: "é da família ou conhecido?". Quase sempre era da família. Os meus sogros nasceram lá e, lá viveram sempre. As famílias de ambos eram enormes. O resto das pessoas, eram amigos de infância deles ou, do meu marido.
Casa sim, casa não, morava o primo, a tia, o amigo. Só não me apresentava às estrangeiras, talvez por as conhecer bem demais.
Hoje, além dos amigos dele, e as casas, não conheço ninguém. É uma terra cheia de sombras, algumas boas, algumas tristes. Continua linda, mesmo depois de algumas atrocidades que lá fizeram.
A avenida onde moravam os meus sogros e mais alguns familiares, está igual. Fujo de lá passar, porque aquelas casas, onde entrava sem cerimónias, hoje têm habitantes, que não conheço. Custa-me passar na casa da minha sogra e não ver, na janela, o rosto dela, não subir a escada de madeira, em que um degrau rangia, entrar a porta e sentir o cheiro a limpo, a carne assada, a peixe frito. Custa-me não ouvir a doce voz dela (que a minha filha herdou), dizer: "olá filha", faz-me falta aquele abraço, um pouco fugidiu, mas amigo.
Tudo isto acabou. Só resta a lembrança.
Olha, hoje a Maria está virada para o passado. Não ligues. Daqui a nada passa.
Beijinho, minha amiga.

Maria disse...

Osvaldo:
Antes de conhecer os países estranjeiros, quiz conhecer a nossa terra, incluindo Açores e Madeira. Não posso dizer que a conheço profundamente, mas do Minho ao Algarve, tenho uma ideia da maravilha que ela é. Pena, a maioria dos portugueses a conhecerem tão mal.
Nasci em Tomar. Conheces? É uma das nossas jóias, embora muito maltratada. Tive um pai, que gostava de ver tudo. Terras, monumentos, gentes. Pegou-me o bichinho.
Quando fui a Paris, o meu sonho de toda a vida, tive por cicerone o meu irmão, que conhece bem a cidade e os meus gostos. Conheço parte de Itália, também com ele. Apaixonei-me por Florença, vi Milão de fugida, conheci Veneza, encantei-me com Roma, Siena, Assis, Pádua. Mas Florença e a Toscana, ficaram-me gravadas a fogo, na memória.
Gosto de viajar, cá dentro e lá fora. Por isso o teu blog me encanta. Por que tu vês as coisas, como eu. Com olhos curiosos e tentando sempre, saber a história do que vês.
Beijo

Maria disse...

Kim:
Fiquei a pensar na tua frase: "É apenas a inspiração que um rio oferece". É verdade. Por trás de tudo, ou quase tudo o que escrevo, há um rio. Pode chamar-se Nabão, Tejo, Douro, Tâmega, Mondego, ou Sena, Arno, Tevere. Adoro rios. O mar assusta-me, os rios acalmam-me.
Talvez por ter nascido a ouvir um, talvez por não serem tão abismais como o mar.
Quanto à história e à geografia, tive um bom mestre, o meu pai. Foram ele e o meu irmão, quem me ensinou a ver as coisas por fora e por dentro.
Do meu pai herdei a memória, uma certa arrogância, que me leva a criticar até o Papa, na cara dele.
Não gosto de criticar nas costas, gosto de dizer as coisas directamente. Como disse a um padre, há dias, no cemitério de Benfica.
Eu não sou muito religiosa, mas sou crente, com já deves ter percebido. Tinha ido pagar o gaveto, onde estão as ossadas da minha mãe, quando entrou um reverendo, furioso por receber tão pouco, por um funeral. De seguida, desatou a dizer mal dos diáconos, acusando-os de "roubarem" os padres. Aí não aguentei e tive que lhe dizer que: com a falta de sacerdotes que há, ele só devia ter respeito, pois eles, depois de trabalharem um dia inteiro, para sustentar mulher e filhos, ainda faziam o que podiam para ajudar a Igreja. O homem nem respondeu. Deu a volta, foi-se embora, perseguido pelo riso mal contido, dos funcionários.
Este senhor do passeio, só não levou que contar, por o ambiente já estar meio estragado. O Bicho conhece-o. É um antigo jornalista, com um nome bem sonante, que acha que isso lhe dá supremacia e direito de ser indelicado com todos.
Beijo

Laura disse...

Minha querida. Referia-me a que ficaria caro para quem tem de ir de Braga, pagar portagens e afins...o carro nem anda a água nem a feijões...
Eu não tive sogra por quem chorasse ou que me abraçasse...a primeira era cá cuma lata, de abusadora, nemt e digo, e eu feita d eparva aind alhe chamava mãe...a segunda era boa, linda, amorosa, mas já se tinha ido e assim..laurinha não teve sogra para amar...
É verdade, os tempos passam as casas esvaziam e enchem de novo de pessoas desconhecidas... Que bom ter uma sogrinha que te amou, e que bom que a pariga herdou a voz da avó, é tão lindo ouvir assim...

Saudade, postei sobre as saudades que tenho do Nuno, quando o ia acordar, todos os dias, e conversavamos, contava-me tudinho (mais que a Neide ehhh) mas graças a deus, só faltam 15 dias para ele vir passar uns dez...Biejinhos nina e a saudade passa logo..laura.

Maria disse...

Laura:
A minha mãe morreu, tinha eu 27 anos, já era casada e com dois filhos. Ia ficando doida com o desgosto. A partir daí, a minha mãe, era a minha sogra. Quando ela morreu há sete anos, a dor que senti, foi quase igual. Eramos mãe e filha, confidentes, amigas.
Fazem-me as duas, a mesma falta. Quando às vezes digo: Ai minha mãe, não sei com qualquer delas falo.
Eram as duas boas, doces, puras, como já não há.
Isto de sogras e noras é complicado. Eu dou-me bem com a minha nora.
As relações entre as pessoas são sempre estranhas. Às vezes, sem conhecermos uma pessoa, embirramos com ela. A mim acontece-me isso e o contrário.
A gente aqui na Net é um exemplo disso. Com tanto blog, tanta gente a escrever e, às tantas, estamos a contar coisas íntimas, a alguém que nunca vimos. Empatia? Simpatia? Sei é, que tu e mais uns poucos, sabem mais de mim, do que alguns parentes próximos. Quando falo de vós, digo: os meus amigos dos blogs, ou: A Laura disse, o Kim escreveu, o Bicho tem uma foto gira, etc. Ora, de toda a malta que me escreve e a quem escrevo, só conheço pessoalmente o Bicho.
Amizade é isto, nina. Uma coisa que nasce expontânea, que vamos alimentando, nestas conversas um pouco loucas.
Olha, nina Laura, amizade é o que já sinto por ti.

Laura disse...

Ora nem mais! Falou tá falado. É isso aí, há amizades mais puras aqui, do que muitas começadas nos termos mais banais, na rua, numa apresentação, enfim, sei lá...Claro que nem vou dizer de quem gosto mais, detestaria magoar algum dos nossos amigos e amigas...mas, normalmente aqueles a quem escrevo, gosto de todos, porque quando não gosto vou-me afastando devagarinho que nem dão plo meu bater de porta, entro de chinelos e saio em pantufas, ehhhhh.

Claro que gosto de ti, senão nem te respondia nem me dava ao trabalho de andar à procura da tua porta tão confusa, sem numero, foi o Kim que me deu o teu blog o correcto, o Kim, querido Kim de quem gosto muito, e do Jrom amigo do Kim, e por ai fora, adoro o osvaldo,estamos agora a conhecermo-nos melhor...r devagarinho uns lá se irão afastar e outros vão chegando, a vida é siso, uma continua descoberta.

Adorei a tua relação de sogra mãe. Perdeste a tua muito cedo minha querida, muito mesmo...Mas, a vida continua e amanhã estaremos de novo juntos.
Noras ainda nãot enho (ainda tenho outro nino, não nasceu de mim, mas é filho do meu marido, o manel como lhe chamo, o claudio, o Nuno namorava, mas sinceramente, n
ão a achava a moça ideal para ele, ele merecia melhor e um dia acabaram...claro que não pulei de contente, mas, meses mais tarde disse ao Nuno que foi uma coisa boa, pois ela já não era boa nora hoje, que seria amanhã?...o namorado da neide adora-me e eu, idem... o outro ela vem cá de longe a longe, mas é fofinha e novita ainda. Assim, faço por ter boas relações com elas, sou amiga dos amigos dos meus filhos e dou-me com toda a gente...
A tua flor d elinho até é flor que se cheire, ehhhhhhh, ao menos isso...
beijinhos a ti que também és uma nina linda...
laura..

Unknown disse...

Cara Maria

Com tudo o que de bom a Vida lhe possa trazer os votos de uma boa Páscoa.

Beijo grande.

Laura disse...

Rios corridos
Esguios
Remansos de serenidade
Que me deliciam
Pelo seu vagar
Pela alegria com que vejo
Uma folha num regato
A deslizar !...

Escrito aqui e agora, porque, adoro rios, os rios mansos, a parte onde passam calmos...
Beijinhos da tua flor de linho...laura..

Zé do Cão disse...

Maria
Há que anos não vou para estes lados.Que bem me sabem.
Até a minha Dona, os tem saboreado.

beijocas

Castela disse...

É sem dúvida um concelho com muito para ver, mas tão esqueçido está.
Um abralo