Talvez devesse começar por dizer, “Era uma vez”, porque esta história foi passada com uma criança e mais parece um conto de crianças. Só que é verdadeira e foi passada comigo. Ou melhor, com a Maria menina de cinco anos, com a cabeça cheia de sonhos e uma loucura por brinquedos, que geralmente não podia ter.
Minha mãe viveu alguns anos em Águeda. Tinha lá amigas, daquelas amigas que vêem da infância e duram uma vida inteira.
Uma delas casou rica. Um dia, estávamos em Ovar a passar férias e minha mãe recebeu um convite dessa amiga, para ir passar o dia com ela a Águeda. Fomos. A senhora vivia num grande palacete, perto do centro da então vila.
Não me perguntem como era a casa. Tinha um jardim, uma cave e dois andares. Só me lembro da cave. Tinha três divisões: um bar, uma sala de jogos e um quarto de brinquedos. Havia duas meninas amorosas, que logo me levaram para o dito quarto. Eu parei à porta, muda, trémula, de olhos arregalados. Aquilo era uma loja de brinquedos preciosos. Havia bonecas lindas, de todas as nacionalidades, camas, armários cheios de roupinhas, pequenos pratos com comidas a fingir, sei lá. Eu nunca tinha visto nada assim.
A menina mais velha agarrou numa boneca com trancinhas, pôs-ma nos braços, dizendo: podes mexer em tudo. Olha esta tão parecida contigo! Até tem trancinhas como tu!
Mas eu já não via nada. Ao fundo do quarto, em cima de uma mesa, estava uma casinha pequenina, linda, com janelas, portas, plantas.
A menina viu o meu olhar e apressou-se a abrir a parte da frente da casinha. Tinha tudo. Móveis lindos, carpetes, cortinas, loiças, livros, bonequinhas vestidas de formas diferentes. Fiquei maravilhada e não larguei a casa em todo o dia. Limpei-a, arrumei-a, mudei a roupa das bonecas. Quando chegou a hora de partir, levei nos olhos aquele brinquedo que nunca poderia possuir. Chorei baixinho todo o caminho de Águeda a Ovar. Nunca esqueci a casinha. Era o meu sonho secreto e impossível.
Quando a minha filha fez cinco anos, o pai fez-lhe uma casinha com todos os moveis. Tudo feito por ele. Ela ainda hoje a tem.
Para mim foi o prémio de consolação.
Aqui há poucos anos, era a minha neta pequenina, apareceram uns fascículos de um livro, chamado “Casas de Bonecas”. Cada fascículo vinha acompanhado de uma peça da casa, ou um pequeno móvel. Logo sonhei dar uma à minha neta. Quando fui comprar o primeiro fascículo, o sonho de outrora falou mais alto. A Maria menina entrou na minha cabeça e disse: “Compra dois!” Quase sem pensar, comprei mesmo. E fui juntando semana a semana, paredes, portas, chão, estrutura, móveis, loiças. Quando acabou, o meu marido construiu-as. Ficaram lindas. Quando acabei de lhes pôr os móveis, as carpetes, as cortinas e as loiças, o meu coração batia como o da Maria menina de cinco anos. As lágrimas caiam-me dos olhos de novo, mas desta vez de alegria. Era o meu sonho realizado. Esta era minha. Não teria que a deixar.
Hoje ao limpá-la, tudo isto me passou na cabeça.
E sabem a melhor? A minha casa das bonecas não é um simples objecto de adorno. De vez em quando brinco com ela. Mudo os móveis de sítio, falo com as Donas Bonecas, invento histórias de vida para elas. Louca? Sou sim. Mas alguém ainda tinha dúvidas?
Se todos os sonhos fossem tão simples!
Até um dia destes.
Minha mãe viveu alguns anos em Águeda. Tinha lá amigas, daquelas amigas que vêem da infância e duram uma vida inteira.
Uma delas casou rica. Um dia, estávamos em Ovar a passar férias e minha mãe recebeu um convite dessa amiga, para ir passar o dia com ela a Águeda. Fomos. A senhora vivia num grande palacete, perto do centro da então vila.
Não me perguntem como era a casa. Tinha um jardim, uma cave e dois andares. Só me lembro da cave. Tinha três divisões: um bar, uma sala de jogos e um quarto de brinquedos. Havia duas meninas amorosas, que logo me levaram para o dito quarto. Eu parei à porta, muda, trémula, de olhos arregalados. Aquilo era uma loja de brinquedos preciosos. Havia bonecas lindas, de todas as nacionalidades, camas, armários cheios de roupinhas, pequenos pratos com comidas a fingir, sei lá. Eu nunca tinha visto nada assim.
A menina mais velha agarrou numa boneca com trancinhas, pôs-ma nos braços, dizendo: podes mexer em tudo. Olha esta tão parecida contigo! Até tem trancinhas como tu!
Mas eu já não via nada. Ao fundo do quarto, em cima de uma mesa, estava uma casinha pequenina, linda, com janelas, portas, plantas.
A menina viu o meu olhar e apressou-se a abrir a parte da frente da casinha. Tinha tudo. Móveis lindos, carpetes, cortinas, loiças, livros, bonequinhas vestidas de formas diferentes. Fiquei maravilhada e não larguei a casa em todo o dia. Limpei-a, arrumei-a, mudei a roupa das bonecas. Quando chegou a hora de partir, levei nos olhos aquele brinquedo que nunca poderia possuir. Chorei baixinho todo o caminho de Águeda a Ovar. Nunca esqueci a casinha. Era o meu sonho secreto e impossível.
Quando a minha filha fez cinco anos, o pai fez-lhe uma casinha com todos os moveis. Tudo feito por ele. Ela ainda hoje a tem.
Para mim foi o prémio de consolação.
Aqui há poucos anos, era a minha neta pequenina, apareceram uns fascículos de um livro, chamado “Casas de Bonecas”. Cada fascículo vinha acompanhado de uma peça da casa, ou um pequeno móvel. Logo sonhei dar uma à minha neta. Quando fui comprar o primeiro fascículo, o sonho de outrora falou mais alto. A Maria menina entrou na minha cabeça e disse: “Compra dois!” Quase sem pensar, comprei mesmo. E fui juntando semana a semana, paredes, portas, chão, estrutura, móveis, loiças. Quando acabou, o meu marido construiu-as. Ficaram lindas. Quando acabei de lhes pôr os móveis, as carpetes, as cortinas e as loiças, o meu coração batia como o da Maria menina de cinco anos. As lágrimas caiam-me dos olhos de novo, mas desta vez de alegria. Era o meu sonho realizado. Esta era minha. Não teria que a deixar.
Hoje ao limpá-la, tudo isto me passou na cabeça.
E sabem a melhor? A minha casa das bonecas não é um simples objecto de adorno. De vez em quando brinco com ela. Mudo os móveis de sítio, falo com as Donas Bonecas, invento histórias de vida para elas. Louca? Sou sim. Mas alguém ainda tinha dúvidas?
Se todos os sonhos fossem tão simples!
Até um dia destes.
27 comentários:
Cara amiga.
Se isso é ser louco eu também sou.
Gostei de ter ler.
Beijinho.
Maria;
Isto que escreves é lindo e belo de ternura...
É a prova de que em todos os adultos, num pequeno canto do coração, ainda mora o coração de criança... e mais, provaste que os sonhos podem demorar a se realizar poderâo passar-se anos, decénios, mas num dia qualquer das nossas vidas, como por encantamento, o sonho realiza-se e certamento com um gosto mais profundo.
Que lindo conto de fadas, só que neste caso verídico, nos ofereceste hoje!...
Bjs para ti e um abraço para o João,
Da Ana e Osvaldo
Alfredo, amigo:
Mal de quem não é um pouco louco,
Passa na vida sem saber o que é sonhar.
Mas eu às vezes abuso.
Beijinho.
Caro Osvaldo:
Ainda bem que gostaste. Eu hei-de ser eternamente criança, nalgum cantinho de mim.
Este sonho levou muitos anos a realizar e um dia, quando já não esperava, aconteceu.
Ainda hoje olho para a minha casa de bonecas, com um sentimento de grande ternura.
Abraço do João, beijinhos para ti e para a Anita.
Mariazitamiga
Ser criança é ser feliz - ou devia ser. Infelizmente, por este Mundo Cão há milhões que o não são. Quando em 1962, Jacopetti realizou o seu Mondo Cane, preocupou-se apenas com adultos e animais em situações incríveis, bastas vezes repugnantes.
Porem, lamentavelmente, esqueceu-se das crianças maltratadas, vigarizadas, roubadas, exploradas e abusadas. Não falou em pedófilos, era tabu. Mas eles existiam, pedos é criança em grego!
Cada um de nós traz agarrada a criança que foi. E bem. E excelente. As recordações da infância são das coisas mais lindas que existem.
De tudo. Dum beijo dos pais, dos avós, dos irmãos, das namoradinhas - de todos quantos nos queriam bem. De um cavalo de pau. De um arco e de uma corda de saltar. De um sabor. De um cheiro.
Por que não da casa de bonecas? Ou das, de todas, ainda que de uma em especial? Não tenho irmãs, eramos três galfarros. Mas tenho primas. Queres tu saber? Fui pai de muitas bonecas e só não fui mãe porque... não fui.
Padrinho, então, nem falar. Lembro-me perfeitamente, tinha eu oito anitos, de ter dado o nome especial de Milena a uma de tranças de estopa amarela a fingir de loira. E de a ter baptizado, oficiante e padrinho não eram incompatíveis...
Porque, na escola das meninas que era separada da dos rapazes - tu lembras-te, era pecado estudar nos mesmos bancos e nas mesmas carteiras, crime salazarento e cerejeiriento, fdp - havia uma loirita de lacinhos nos cabelos que se chamava Maria Helena. Mas, as outras chamavam-lhe Milena.
Foi a minha primeira GRANDE PAIXÃO. Sem consequências, uma desgraça, um desastre. Por mor dela levei uma coça do Trindade, puto como eu, mas bera como a ferrugem. Que também olhava para ela com a baba ao canto dos lábios.
No meio de um jogo de berlinde - sem piras são três - o malandro aproveitou quando eu media a palmo a distância para a terceira cova, atirou-me ao chão e foi fartar vilanagem.
Foi exactamente nesse momento que me dei conta do perigoso que era ser padrinho. Deixei as bonecas em paz, mas não as primas. E até pintei com lápis de cor, os cortinados de papel almaço para um quarto de cama de boneca, sem casa de banho.
Mas, da qual nem sabia o nome, não sei e nunca saberei. Para emenda já me bastara a miserável Milena.
Tão belo, tão arrebatador, ó minha querida maria, que bom que já eras avó, mas, tiveste a tua casinha de bonecas. Eu também falo com as coisas, até com o shakita que me responde com o olhar...
Foi bom teres enfim, a tua casinha d ebonecas, e olha que a smeninas foram umas queridas, e, nem todas as crianças emprestavam as suas bonecas ou brinquedos...Não és louca, és uma louca saudável...beijinhos meus. laura.
Maria, acho que uma casinha de bonecas é o sonho de qualquer criança, na minha altura nem sonhar podia sonhar, pois se nenhuma tinha visto ainda.Já casada é que começei a ver as casinhas pela televisão, depois pelo trabalho vi algumas das filhas dos patrões.As minhas filhas nunca tiveram nenhuma, não podia, também só a mais nova é que pediu, mas já com 13 anos, acho que não ia brincar muito com ela.A escola fechou e ainda não andou com as bonecas nos carrinhos como o Verão passado, acho que cresceu e eu nem dei conta.Mas não me importava de ter uma dessas casinhas aqui em casa.Brincar e sonhar faz bem, aos olhos e ao coração.Quantas vezes não tenho vontade de saltar à corda, brincar à cabra cega, ao lençinho que vai na mão.Vou brincando ao dóminó aqui com a criança mais velha da casa, o meu marido.Quantas vezes nos sentimos assim crianças, até gargalhadas com os desenhos animados alegram alguns serões cá em casa.Louca também, se calhar até sou, mas que importa, se o amor e a paz reina por aqui.Um beijinho de boa noite, sonhe com os anjos
Henriquamigo:
Da minha infância guardo tesouros de ternura. As histórias lindas da minha avó, os binquedos que meu pai me fez, por não poder comprá-los, os vestidos e roupas das poucas bonecas que tive. Há dias fui encontrar uma cama de boneca, comprada numa barraca da feira de Santa Iria. Estava estragadota, ainda tentei deitá-la fora, mas não consegui. O São João arranjou-a com jeito, pintou-a da côr que tinha e ficou linda. Falta fazer-lhe as roupas, depois mostro.
Da escola lembro, que em Tomar, as escolas primárias eram separadas.
Já no Porto, o meu Liceu era o Carolina Michaellis, ficava num alto, depois havia uma rua, uma enorme escadaria, a Rua Oliveira Monteiro e mesmo em frente o Liceu D.Manuel II, dos rapazes. Frente a frente, mas longe. Além disso, os rapazes não tinham licença de passar na rua do nosso Liceu. Havia sempre polícia a afastá-los. Que trabalhos e voltas tinhamos que dar, para nos encontrarmos com os eleitos de momento! A Reitora, mais salazarenta que o próprio, tratava-nos como freiras. Fazia-nos rezar o terço à hora do almoço. Quando foram as eleições do General Delgado, a mulher rezava pelo Salazar, pelo Méquinho e parte de nós já estava farta daquilo. Um dia, no meio da confusão, há uma que diz a meia voz, que queria rezar uma Ave Maria por uma intenção particular. Desatou tudo a rezar. No fim, ela com a maior lata, declara: esta Ave Maria foi para o Delgado ganhar as eleições. A gargalhada foi geral, a mulher ia desmaiando e a mocinha ia sendo suspensa. Nessa altura, algumas de nós dissemos ser tão responsáveis como ela, que as eleições eram livres e que para suspender uma, teria que suspender as outras. A mulher lá se aquietou, contrariada como o Ventoinha, mas ficou com aquele grupinho debaixo de olho.
Belos tempos, amigo. Tempos de esperança. Adorei o General, sabes? Foi um dos meus ídolos. Era bom demais para esta miséria de país. Começo a ter vergonha disto.
Até amanhã amigo.
Abraço do João, beijinho à Raquel e queijinhos para ti.
Laura:
Esse dia em Águeda foi muito giro.
As meninas eram mais ou menos da minha idade e muito simpáticas.
Ai Laurinha, se tu me visses a falar com o nabão, fartávas-te de rir. E ele percebe tudo. Sabe quando estou triste, alegre, doente. Olha para mim com aqueles olhos grandes e redondos, com um amor tão grande! Como era muito pequenino quando mo deram, não se lembra da mãe e deve julgar que sou eu. Agora está deitado aos meus pés, à espera que eu me vá deitar, para ir também.
Ainda tenho os pulsos doridos, mas já consigo teclar.
Até amanhã, flor de linho
Beijinhos e boa noite.
Salomé:
Eu já tenho netos e ainda gosto de brincar e também me farto de rir com alguns desenhos animados.
Quanto aos filhos amiga, quando nós damos por isso, estão homens ou mulheres. Para nós serão sempre os nossos bebés.
Sonhar é bom, embora se deva sonhar com os pés na terra. Mas os sonhos de infância não esquecem nunca.
Espero que seja sempre muito feliz, Salomé.
Beijinhos e bom fim de semana.
ADOREI o teu post, querida Maria :)
(lemos os 4!)
4 abraços, cheios de ternura :)
Maria, bom dia para ti.
Apanho-te cedo pois com a minha mãe aqui, tenho mais afazeres e passarei menso, assim; tem um dia bom e que os deditos teclem a toda a brida pois para mim este espaço virtual, é o melhor soporifero para muitas dores...Jinhos a ti da nina das resteas..laura.
Carlinha:
Que bom ter notícias vossas!
O Martim já está de férias, agora pode desenvolver o Blog dele.
Beijinhos para os 4
Bom dia flor de linho.
Antes que vás embora, quis desejar-te um bom dia. Espero que hoje não venhas da tua mãe triste. Tem paciência com ela. Tu que entendes tão bem toda a gente, tenta perceber porque é ela assim contigo.
Vou hoje à cabeleireira brrrr. detesto ambiente de cabeleireiras.
Conversas parvas, bisbilhotices, revistas côr de rosa, fulano que deixou sicrana ou vice-versa. Coisas que não me interessam nada.
Vou levar um livro e tentar não ouvir. Sinto-me numa capoeira de galinhas. Muito barulho, muita estupidez para a minha cabeça.
Mas tenho mesmo que ir cortar o cabelo.
Até logo e beijinhos
Maria, a minha mãe, está aqui em casa. Neste momento, dorme, e bem, ferrada... Tomamos o pequeno almoço juntas, pus as gotas no olho, está bem, não consigo ter paciência, não consigo, eu bem tento, mas ela terá de fazer a parte dela, dobrar a lingua melhor e mais vezes, e dizer coisas mais interessantes, com pés e cabeça, enfim...eu tenho calma, tenho sim, e faço de conta (só por vezes, não dá para fazer de conta,sempre, passo a ser burra e isso não sou!...
Uma cois aboa que eut neho é não ouvir as palavras, não olho, não ouço ehhhh Deus lá sabe...os sons que ouço deixam-me feliz...chegam-me, apenas me fazem muita falta para o telefone se é que algum dia conseguirei telefonar a alguém... e que querias que fosse a conversa nos salões d ecabeleireiro? Já viste a treta sobre boas maneiras, boas acções? ali? nem queria smais nada...eu quando vou é ao salão d aminha amiga, e raramente está lá alguém, já marco com ela, assim, falamos do que queremos e somos amigas desde que vim morara qui...ela é a mãe do Joãozinho, o Bébé que foi mais que encomendado, nasceu sob fertilização in vitro, e eu sonhei com ele antes de ela engravidar, uns meses...acompanhei todo o processo da gravidez, e une-nos uma belsisim amizade, tanto com ela como com o marido..Uma jóia de moça e não falamos mal de ninguém, falamos das nossas vidas... tão bom assim..Beijinhos e vai lá que o cabelo precisa de andar nito...e não te esqueças de ir tratando com ot eu motorista de setembro, ahhhhh, queria tanto, a nãos er que antes ainda consigamos, sabe-se lá...
Laurinha:
Vou entrar devagarinho para não acordar a tua mãe. Enquanto dorme estás descansada. Faz por ter paciência, nina. Ela se calhar também tem problemas e descarrega em ti.
Vim da cabeleireira e vou descansar a cabeça um bocadinho, porque parece que saí da capoeira das galinhas. Só barulho, telenovelas, conversa para boi dormir.
Até logo e beijinhos.
Olá Maria.Sabes que a minha filha fez essa coleção de bonecas,agora a minha neta,já me pediu um armário que tenho antigo para ela fazer e montar lá as casinhas,é muito lindo,a minha filha tem uma coleção de bonecas de todo o mundo,gosto de ver.
Beijinho bfs
Olá Agulheta:
Também fiz uma coleção de bonecas Victorianas e outras. Este vício das coleções é muito giro, mas fica caro e dá trabalho. Tenho as bonecas numa vitrine. Qualquer dia mostro. Também tenho saleiros e pimenteiros de todos os feitios e de vários locais do mundo. Tenho mochos diversos, de todos os tamanhos e feitios. Agora parei um bocado com a mania das coleções.
Só o trabalho que os filhos vão ter, quando eu for fazer coleções para outro lado, me fez parar.
Adoro brinquedos, objectos pequenos e claro, livros. Dessa não me curo. Entro numa livraria para comprar um, saio de lá com 4 ou 5. Já quase não tenho espaço para eles.
Podia dar-me para pior, deu-me para juntar coisas.
Beijinhos.
Maria, ainda bem que voltaste à infância. Isso é bom e ajuda-te a crescer porque enquanto assim sonhares és menina!
Por algum motivo conyinuas a ser a Petite Marie!
Noutro continente, ao sabor das vagas, vou tentar passar por aqui nos próximos 10 dias.
Beijinhos
Pois Maria, loucura não é, digo-te eu, que pouco percebo de casas de bonecas, mas sei alguma coisa de sonhos de infancia, encravados no tempo, a deixar uma surdina subterrânea que não é música, não senhora, mas a que já tanto nos habituámos que só a ouvimos de tempos a tempos.
Depois surge uma oportunidade, fazemos a ponte, e curamos a "coisa", recuperamos a nossa meninice em serenidade. Voltamos a ser crianças, com todas as vantagens (?) da maturidade.
Loucura???!!!!
Se o fantasma do Freud andasse por aí diria que é terapia.....
Um beijinho
Kim, meu amigo:
A Petite Marie volta sempre. É muito mais forte do que eu e eu não sei viver sem ela. É ela que me ajuda a vencer tudo.
Vais viajar? Ainda bem, mas tem cuidado com a gripe dos porcos.
Eu vou ficar por aqui, a assistir mais uma vez ao "Triunfo dos Porcos". (Lá vem a Maria com os pessimismos dela).
Boa viagem, diverte-te, vê coisas bonitas, para depois contares e volta bem.
Até à volta amigo.
Beijinho
Antonior:
Obrigada pelo comentário.
Terapia é a palavra certa. Conseguir realizar um sonho depois de o ter perseguido (ou por ele ser perseguido) durante anos, é das melhores coisas do mundo.
Por isso eu não quero deixar de sonhar nunca. Assim terei sempre um objectivo, uma meta a alcançar.
Alguns vão ficar pelo caminho, alguns até já ficaram, mas outros há, que um dia, em qualquer lugar, em qualquer esquina, virão ter comigo.
Tenho pena de quem perdeu ou nunca teve, a sorte de ter sonhos.
Beijinho para ti e continua a sonhar também.
Maria; já deitei a ma~e, pus as gotas, pomada nos joelhos, tem o chá de codreira na mesa de cabeceira e está a nanar...
a Neide foi jantar com o namorado, ia linda, ela é linda e fofinha, iam felizes...que bom, ao menos sabe o que eu não sei, o que é o amor...
O manel a ver tv como semrpe e eu aqui, estive afalar com a estrelinha dalva uma nina queridinha...
Beijinhos meus, bebe o cházinho que te rouxe e..a minha mãe problemas se não tem arranja-os, mas não vive sem eles...eu sou paciente, ahhh ela ja rezou mais de 3 kilos de terços e enquantom reza vai falando de coisas que enm interessa, enfim, diz que é plas almas, se pedisse só por ela já era bom, quem lhe diz isso? se lhe digo: ó mãe, para que é tanto terço, faz uma cara de quem falou besteira e responde que é pelos nossos mortos, enfim, eles devem estar de papo cheio à custa dos terços dela, ainda me rio....
Beijinhos maria e brinca com a sbonecas é bem lindo..laura.
Laurinha:
Se a tua mãe ao menos não te aborrecesse enquanto reza os terços dela, o remédio era fazê-la rezar todo o dia.
Porque será que as pessoas muito religiosas são tão chatinhas e intransigentes? Se calhar acham que Deus lhes perdoa tudo, por engrolarem uns quantos padre-nossos e Ave-Marias. Deixa-a rezar pelos mortos, pelos vivos, desde que te deixe em paz.
Os malvados dos ossos estão outra vez na mesma. Este tempo humido e quente não ajuda nada.
Até logo e beijinhos.
Sabes Maria, só hoje é que consegui ler a tua estória das casinhas de bonecas. No meu tempo como no teu, brinquedos era coisa que não abundava nem pouco mais ou menos. Sabemo-lo nós que estávamos do lado da maioria dos que os não tinham.
Lá em casa éramos 6 raparigas com diferença de mais ou menos 15 anos da mais velha para a mais nova. Eu sou a segunda mais nova. Tínhamos todas um irmão, mais novo portanto que era uma espécie de brinquedo. Era o "ai jesus" como se dizia de algo muito precioso. Porque era o menino depois de 6 raparigas e foi o último porque o meu pai fez filhos qté ter um rapaz.
No tempo do meu irmão já o meu pai comprava uns bonequinhos giros e uma bicicleta e outras coisas para rapazes mas. Para as raparigas havia sempre prendinhas mas nada de transcendental. Mas acho que nós nem reparávamos. Brincávamos a tanta coisa... No campo havia montes de recursos. Fazíamos até, como os rapazes, carrinhos com uma cana e rodinhas na ponta. Sei lá!...
Mas isto turo para te dizer que os melhores brinquedos aconteceu serem meus porque estive no hospital quando era muito pequena e amigas da minha mãe visitaram-me e levaram de prenda um conjunto de todos os utensílios, todas as peças, de barro que se usavam na cozinha. Estás a ver a minha alegria. Aquilo era uma relíquia sem tamanho. Eu zelava por aquelas peças como coisa minha de mim, sei lá também!...
No dia que li este teu texto lembrei-me delas de novo e já voltei aqui uma ou duas vezes mas só hoje te escrevo isto.
Um dia uma vizinha chamou-me para ir com ela "à vila", que é como quem diz ir com ela para ajudar a trazer os sacos (fazíamos isso sempre com as vizinhas). Como estava a brincar com a minha irmã mais nova, ficou ela a brincar e eu fui. Quando voltei, Maria, encontrei tudo partido e ela a saltaricar na maior das descontrações. Foi tão difícil, Maria. A minha irmã com inveja partiu tudinho e ficou uma menina muito mais feliz. Até levar as respectivas palmadas do meu pai ou da minha mãe já nem sei. Só que a mim nada disso adiantava nada.
Eu fiquei ali juntando bocadinho a bocadinho o que acabou por ir para o lixo por não ter jeito de ser recuperado. Achei tão injusto!!!... Eu não tinha culpa de me terem dado a mim. E deram porque eu tinha estado um tempão hospitalizada e me mimaram por iso... Eu era pequenina quando me deram. Tinha 5 anos.
Bom Maria, o relato vai mais que longo. Desculpa o desabafo. Ao longo da vida de adulta ainda fui comprando nas feiras umas pecinhas dessas mas senti que não era a mesma coisa.
Beijinho, Maria e obrigada pela memória.
Girassol:
Afinal não tinha visto mesmo.
Vieram-me as lágrimas aos olhos. Como as crianças podem às vezes ser mázinhas e vingativas!
Calculo como te deve doer ainda, lembrar.
Eu tive uma boneca com cara de borracha e corpo de pano. Chamava-se Carolina Augusta e eu adorava-a. Tanto, que achei que ela precisava de comer. Abri-lhe um buraco na boca e metia-lhe lá dentro tudo o que era comida. A boneca cheirava mal, a minha mãe tirava-lhe os restos da boca com uma pinça, laváva-a e eu voltava ao mesmo. Um dia ela fartou-se e meteu a boneca no fogão. Claro que não me disse. Aproveitou uma mudança de casa para o fazer e deu a desculpa que se tinha perdido. Mas eu descobri o que se passara e durante quase uma semana não comi, não dormi e odiei a minha mãe. Ela chorava arrependida, mas já nada havia a fazer. Olha que ainda hoje me custa falar nisso. Talvez por causa desta cena, nunca consegui deitar nada dos meus filhos fora.
Só para veres: O mais novo, tinha a mania de guardar as tampas das pastas dos dentes e rolos vazios de papel higiénico. Pois juro-te, nem um foi para o lixo pelas minhas mãos. Ferir uma criança é tão fácil e eles têm tanto tempo para sofrer.
Beijinhos
Também eu sou uma LOUCA!!! bjk
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