sábado, 31 de março de 2012

A André Moa


Por tudo o que contigo aprendi, obrigada.
Pelo abraço trocado, numa tarde de Dezembro, obrigada.
Pelos generosos comentários, que aqui escreveste, obrigada.
Pelos teus belos poemas, obrigada.
Pela tua alegria, pelas tuas canções, obrigada.
Porque continuas a ser o amigo de sempre, mesmo depois da partida, obrigada.
Guardar-te-hei sempre no meu coração.
Abreijos, meu amigo, tão longe e tão perto.
Maria

domingo, 25 de março de 2012

Quarenta anos sem ti


É, Mãe! Passaram quarenta anos e a saudade ainda é maior, a falta que me fazes, às vezes quase impossível de suportar.
Tanta coisa aconteceu, tantos mais perdi, mas é de ti que me lembro nas horas más. Sobretudo nas horas más. Nas outras também, claro. Quando preciso chorar e não consigo, penso que no teu ombro, choraria. As palavras de dor, que já não digo, soltar-se-iam, se olhasse os teus olhos, Mãe.
Como queria que tu me adormecesses! As noites são longas, para quem não dorme. Se tivesse a tua mão no meu cabelo e ouvisse a tua linda voz cantar: “minha filha, dorme bem o teu soninho...”, sei que dormia.
As tuas flores, Mãe. As tuas violetas. E saudades, beijos, o amor eterno da tua
Filha.

Até um dia destes, amigos
Maria

segunda-feira, 19 de março de 2012

Filho mais velho


Com tanto chinês e tanta chinesice, é bom que nos vamos acostumando a usar os seus termos e usos.
Ora, os chineses classificam os filhos assim: Filho mais velho, 2º filho e por aí fora.
Tu foste o primeiro, logo és o Filho mais velho. Não me atrevi a chamar-te “meu boneco”, como chamei à tua irmã. Primeiro, porque a tua mulher era capaz de não gostar de eu estar aqui, a fazer reclame ao marido dela. Segundo, porque tu, senhor respeitável de 45 anos, talvez também não gostasses.
Depois disto tudo, sinto que para mim, foste mesmo um boneco.
Quando olhei para ti e vi, um ser tão pequenino, com menos de 2quilos, grande trunfa, quase sem unhas, débil, gelando cada vez que te tirava do berço, sem forças para mamar, jurei a mim mesma, que irias crescer e ser forte. Um mês depois, tinhas o peso normal, já sorrias para mim, comias como um leãozinho esfomeado.
Continuavas com problemas, não te querias sentar, os dentes romperam tarde. Com um ano, quando nasceu a tua irmã, já eras um bebé alegre, irrequieto, brincalhão, mandando em toda a gente.
No dia que foste ver a mana a primeira vez, não gostaste nada, de me ver com ela ao colo. Tive que a deitar e pegar-te. Resmungaste qualquer coisa, para ela e adormeceste ao meu colo. Depois, foste-te habituando a ela. Ralhavas com ela, porque fazia xixi na fralda, como se tu não o fizesses e querias que ela fosse brincar contigo.
Fui tão feliz nesse tempo, filho!
O tempo passou, o Vasco nasceu, foste o protector dele, o professor paciente de brincadeiras, fazendo tudo o que ele queria.
Agora, és o homem de quem me orgulho, o marido da minha Sílvia, o pai do último bebé que criei e já tem 13 anos, o meu Rafael inteligente, brincalhão, teimoso como tu e, aqui para nós, como eu.
Parabéns, meu querido filho.
Tu sabes bem, o amor que tenho por ti e pela família que formaste.
Sabes, que se vos vir felizes, eu sou feliz.
Nasceste no dia do pai. O teu avô dizia, que tinhas sido a melhor prenda desse dia, que eu lhe dera.
Beijinhos para os três e um, muito especial, para aquele que foi o meu primeiro boneco e hoje é um homem lindo (desculpa Sílvia, saiu) e que eu admiro muito.
Mãe

Até um dia destes
Maria

segunda-feira, 12 de março de 2012

A minha boneca sonhada


Sempre gostei de bonecas. Tive algumas bonitas, que tratava como filhas. Dava-lhes de comer, falava com elas, cantava para dormirem.
Mas por trás do amor às bonecas, havia o sonho de ter filhos, muitos filhos. Queria meninos e meninas. Tinha que ter, pelo menos uma menina. Uma boneca que falasse, risse, desse beijinhos.
Quando engravidei a primeira vez, toda a família queria um rapaz. Ele nasceu pequenino, lindo, alegre, brincalhão. Mas o sonho da menina, continuava na minha cabeça. No ano seguinte, chegaste tu, minha linda boneca de carne e osso, bonita, meiga, querendo ter-me sempre por perto. Os teus olhinhos de longas pestanas, seguiam-me para todo o lado. Os teus bracinhos roliços prendiam-me o pescoço, quando alguém te queria pegar. A tua cabecinha fazia do meu peito almofada. Eras um bebé de sonho, a boneca que eu tanto tinha querido.
A vida separou-nos. Custou-me muito, mas eu também deixei os meus pais. Para me consolar, tinha ainda o boneco mais velho e, aquele que foi o teu primeiro boneco vivo: o nosso Vasco, que tu adoravas e de quem foste quase mãe. Depois, deste-me a prenda mais linda que me podias dar. Outra boneca de carne, linda como tu.
Hoje, posso dizer, que apesar de tudo, tive os cinco bonecos mais lindos da minha vida. Dois filhos rapazes, uma filha linda e, ainda por cima, a segunda boneca, minha neta e o meu último bebé, hoje um rapagão de 13 anos. Todos têm lugar igual no meu coração, um lugar muito grande.
Há 44 anos, o sonho da menina-boneca cumpriu-se.
Estamos longe, minha filha. Os anos passaram e somos duas mulheres. A vida não está fácil.
A prenda que te quero dar hoje, é dizer-te que gosto muito de ti, que te admiro e te quero ver feliz.
Não sei se vais gostar desta história verdadeira. É parte de nós todos, que aqui te mando.
Beijinhos, minha filha querida. Gosto de ti, daqui até ao céu, como diz a Ana.
Mãe

Até um dia destes.
Maria

quinta-feira, 8 de março de 2012

Canção de Alcipe

Alcipe, a Condessa de Alorna, bisneta dos Távoras, foi poetisa. A letra desta canção é dela, com uns toques de Vasco Graça Moura, a música de Carlos Paredes. Foi uma mulher muito avançada para a sua época.
Gostei desta interpretação de Mísia.
Apesar de não gostar de dias de... aqui vai para todas as mulheres.