terça-feira, 29 de maio de 2012

Dia dos teus anos

















Não nos retratos!

No espelho é que te vejo,
Um velho espelho fosco
Posto em lugar sombrio.

Um sorriso, um olhar
Uma expressão mais doce
E és tu, não eu quem está ali

O som da minha voz cantando
Velhas canções perdidas que te ouvi
É o som da tua voz , não o da minha.

Não nos retratos
No espelho é que te vejo,
Um sorriso, um olhar
Uma expressão mais doce...

Olho-me Mãe,
E é como se fosse
O teu rosto querido  
Que eu olhasse.

Beijinhos, muitas saudades, mais um poema coxo, da tua
Filha

Até um dia destes 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sonhos


Sonhos

Sonhos tive muitos, deixei-os p’lo caminho.
Uns esquecidos, os outros nados mortos.
Sonhei ter asas, guardei-as num cantinho.
Tudo o que fiz foi por caminhos tortos.

Sonhei chegar a ser ”Soror Saudade”
Cantar lezírias, não charnecas como ela.
Sonhei ser poetisa da Saudade,
Meu Deus, como queria ser Florbela.

Depois  li a Sofia e sonhei ser,
A dona do mar e das estrelas,
A “Menina do Mar” queria ver,
Ser eu a espuma, ser eu as caravelas.

Ser “Príncipe da Dinamarca” quem me dera!
Ser a poetisa eleita por um dia.
E passei a vida toda nesta espera
De ser Florbela, ou de nascer Sofia.

Maria


 Até um dia destes.
Maria

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Manuel Marques, obrigada

Poucos programas de televisão vejo. Há um, que raramente perco: "O Estado de Graça". Embora ache graça a todos os actores, há um, que teve ontem, mais uma vez, o condão de me fazer rir.
Ora, ultimamente, tenho-me rido pouco. O Manuel Marques, conseguiu-me arrancar uma ou duas gargalhadas, quase sem querer. A imitação do ministro Gaspar, faz-me esquecer a tristeza, em que ando imersa.
Ele fez-me dar atenção, fez-me sorrir, fez-me rir.
Sem desprimor para os outros actores, é um grande actor. As suas imitações, são inimitáveis (lá estou eu a falar como o ministro das finanças).
Obrigada Manel.
Beijinho.
Maria

 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Adeus meu cão, meu companheiro, meu amigo



Primeiro, quero dizer-te, que me deste muitas horas de alegria. Por elas, obrigada.
Segundo, quero que saibas, que cumpri a promessa que te fiz. Estive contigo até ao fim.
Só mais duas palavras, para agradecer ao teu Doutor.
Ajudou-te a viver, enquanto pôde, ajudou-te a dormir, quando não havia mais nada para ti.
Adeus meu cão, meu companheiro, meu amigo.
Foram 14 anos felizes para ti e para nós.
Obrigada filhos e neto, pelo vosso apoio e companhia, até ao fim.
Adeus Nabão. Os donos não vão esquecer-te nunca.
O último beijo da tua
Dona, que tu julgavas tua mãe.
Até um dia destes.
Maria

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Filho mais novo



Estás aqui à minha frente e, nem te passa pela ideia, que te estou a escrever.
Olho-te. Vejo um homem e vejo o meu  pequenino. Pequenino, um calmeirão de 1,80 metros, com 33 anos, casa e vida próprias, de quem me orgulho.
Todos vocês, foram meninos lindos.  Tu, além de lindo, eras o mais barraqueiro dos três. Parece mentira, mas não é. Tu, que hoje és o cavalheiro da família, fizeste-me passar as maiores vergonhas da minha vida.
Descansa! Não vou contar. Não seria próprio de uma mãe, contar as vergonhas que passei.
Prefiro falar de outras coisas.
Dizer que tenho orgulho em ti, que te admiro, que és uma pessoa cheia de força, que te amo? Tu já sabes isso.
Dizer que és um homem, que noutro país, merecia chegar longe, que te tens esforçado por ser alguém, sem ajuda? Também sabes.
O que gosto mais em ti, é a ternura que tens pelos mais velhos, pelos abandonados da sorte, pelos carenciados.
E pronto, filho mais novo, meu Corvo, não deixes que te cortem as asas. Voa. Voa sempre.
Só tenho uma dúvida: Como é que de uma Gaivota louca, nasceu um Corvo sensato?
Feliz dia, filho, meu filho.
Beijinhos da
Mãe

Até um dia destes
Maria


terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio


Raiz
Canto a raiz do espaço na raiz
do tempo. E os passos por andar nos passos
caminhados. Começa o canto onde começo
caminho onde caminhas passo a passo.
E braço a braço meço o espaço dos teus braços:
Oitenta e nove mil quilómetros quadrados.
E um país por achar neste país.

Manuel Alegre

Até um dia destes.
Maria