Costuma ser um dia um pouco triste. Lembra-me a morte, não só de Jesus, como outras mortes que têm marcado a minha vida.
No tempo do meu pai, a Páscoa era festejada em casa dele. Na quinta-feira, a que ele chamava, “quinta-feira das matracas”, (lembranças do tempo de menino em Óbidos), começava a Páscoa.
Reunidos em volta da mesa, as recordações vinham em catadupa e, a conversa durava até às tantas. Na sexta-feira, era obrigatório o bacalhau (único peixe que ele gostava). No domingo era a grande festa. O borrego assado, o Pão de Ló de Ovar, os folares, com ovos em cima, as amêndoas.
Depois dele morrer, todas as datas festivas, Natal, Páscoa, passaram a ser-me, não direi indiferentes, mas diferentes. Sem a alegria dele, sem o seu poder de aglomerar gente, nada faz muito sentido.
Ontem, preparava-me para passar mais uma sexta-feira santa, igual às outras, mantendo apenas, o ritual do bacalhau.
O meu filho disse-me que a Nemy, vossa conhecida dos comentários que aqui faz, se queria encontrar com ele. Conheço-a há muitos anos, de casa do meu pai, mas na confusão de gente que se juntava, nunca tinha calhado, termos grandes conversas.
Chegou perto das cinco, com um ar doce de menina, um livro e três rosas. Abraçamo-nos, num abraço longo, como duas amigas, que tendo-se perdido há muito, se reencontram. Tomámos chá e comemos o bolo que o Vasco fizera, a conversa desenrolou-se, fluiu, como se nunca tivesse havido separação.
Durante todo o tempo nem dos cigarros me lembrei. Sei que quando pensava serem horas de jantar, era meia-noite.
Bebemos mais chá, pão e bolo e... eram perto das duas da manhã, quando ela foi para casa. Ficou muito por dizer, Nemy. Agora que te reencontrei, não vou voltar a perder-te. Devo-te um dia muito bom.
Foi uma volta ao passado, uma volta pelo presente, em que vocês todos não foram esquecidos. Foram trocas de Sites e Blogs, perigos e vantagens da Internet, sei lá.
Passei uma tarde e noite lindas, como há muito não passava.
Obrigada Nemy, pelo livro, pelas rosas e, sobretudo pela tua presença. Volta depressa.
Mais um vez, Feliz Páscoa para todos.
Até um dia destes.
No tempo do meu pai, a Páscoa era festejada em casa dele. Na quinta-feira, a que ele chamava, “quinta-feira das matracas”, (lembranças do tempo de menino em Óbidos), começava a Páscoa.
Reunidos em volta da mesa, as recordações vinham em catadupa e, a conversa durava até às tantas. Na sexta-feira, era obrigatório o bacalhau (único peixe que ele gostava). No domingo era a grande festa. O borrego assado, o Pão de Ló de Ovar, os folares, com ovos em cima, as amêndoas.
Depois dele morrer, todas as datas festivas, Natal, Páscoa, passaram a ser-me, não direi indiferentes, mas diferentes. Sem a alegria dele, sem o seu poder de aglomerar gente, nada faz muito sentido.
Ontem, preparava-me para passar mais uma sexta-feira santa, igual às outras, mantendo apenas, o ritual do bacalhau.
O meu filho disse-me que a Nemy, vossa conhecida dos comentários que aqui faz, se queria encontrar com ele. Conheço-a há muitos anos, de casa do meu pai, mas na confusão de gente que se juntava, nunca tinha calhado, termos grandes conversas.
Chegou perto das cinco, com um ar doce de menina, um livro e três rosas. Abraçamo-nos, num abraço longo, como duas amigas, que tendo-se perdido há muito, se reencontram. Tomámos chá e comemos o bolo que o Vasco fizera, a conversa desenrolou-se, fluiu, como se nunca tivesse havido separação.
Durante todo o tempo nem dos cigarros me lembrei. Sei que quando pensava serem horas de jantar, era meia-noite.
Bebemos mais chá, pão e bolo e... eram perto das duas da manhã, quando ela foi para casa. Ficou muito por dizer, Nemy. Agora que te reencontrei, não vou voltar a perder-te. Devo-te um dia muito bom.
Foi uma volta ao passado, uma volta pelo presente, em que vocês todos não foram esquecidos. Foram trocas de Sites e Blogs, perigos e vantagens da Internet, sei lá.
Passei uma tarde e noite lindas, como há muito não passava.
Obrigada Nemy, pelo livro, pelas rosas e, sobretudo pela tua presença. Volta depressa.
Mais um vez, Feliz Páscoa para todos.
Até um dia destes.
20 comentários:
Maria, querida amiga,
Adormeci embalada em boas e ternas recordações, nas tuas histórias, no sossego de uma tarde tranquila e de um serão alegre e inesquicível.
Aprendi, recordei, diverti-me e ri-me com aquela alegria vinda bem cá de dentro, e que só conseguimos manifestar quando nos sentimos entre aqueles que são nossos.
A tranquilidade do Vasco e do João encantaram-me. Descobri porque gosto tanto do Vasco. Por culpa tua e do João.
O Nabão é um elemento especial da família da família. "Cão comos nós", cheio de personalidade!
Senti-me estável, em segurança e feliz, numa casa cheia de Família.
Obrigada por um dia muito feliz.
Um abraço inteiro, cheio de amizade, com votos de uma Santa Páscoa.
Nemy
P.S.- Uma Páscoa Feliz a todos os que por aqui passam, e uqe fazem parte do mundo da Maria; logo do meu mundo também
Querida Nemy:
Ainda bem que gostaste, pois para mim foi um dia muito bom.
Espero que se repita muitas vezes.
Agora que ficaste a conhecer o meu mundo, gosrtaria que fizesses parte dele, muuitas vezes.
Faz-me bem ter o Vasco por cá, uns dias, já que os outros, não vêm. A vida afasta-nos daqueles que mais amamos. Sinto muito a falta dos outros filhos e netos, mas a vida é assim. Não se pode ter tudo.
Espero que eles estejam bem e felizes.
Boa Páscoa para ti e todos os teus, de nós 3 e do Nabão.
Beijo.
Olá Maria;
É bom e mesmo emotivo, quando revemos amigos de longa data e que por um certo momento se perdeu o contacto...
Melhor ainda quando o reencontro acontece numa data especial que tão belas recordações de familia nos aporta como é a Páscoa e o facto de se recordar pessoas queridas que muito contaram em nossas vidas, faz-nos pensar, que afinal, a palavra Saudade tem mais
encanto que muitas noites de luar.
bjs para a Maria e também para a Nemy que proporcionou horas de felicidade a "nossa" Maria.
Bom Domingo de Páscoa.
Osvaldo
Osvaldo:
Foi muito bom, mesmo. Falámos do meu pai e do padrinho dela, grandes amigos, grandes homens, com um saber feito de vida, uma grande cultura, cheios de humanidade e amor por todos. Ao pé deles, ninguém estava triste. Sabiam histórias maravilhosas, cómicas, verdadeiras ou inventadas.
Ontem, por umas horas, fizémo-los viver. Se eles viram, ficaram felizes. Nós, ficámos.
Boa Páscoa para todos os seus.
Tenho o Anho Pascal a assar e já cheira. Amanhã só terei de assar as batatinhas, saltear os grelos e, comê-lo. Costumo sair-me bem.
Quer provar? Talvez um dia se possa mandar comida pela Net.
Beijo
Petite Marie!
O livro é um amigo que fala sempre connosco sem nada pedir em troca. Talvez a Nemy tenha pressentido que precisavas de ser ouvida.
Anho, palavra tão vernácula que já não ouvia desde o tempo em o "Agnus Dei" fazia parte do meu quotidiano.
Beijinhos ma petite!
Kim:
No Porto da minha juventude, o "anho" era prato obrigatório na Páscoa e no São João. Daí, eu ainda hoje, utilizar a palavra com frequência. A diferença, é que nesse tempo, eram muito novos e pequeninos. Eu tinha pena, mas eram deliciosos. Desta vez, a perna é quase do tamanho dos antigos anhos inteiros. Ainda por cima, este é Irlandês, assim, nem anho, nem borrego, nem carneiro, mas "lamb". Isto lembra o "Silêncio dos inocentes". Só espero amanhã quando o estiver a comer, não me lembrar disso. Tenho cá impressão, que não consigo comer. Foi dos filmes que mais me marcou. Houve cenas em que quase desmaiei.
Lá está a Marie, a baralhar alhos com bugalhos. A minha imaginação trabalha à velocidade da luz.
Se um dia falares comigo, verás o que quero dizer. Quando começo a falar de qualquer coisa, nunca se sabe onde vou parar.
A Nemy sabe que eu adoro ivros. É a melhor prenda que me podem dar.
A minha mesa de cabeceira tem uma pilha deles em cima, que às vezes desaba. Chego a ler três ao mesmo tempo e, não os baralho. Já o meu pai fazia o mesmo. Neste momento estou a ler, um livro (mais um) sobre Auschwitz, de Laurence Rees, "A última Dona de São Nicolau", de Arnaldo Gama e "A Pianista" de Elfriede Jelinek, prémio Nobel de 2004.
Boa Páscoa, meu amigo
Beijo
Boa Páscoa
Boa Páscoa, amigo senhor Luís.
Um abraço.
Gosto do seu blog.
Maria, João (chefe), Joâo (filho), Vasco e quem mais estiver presente, uma PÁSCOA FELIZ - deseja OBICHO e a parte da família (Fátima e MIguel) que voces bem conhecem.
Bicho:
Obrigados. Todos nós esperamos que a vossa Páscoa tenha sido Boa, sobretudo que tenham tido noticias da Mariana. Fez-vos falta, não foi? Por cá também houve algumas ausências. Doi que se farta. Temos que nos habituar (digo eu, que nunca me habituo).
Já viste, ou melhor, ouviste, o post do Blogador? Não percas e a Fátima que veja. É genial.
Beijinhos meus para ti, Fátima e Miguel, beijo para a Fátima e abraços para ti e Miguel, do João chefe (mas pouco).
Olaré..Mas que bom ter alguém especial a falar, recordar, contar, e as lembranças da tua casa paterna...O meu pai adorava comvidar (sou como ele) a minha mãe adorava contrariar e resmungar por ter gente para aturar...o pai sabia falar, manter uma conversa e rir, contar coisas reais e imaginárias e para os meus filhos ele nunca foi avô, avô foi só de nome, porque era o pai que eles não tiveram, um pai que não tinha tempo para lhes ler histórias ou contar coisas do seu tempo de menino...O meu pai sim, contava coisas da sua infancia e por vezes dolorosas, mas, tão bem contadas...
Eu fui á minha mãe, eram 14 e já cá estavamos... sempre a resmungar...enfim, eu já saí daqui de tristeza sem fim cá por dentro...imagina o resto, ter de passar aquelas horas afazer de conta que estava fenomenal..foi assim a minha Páscoa, também não era para levar cheia de risos...
Um ebijinho e fica bem nina..tou aquse a cem por cento, mas, eu chego lá..laura.
Laurinha:
A casa do meu pai estava sempre cheia. Éramos os 5 da casa, mais uns quantos. E isto não era só nas festas, era práticamente todos os dias. Havia sempre primos, tios ou conhecidos, sentados à mesa. Ás vezes, chegava a casa para almoçar, com um ou dois amigos que tinha encontrado, pelo caminho e a quem convidava para o almoço.
A minha mãe, passava-se, mas lá ia inventar comida, para mais gente.
Nos dias festivos, eram mesas de mais de 20, entre os de casa, os familiares e os amigos.
Tudo isso acabou. Só resta a lembrança.
Agora, também te digo, que eu, no lugar da minha mãe, também me passava.
Beijo
É bom rever os amigos e neste dia soube melhor ainda.As horas passam e nem damos por elas quando estamos bem e felizes.Obrigada Maria.Beijinhos
S.
Espero que esteja mais calma, mais coformada. É díficil aceitar os desgostos, sobretudo quando são como o vosso. Tenho pensado em vós, acima de todos na sua irmã.
Um beijo especial para ela e para si.
Obrigado, Bicho!
Espero que também tenhas tido uma boa Páscoa.
Abraço do Vasco.
Beijinhos, dos 4, Maria :)
Querida Maria
ah sim então agora já dei com o blog é que no perfil não consta querida mas claro que deve saber disso.
Gostei...apesar de tristes os posts, mas lerei depois com mais cuidado para comentar.
Pelo pouco que li e vi acho que a Maria é uma pessoa muito sensível e triste nesta altura talvez também se deixe invadir um pouco mais...é natural, a cabeça não pára de recordar e pensar...vou dar descanso hoje à minha com uns calmantezinhos que já comprei hoje que andava a ressacar da falta deles e nem conseguia dormir nem sossegar o coração com taquicardia.
Querida Maria, amanha voltarei espero...obrigada pelo carinho e atenção no meu blog aquela poesia está linda...obrigada.
Beijinhos e tentarei animar esta minha amiga logo que eu esteja mais livre e capaz de tal ...eu sou a Dona do Sorriso sabia? Apesar de tudo vou sorrindo porque o meu filho precisa ver isso em mim para andar mais sereno...
Ó minha Maria amiga, a tua mãezinha sabendo o feitio do marido, que ele aparecia de vez em quando com os amigos pla mão, tinha apenas de ter algo pra aumentar a sopinha...eu sei que assim não se faz, pois quando quero e posso a coisa faz-se pensada, ehhh, mas o teu pai hoje deve estar num lugar muito lindo, rodeado de belos amigos, porque ele soube sê-lo...E atrabalheira era para nós... eu não refilava, tentava levar tudo pelo melhor, porque ajudava sempre em tudo...e o meu pai não gostava de ir para casa dos outros comer, ams queria-os todos ali...mágico, mágicos eram nossos paizinhos amados...
Entretém-te, vai visitar os mais excluidos da sorte e terás menos tempo para pensar na tua saudade...
Compra o produto sim, se não encontrares, aqui em Braga não consegui, há em famalicão e eu peço á minha amiga que compre...
Miminhos, muitos, para ti..laura.
Lisa:
A Maria é assim: ou alegre como um pássaro, ou triste. Já perdi muita gente em 64 anos e, vivo no pavor de perder mais. Às vezes antecipo as coisas más, porque parece que as adivinho. Tenho medo de perder, o que ainda me resta. Não as coisas materiais, pois dou-lhes pouco valor. São as outras: o carinho, a amizade, a companhia. Tenho medo do sofrimento, sobretudo dos outros. Vivo os problemas alheios, como se meus fossem. Além disso, estou a atravessar uma fase má. Daí, tentar fugir, para os tempos em que tudo era cor-de rosa. É sempre assim nesta altura do ano. Depois passa.
Um dia destes, verás uma Maria diferente. Varro os fantasmas, limpo as teias de aranha que me povoam a cabeça e pronto.
Até lá, aqui continuo à disposição dos amigos, para ouvir as coisas boas e, alegrar-me com elas, ou ouvir as más e, tentar ajudar como puder.
Beijo e até logo.
Laurinha:
A minha mãe era previdente. Sabendo o marido que tinha, contava sempre com mais gente.
Além disso, como na canção do Chico Buarque, há sempre a solução: "E vamos botar água no feijão". Para ela, era ter ovos e presunto à mão e, lá se resolvia o caso.
Era uma pessoa muito especial, a minha mãe. Ele só estava bem, rodeado de gente. Ela só o queria ver feliz.
Beijinhos e dá notícias
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