sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Mãos Vazias
Levei a vida inteira a tudo dar.
Amor, ternura, sem troca nem razão.
Sofri tudo, sem muito me queixar
Amei o mundo, a todos dei a mão.
Agora, a saudade, a solidão
São a minha grande companhia,
Aqueles a quem dei a minha mão,
Nada põem na minha mão vazia.
Nem um carinho, nem uma lembrança
Eu sinto já, da parte de alguém
Nem sequer um riso de criança
Eu ouço nesta terra de ninguém.
E olho então as minhas mãos vazias,
Roço-as uma na outra para sentir
Algum calor nas tristes mãos tão frias
Que não têm outras mãos para as cobrir.
Maria
Até um dia destes
Maria
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30 comentários:
Mary,
Este poema parte o coração a quem o lê. Gostava que fosse um poema antigo, coisas superadas. Ou, então, que seja coisa ficcionada, uma inspiração poética que saíu triste.
Seja como for, receba daqui um abraço e receba estas palavras que são uma presença, aqui deste lado.
Um beijinho, Mary!
Amiga:
Não é antigo. Foi a sua Lídia quem o inspirou. Viu a etiqueta? É dedicado a ela e a todas as mulheres como ela.
Ela mexe comigo. O meu lado romântico, gostaria de um final feliz para ela. O lado prático diz-me que isso é pouco possível. Já chegou a um ponto sem retorno.
Eu ainda consigo ter esperança, ela não.
~Sabe como prezo a sua amizade. Creia que é mútua.
Um beijinho da sua
Mary
Mary,
...agora é que me deixou sem palavras... Não tinha reparado na etiqueta... Deixa-me emocionada.
Um beijinho, Mary!
Um poema demasiado triste. Faz doer a alma de quem lê.
Um abraço e bom fim de semana
Querida Elvira:
É triste porque é verdadeiro. Quantas mulheres deram a vida inteira aos outros, abdicaram da própria vida, e nada recebem em troca?
É só olhar à nossa volta. Todos os dias as vejo, ouço, leio.
Bom fim de semana e um abraço grande.
Maria
Amiga,
Acabo de ler o seu poema, lindo mas tão triste.
Fiquei preocupada com o seu estado de espírito.
Lendo os comentários, vi que retrata em verso o estado de "Lídia"...e que bem o define!!!
É bem verdade, muitas vezes damos tanto de nós e nada recebemos em troca.
Felizmente nem sempre assim é.
Um abraço.
MCP
MCP amiga:
A história de "Lídia" lembrou-me a vida de muitas mulheres.
Somos sempre as mais magoadas.
Obrigada pelo comentário e beijinho da
Maria
Caríssima Maria:
Muito forte, intenso, bonito, triste.
Fica sempre um raio de esperança em cada mão. Sim, fica sempre!
Respeitosamente,
J. Rodrigues Dias
Obrigada meu Poeta.
Fica sempre um pouco de esperança.
Com muita amizade
Maria
Maria
Deixo-te um grande beijinho... para que as tuas mãos fiquem cheias...
Não te importes com as minhas, tudo é um ciclo!
Da tua Pequenina
Obrigada, minha Pequenina, tão doce e tão amiga.
Mil beijinhos da tua amiga, que te deseja toda a felicidade do mundo.
Maria
Marie!
No mínimo tens as mãos do João para cobrir as tuas. E tanto quanto sei, esse é um dos gestos que ele mais fez na vida.
Deixa lá! A vida continua e amanhã é outro dia ... com as mãos repletas de esperança.
Um beijinho minha petite Marie
Kim amigo:
Tens razão. Isso devia bastar-me.
Estou a atravessar uma época má.
A saúde não ajuda nada.
Beijinho
Marie
Maria amiga,
Lamento sabê-la tão triste...
Sabe, também eu tenho tido problemas de saúde, alguns esperando por resolução.
Sei que isto não anima ninguém, mas tenhamos esperança em dias melhores.
Um dia talvez tomemos um cházinho, aí numa "espiga" qualquer...o que acha?
Beijo grande,
MCP
MCP:
Gostaria muito.
Um dia destes combinamos.
As suas melhoras. Para a semana tenho uma Tac para fazer. Depois falamos.
Um abraço grande
Maria
Já li tantos poemas e textos sobre as mãos! Li o seu "Mãos vazias",causando-me grande tristeza. Mesmo vendo a etiqueta(para Lídia). Percebo, então, o quanto as mãos são importantes, para nós, que acariciamos, que as temos quase sempre aquecidas por outras mãos, quase nunca vazias...
Que o calor volte,às mãos de Lídia!
Beijinhos, minha mana querida,
um caloroso abraço fraterno.
Fique bem!
No entanto é preciso lembrar que, sempre está nas nossas mãos mudar alguma coisa na nossa vida.
Querida Lúcia:
Manuel Alegre, o poeta, escreveu:
Com mãos se faz a paz
Se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema e são de terra....
As mãos são tudo, servem para tudo.
Dão e tiram. Estão cheias de amor, o cheias de nada.
Beijinhos irmã brasileira.
Maria
Bicho:
Irene Lisboa escreveu um livro chamado: "Uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma".
Assim me sinto.
Beijinho
Maria
Querida Maria
Da 'nossa' Lídia (UJM) sabemos que ela tem levado uma vida triste, de solidão, sem amigos, com uma mãe doente, incapacitada, que faz com que haja da parte dela uma dedicação incessante, noite e dia. Sabemos que ela já chegou ao seu limite.
Sente-se terrivelmente injustiçada como bem o demonstra no seu poema, tão lindo, tão sentido.E tem razão, há tantas e tantas mulheres sacrificadas que dão tudo de si e não recebem um gesto sequer de reconhecimento.
Beijinhos.
Olinda
Poema lindo mas triste, amiga. Vi pelos comentários que é baseado na vida de uma outra pessoas; fiquei mais contente, embora não deseje esses sentimentos para ninguèm. Um beijinho, amiga e espero que essa pessoa ultrapasse e comece a sentir as mãos mais cheias de afectos
Emília
Querida Olinda:
A Lídia da Jeitinho e já, um pouco nossa, vai vencer. Estamos a torcer por isso. Mas há muitas outras, que morrem sem ter vivido. Que tudo dão e nada recebem. A vida de algumas mulheres não é nada fácil.
Conheci, e conheço algumas.
Beijinho
Maria
Querida Emília:
É baseado num conto que uma amiga está a escrever. É tão verdadeira, que acabamos por lhe dar vida e, falar dela como de uma pessoa real.
O 1º e 3º comentários, são da criadora de Lídia.
Obrigada amiga.
Beijinho
Maria
Olá Maria,
Eu vi a etiqueta e fiquei mais sossegada porque não te queria ver assim sofrida.
Belo poema para a Lídia, mesmo sabendo que ela é ficção, aconselho-a a deixar as mãos abertas, porque haverá sempre um momento em que alguém lhe colocará algo de bom nelas.
Um beijinho de saudades
Verdinha
Este poema é muito bonito mas muito triste. As mãos estão vazias mas terá muito calor no seu coração para aquecer as mãos frias dos que mais necessitam.
Partilhando com os outros o pouco que temos seremos recompensados em dobro naquilo que mais precisamos.
Um Santo Domingo.
P.S. Gostei muito da carta que escreveu ao senhor Seu Avô.
Olá minha querida Verdinha.
Foi bom saber de ti.
Tenho saudades tuas e do teu blogue.
Esperemos que a Lídia tenha quem lhe aqueça as mãos.
Abraço grande
Maria
Maria Eduardo:
Obrigada pelo seu comentário tão simpático.
Já a conheço de a ver por aí. Gostei que tivesse passado aqui.
Volte sempre que queira.
Abraço
Maria
Olá,
Ainda uma pequenina visita para lhe dizer que também a tenho visto por "aí" ou melhor, por vários sítios, entre eles o "um blog que procura manter-se actualizado", da
"Dad",(minha amiga do coração). Ela está muito triste porque a blogspot desconfigurou-lhe o blogue e ficou sem paciência de o restaurar e de o fazer reviver. Ela que criou centenas de blogues graciosamente, para tantos amigos, de entre eles, me incluo eu, com muito orgulho, e agora não sei como a ajudar.
Seria pedir-lhe muito, quando tivesse um bocadinho do seu tempo livre, de lhe fazer uma visitinha e lhe dar algumas palavrinhas de conforto?! Talvez ela sinta que os amigos sentem a sua falta e a incentivem a reestruturá-lo, porque é preciso manter vivo o ciclo de amigos!...Os amigos são o nosso refúgio...
Um muito obrigada e desculpe de a ter maçado.
ME
Maria Eduardo:
Ando há bastante tempo para escrever umas palavrinhas à minha querida Dad.
Gosto muito dela e do blog.
Hoje vou lá.
Obrigada pelo toque e um abraço grande
Maria
Olá, Maria,
Já fui espreitar e agradeço-lhe do coração as palavrinhas que lhe deixou.
Trabalhámos juntas e somos amigas há mais de 30 anos, o que fortificou ainda mais os laços de amizade que nos une.
Bem haja, e que a chama da amizade se vá mantendo sempre acesa, para nos irmos sentindo vivos, porque é preciso!
Um abraço,
ME
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