Sempre a pressa, a correria,
A vontade de chegar.
Nunca chega onde queria,
Quando chega, quer voltar.
Sonham-se sonhos de fumo,
Sem asas para voar,
Sem nunca encontrar o rumo
Do que se quer alcançar.
Alma errante, fugidia,
Que não para de sonhar,
Se está bem aqui, um dia
No outro, já quer zarpar.
Se está só, quer companhia,
Se a tem, quer ver-se só.
Chora se sente alegria
E ri quando mete dó.
E assim se vai vivendo
A ver o tempo passar.
sempre buscando e não vendo,
Um porto para ancorar.
Maria
Até um dia destes.
Maria
12 comentários:
Olá Mary,
Gostei de ler este poema. É bem o espelho da impaciência de alguém que nunca encontra o que procura ou que não sabe o que procurar para que sinta saciada e feliz. Todos nós, em determinados momentos, somos assim, sentindo um vazio que não sabemos como preencher.
Mas a procura pode ser sentida como uma coisa boa, como um processo aliciante de descoberta.
Bom domingo, Mary, e um beijinho!
Amiga:
Tenho um amigo, muito parecido comigo. Ambos com as mesmas neuras, cheios de sonhos, desiludidos deles.
Fiz este poema para ele.
Como não diz nada há uns tempos, publiquei-o, para ver se acorda.
Eu continuo a sobreviver. Sinto-me melhor, descobri que estafar-me a trabalhar, é uma grande terapia.
Obrigada pelo seu comentário.
Abraço
Mary
Esse poema reflecte bem aquilo a que me atrevo a chamar de um estado de alma. Por vezes sinto-me nesse estado, mas passa.
Beijinhos do filho.
E chamas bem. É isso mesmo.
Beijinhos
Mãe
Olá amiga Maria,
Não a tenho visitado, estive uns dias de férias. Hoje li, com bastante entusiasmo, como sempre, tudo o que tem escrito.
Este seu poema, em particular, tem algo a ver comigo, acho que nunca sei aproveitar plenamente tudo o que estou a viver no momento presente...enfim cada qual é como é...
Como vai a sua saúde?
Espero que melhor, para que não tenha de recorrer aos que se apelidam de médicos do nosso, tão doente, SNS.
Um dia encontra-nos-emos por aí...
Beijinhos amiga
MCP
MCP
Espero que as férias tenham sido boas.
Todos nós temos momentos em que não sabemos o que queremos.
Obrigada por se interessar pela minha saúde. Felizmente estou bem. Ando um pouco cansada do calor e da idade.
Beijinhos amigos
Um dia vamos ver-nos.
Maria
Como poesia, perfeita a "Impaciência".Conheço algumas pessoas assim. Sou paciente, até demais mas, não tenho certeza que seja todo bom.Às vezes, somos confundidos como muito tolerante e,aí, vem o "abuso" de muitos, em algumas situações.
Parece que, o "meio termo" é melhor. Mas é difícil controlar os impulsos a mais ou a menos...
Gostei da poesia, Maria!
Meu carinho, de irmã
Beijinhos,
da Lúcia
Lucinha, maninha do Ceará:
Obrigada pelo comentário.
Eu sou um pouco assim. Ou fui um pouco assim. Hoje só estou bem na minha casinha.
Já tive vontade de correr o mundo. Agora, o mundo mete-me medo.
Beijinhos de tua irmão portuguesa.
Maria
Querida Maria
Gostei muito do seu poema. Retrata bem a impaciência da alma humana.E, na dose certa, penso que é um bem, não é? Andamos sempre à procura de algo, talvez de alguma coisa que ainda nos falte...
Beijinhos.
Olinda
Querida Olinda:
Andamos sempre à procura. Do que nunca encontrámos ou, do que perdemos.
A vida é assim.
Obrigada e beijo da
Marta
Adorei o poema. Parabéns :D
Olá Ritinha!
Obrigada e um beijinho
Maria
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