Estás aqui à
minha frente e, nem te passa pela ideia, que te estou a escrever.
Olho-te. Vejo um
homem e vejo o meu pequenino.
Pequenino, um calmeirão de 1,80 metros, com 33 anos, casa e vida próprias, de
quem me orgulho.
Todos vocês, foram
meninos lindos. Tu, além de lindo, eras
o mais barraqueiro dos três. Parece mentira, mas não é. Tu, que hoje és o
cavalheiro da família, fizeste-me passar as maiores vergonhas da minha vida.
Descansa! Não vou
contar. Não seria próprio de uma mãe, contar as vergonhas que passei.
Prefiro falar de
outras coisas.
Dizer que tenho
orgulho em ti, que te admiro, que és uma pessoa cheia de força, que te amo? Tu
já sabes isso.
Dizer que és um
homem, que noutro país, merecia chegar longe, que te tens esforçado por ser
alguém, sem ajuda? Também sabes.
O que gosto mais
em ti, é a ternura que tens pelos mais velhos, pelos abandonados da sorte,
pelos carenciados.
E pronto, filho
mais novo, meu Corvo, não deixes que te cortem as asas. Voa. Voa sempre.
Só tenho uma dúvida:
Como é que de uma Gaivota louca, nasceu um Corvo sensato?
Feliz dia, filho,
meu filho.
Beijinhos da
Mãe
Até um dia destes
Maria