terça-feira, 31 de julho de 2012

Perdi os Meus Fantásticos Castelos
















Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias...

Florbela Espanca

Até um dia destes
Maria

8 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Tantas perdas! Por vezes não sabemos se vamos suportar ver as "mãos vazias".
Trazemos, para nós, este angustiante poema de uma angustiada mulher que "traduz", a realidade da vida, em seus maravilhosa escrita....

Obrigada, querida Maria, por compartilhar a "nata" da poesia portuguesa. Depois de Miguel Torga, Florbela Espanca... o que teremos?Ssurpresa, claro!

Beijinhos, da mana brasleira,
Lúcia.
P.S. Dê-me notícias, do Ferreiramigo, se tiver.

Maria disse...

Lucinha querida:
Este poema é aquilo que sinto. Tive que pedir ajuda à minha Florbela.
O próximo? Quem sabe? Nem eu sei. Depende da disposição.
Veja seu blogue.
Beijinhos
Maria

Kim disse...

Minha querida Petite Marie
Sei que tu sabes que eu sei que os dias estão muito cinzentos. É preciso alguma calma para ir ultrapassando essas manhãs submersas.
Pessoalmente penso que, nesta fase, não é bom leres Florbela Espanca. Precisas de autores mais virados para tardes ensolaradas.
Um grande beijinho e rápidas melhoras

Alva disse...

Olá Maria

Há tempo para ganhar, há tempo para perder... lembrei-me da bíblia (Eclesiastes 3 1-8)... e a vida está em constante mudança.

Sabes, ás vezes é quando tudo perdemos que descobrimos que afinal temos muito mais força do que aquela que pensávamos que tínhamos.
Se for esse o caso, fica sabendo que estou aqui para tudo o que precisares. Ânimo!

Mil beijinhos
Da sempre tua Pequenina

Maria disse...

Querida Pequenina:
Agradeço a tua ternura. Gosto muito de ti.
Agarra a tua mocidade, amiguinha. É o que temos de melhor.
Felicidades e beijinhos
Maria

Maria disse...

Kim, meu querido amigo:
Não preciso de ler Florbela. Sei-a de cor e salteado.
Obrigada pelo conselho e pela tua ternura.
Sou muito tua amiga, sabes?
Beijo graaaaande
Petite Marie

MCP disse...

Olá Maria,

É bom tornar a ter notícias suas.

Quanto aos "castelos", quando se perdem uns conquistam-se outros...

O principal é a saúde, faço votos para que a sua esteja recuperada.

Beijinhos grandes,
MCP

Maria disse...

MCP
Há castelos que não se podem substituir.
Nada pode ocupar o lugar do que perdi.
Obrigada pelo seu comentário amigo.
Beijo grande da
Maria