sexta-feira, 24 de agosto de 2012

"Viejos Tangos de mi flor"





Minha Margarida:

Lembras-te ainda?
Aquele velho quarto do sótão, ouvia-nos cantar, via-nos chorar, rir, fumar uns cigarritos.
“Volver” eu queria. Sinto “Nostalgia” desse tempo. Era à “Média luz” e “Fumando espero”, que sonhávamos aquele “Uno”, que nos mostraria o “Camiñito” da felicidade. Seria alguém que nos diria:” El dia que me quieras” e, “Mano a mano” seguiríamos, até nos dizerem: “Lo han visto con otra”.  Cantaríamos então, entre lágrimas “Esta noche me emborracho”, sentindo a dor da “Soledad”.
Mas o mundo “Yira Yira”  e, depois de um último “Adios Muchachos”, Mudariamos um momento de estilo e guardaríamos em “El Relicário” as lágrimas e os suspiros.
Já cá não estás. Como me fazes falta!
Quem atura esta “Milonga” que me ataca?
Até um dia, minha sempre querida.
Beijo
Maria

Até um dia destes
Maria

22 comentários:

Alva disse...

Olá Maria

Como estás?
Conheço algumas das músicas que referiste... mas não todas.
O "Adios Muchachos" gosto muito e sei tocar no piano.

Por cá tenho ido à praia de vez em quando, confesso que já me fazia alguma falta.

Bjs
Da tua Pequenina

Maria disse...

Pequenina:
Tu deixas-me espantada! O Tango esteve na moda no tempo de meus pais.
Só tu deves saber o que é.
Adorava ouvir "Adios muchachos tocado por ti.
Beijinhos da
Maria

Um Jeito Manso disse...

Mary, olá,

Que belo desfile de tangos! Quando eu quiser saber de alguns para animar lá o meu salão de festas, já sei onde devo vir documentar-me.

Dance sozinha, Mary, ou dance em pensamento, recordando a sua Margarida (no outro dia li um artigo de neurociência que dizia que ouvir e pensar que se dança é, para o cérebro, quase tão bom como dançar de verdade). E vá-nos animando com os seus pensamentos.

Um beijinho e... bons tangos!

Maria disse...

Amiga:
Há uns dias para cá, penso muito na minha Margarida. Era minha prima e foi a melhor amiga, que alguém pode ter. Não tínhamos segredos uma para a outra. Quanto aos tangos... Se aquelas paredes falassem! Com um velho gira-discos, um monte de discos, um maço de cigarros e imaginação, estava feita a festa.
Ontem e hoje, tenho tentado ouvir aqueles que mais gostávamos.
Dançar? como a minha cabeça dança, Amiga!
Abraço grande
Mary

Kim disse...

Petite Marie
Então a tua cabeça está mais sensata? Pelos vistos, acho que sim. Ou não fossem estas recordações, sonhos duma infância feliz.
Volta à infância Maria e deixa,de vez, essa escuridão que te atormenta.
Beijinho

Maria disse...

Querido Kim:
A minha cabeça tem dias. As saudades da minha prima, trouxeram-me recordações dum tempo feliz.
Já voltaste de férias?.
Adios muchacho.
Beijinho
Petite Marie

Olinda Melo disse...


Tangos!!! Maravilhosas cadências!
A música e, especialmente, determinados ritmos ficam para sempre na nossa memória.

Gostei imenso deste seu texto, querida Maria. Através dos títulos de alguns tangos, compôs uma estrada de doces recordações e saudade, relembrando a sua amiga Margarida.Uma bela amizade!

Um bom domingo, minha amiga.

Bjs

Olinda

Maria disse...

Ainda bem que gostou, querida Olinda.
A minha amiga e prima, morreu há alguns anos e faz-me uma falta enorme.
Ambas adorávamos tangos, daí...
Beijinho
Maria

Anónimo disse...

Há vinte anos, mãe!

Tangos, se quiseres passo-te os que tenho, do Canaro e do Gardel, em 78 rotações.

Beijinhos para a minha Mãe e para a minha Tia Guida.

Vasco.

Maria disse...

Vinte anos, Filho. E uma saudade imensa, daquela que foi a minha maior amiga.
Não sei se me lembro dela, quando ouço tangos, ou se ouço tangos para a trazer de volta.
passa sim.
Beijinho
Mãe

José Rodrigues Dias disse...

Caríssima Maria:

Lembro-me, a propósito, dos tangos nos bailes da minha aldeia, garoto, então, eu …

Penso que é bom recordar momentos bons, pessoas boas, familiares, amigos …

Um avô João Semana, uma prima Margarida, os que há pouco de idade partiram, sendo gente ou como gente sendo … E um sobrinho João, um filho Vasco, que sei eu! … E os amigos que por aí estão e que sempre estão quando é preciso estar … Mas que sei eu, de novo, minha Amiga? Quase nada, nem dos livros, tantos, nem da vida … Mas quase nada sabendo, atrevo-me, contudo, a pensar que as recordações são portos retemperadores de partida para novas viagens, novas aventuras, novas descobertas … O passado, qualquer mar passado que se galgou, passou …

Portos da vida … Reabastecemos e levantamos as amarras, que a vida é procura porque é enigma … Enigma, felizmente … Procura …

Nos caminhos rimos, choramos, rimos … Longos os caminhos, muito o tempo, o gastar e as artroses dos ponteiros dos relógios …

Descemos e subimos, minha Amiga Maria, como os nossos alcatruzes de nora …

Nunca uma nora é feita para descer, sempre para subir … Sempre, Maria!

Saudações amigas e perdoe-me qualquer atrevimento,

J. Rodrigues Dias

Maria disse...

Meu querido Poeta:
O seu comentário calou muito fundo, dentro de mim.
Ando um pouco em baixo e, é isso que me leva para o passado.
"Os Alcatruzes da nora, quando chora, não andam sempre ao de cima", cantava a grande e imortal Amália.
Obrigada, Poeta, meu amigo.
Maria

Green Knight disse...

Grande memória dos tangos!
Saudade "del matcho latino"em actuação na dança?...
Pelo que eu leio nos jornais, todos os dias "o domesticado cujo", está matando mais mulheres pela infidelidade e não dança.Vou rematar com o "Quiçás?... Quiçás"?...Viva o amor!...

As nossas referências no passado, são a nossa estrutura. Pese a a sua solidez,mas não evita, que de vez em quando estejamos a abanar,tal e o estado aque as coisas estão a chegar
Beijinhos Maria

Green Knight disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Maria disse...

Amigo Zé;
Ainda hoje adoro tangos. Já os cantei e diziam que, cantava bem. Agora, ouço-os e por vezes, ainda cantarolo.
Tenho muitas recordações, que têm por música de fundo.
Saudade da mocidade, da vida antiga, daqueles que amei e perdi.
Beijinho para a Mariana e para ti.
Maria

Green Knight disse...

Os tangos farão sempre parte integrante do programa das danças de salão.
Ainda hoje faço treinos com o tango
Beijinho do Zé e da Mariana

Elvira Carvalho disse...

Amiga, fiquei preocupada consigo. Estive um tempo afastada do blogue e não sabia que estava doente. Espero e desejo que já se encontre restabelecida.
Um abraço

Maria disse...

Elvirinha:
Estive doente e ainda não estou bem.
Coisas de velha.
Também estive um fim de semana fora.
Este mês vou fazer mais exames e tenho consultas, mas já estou melhor.
Logo, passo pelo seu cantinho.
Obrigada e beijinho da
Maria

Green Knight disse...

Então Maria?...Tanta luta!...ainda é cedo para atirar a toalha para o ringue.
Velhos são os trapos minha amiga!
As melhoras são os desejos cá de casa.
Que tudo seja pelo melhor!
Beijinhos de amizade do
Zé e Mariana

Maria disse...

Amigos Mariana e Zé:
Este calor tem dado cabo de mim. Sinto-me cansada, desiludida, triste.
São fases. Há-de passar.
Saudades para os dois.
Maria

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Só agora, cheguei. Sempre é tempo de apreciar o que nos agrada. Cantei todos esses tangos. Minha mãe adorava, Fumando espero.Tenho a cópia em cd, com Libertad Lamarque. Adoro.

Para completar, digo-lhe que tenho uma irmã Margarida (para não fugir às coincidências...).

Um forte abraço, minha mana portuguesa. (agora vou comentar a outra postagem, que já li).
Até!

Maria disse...

Lucinha irmã:
As coincidências repetem-se. Esta Margarida, era minha prima irmã e a melhor amiga que já tive.
Foi cantando o "Fumando espero" que fumei o 1º cigarro.
Logo irei ao teu cantinho
Beijo da irmã
Maria