quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Prelúdio

Estou neura. Sem pachorra para nada. Farta de frio.
E aí, lembro-me que qualquer dia, será Primavera.
Por isso, como um Prelúdio dela, o Prelúdio de Vinicius e Jobim.
Até um dia destes.
Maria

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Parabéns meu amor

Há quanto tempo não escrevo uma carta de amor?
Escrevi-te muitas, recebi respostas tuas. Tantas!
Agora, sempre juntos, acabaram. Às vezes mando-te um E-mail e tu respondes.
Tenho saudades das cartas, sabes? Do tempo das cartas. Esperava o correio à janela e, ela chegava. Abria-a e, era um pouco de ti, que tinha nas mãos. Estão todas guardadas, as tuas e as minhas. Às vezes, volto a lê-las. Recupero um pouco da nossa juventude. Foi um namoro curto. Cinco meses depois, estávamos casados.
Durante todo este tempo, houve coisas boas e más. O nascimento dos filhos, o casamento do mais velho, a vinda dos netos. Tudo coisas boas. A perda dos nossos pais, foi a parte pior destes anos.
Tudo isto, foi vivido a meias, horas boas e horas más.
Estamos velhotes, meu amor. Mas o nosso amor continua igual.
Nem sempre nos entendemos. Somos muito diferentes. No fim, tudo encaixa. O amor que nos une é maior que pequenas zangas.
Parabéns, meu amor de ontem, de hoje, de amanhã, de sempre.
Amo-te.
Mil beijos da tua
Mulher.

Até um dia destes
Maria

sábado, 4 de fevereiro de 2012

75 anos, Amizade e Pão de Ló

Há amizades que duram vidas. Nascem na infância e, só desaparecem quando os dois desaparecem.
Temos em Ovar, alguém que nos acompanha, quase sempre de longe, com quem temos uma amizade dessas. Mais da idade do meu irmão, é natural que haja entre os dois, uma afeição mais profunda, visto ser mais antiga. Ele fez ontem 75 anos. Ela faz hoje 76.
Como não se fazem 75 anos todos os dias, houve festa ontem.
O aniversariante estava feliz. Tinha com ele, a mulher, o filho e a nora, uma irmã, um cunhado, uma cunhada, três sobrinhos e... um Pão de Ló fresquinho, chegado via CCT de manhã.
A amiga de sempre, não o deixou sem o mimo de um dos seus doces de eleição. Ficamos todos comovidos, velhos e novos, com uma atitude tão bonita, tão amiga. Para ele, deve ter sido o presente mais doce. A mim, lembrou-me outros tempos, outras amizades fortes como esta, que desapareceram da nossa vida.
De Ovar a Lisboa, são duzentos e muitos quilómetros. Aquele Pão de Ló andou esta distância, trazendo, além do seu gosto incomparável, o sabor da amizade, a visão da Ria e do Furadouro, outros tempos, outras gentes. Não foi, mano?
Como pagar uma amizade assim? Retribuindo-a, só.
Linda, minha querida Linda, parabéns pelos teus anos. Obrigada pela alegria que deste ao meu irmão. Obrigada por seres assim.
Falámos há pouco pelo telefone. A tua voz, é igual sempre. As nossas conversas, longas e sempre iguais. Falamos de coisas e gentes que, infelizmente, já partiram.
Restamos nós. Amigos para sempre.
Tu não vais ler isto. Ainda não vais ao computador. Logo será.
Um abraço e mil beijos da tua
Maga

Até um dia destes.
Maria