domingo, 5 de julho de 2009

Irmãs


No dia em que fiz dois anos, estávamos no Carregal, perto de Ovar.
À hora do jantar, um grande reboliço pôs tudo em polvorosa. Estava tudo de volta da mãe, que agarrava a grande barriga com as mãos e gemia. Desatei a berrar. Queria o colo dela, queria a minha mãe.
Levaram-me dali, adormeceram-me e já não dei pela saída da mãe para o Porto.
De manhã as tias explicaram-me que a mãe e o pai tinham ido buscar o bebé novo. Aí fiquei contente. Eu já tinha um irmão mais velho, que era o meu protector, tinha tido uma irmãzinha que não conhecera e pela qual a mãe chorava ainda. Um bebé, era tudo o que eu queria. Só que o bebé, levou quatro dias a chegar. Eu já estava em pulgas. Então nem bebé, nem mãe, nem pai? Mas onde é que tinham ido buscar o bebé?
Um dia vestiram-me a preceito, meteram-me no carro do tio Zé e levaram-me a uma casa enorme, com umas senhoras vestidas de branco, véus na cabeça, terços à cintura. Andamos por um corredor grande, abriram a porta e lá dentro estava a mãe sem barriga, o pai com ar embevecido e uma trouxa de roupa cor de rosa, só com a carinha de fora, isto é: o nariz arrebitado, o polegar na boca e os olhos fechados. Olhei para a mãe com ar interrogador e ela disse: é o teu bebé e é uma menina. Já mais ninguém teve licença de te tocar. O bebé era meu. Só eu tinha direito de te tentar tirar o dedo que teimosamente, metias de novo na boquita.
Fomos crescendo. Sempre juntas, sempre cúmplices, sempre à bulha, sempre irmãs. Até eu casar, dormíamos no mesmo quarto. Chorámos e rimos, discutimos e encobrimo-nos. Num minuto odiávamo-nos, noutro morríamos a rir por qualquer coisa.
Separámo-nos. Cada uma teve e tem a sua vida. Tu estás aí, nas ilhas de bruma, eu aqui, neste país de lodo.
Todos os dias me lembro de ti. Como és agora, como fomos dantes.
A vida mudou e mudou-nos. Mas há coisas que permanecem iguais. A amizade, a ternura, a saudade e a lembrança daquele dia doze de Dezembro. Ainda oiço a voz da mãe: “Olha filha, é o teu bebé”.
Sabes que não sou de grandes manifestações de ternura, ao contrário de ti. Hoje abro uma excepção. Um abraço daqueles sufocantes e uma data de beijos como gostas.
Até um dia destes.

46 comentários:

Laura disse...

No dia 11 de Dezembro nasci eu... o ano nem interessa para o caso, porque, quase que fazemos anos no mesmo dia...
Não tive uma irmã, tive dois irmãos, o que mais amava já se foi há 5 anos.
Que bom que ainda a tens e podes dividir com ela as ternuras de crianças, as lembranças, o amor, a amizade...
Beijinhos para ti e para ela, da, laura..

Maria disse...

Laurinha:
A minha irmã é mais nova que eu. Sagitariana com nós, mas diferente.
É uma mulher cheia de força, voluntariosa. Há dois anos atravessou sózinha, os E.U.A. de um lado ao outro de camionete. Tem uma maneira de ser diferente da minha e eu admiro-a por isso. Quando mete uma coisa na cabeça, é para fazer mesmo. À sua maneira é uma heroína. Passa por cima de tudo para conseguir fazer o que quer. A vida já lhe deu muitos desgostos, mas ela não se deixa abater. Não é a parva da Maria, sempre com medo de tudo. É valente e corajosa.
Tivemos as nossas pegas e zangas, mas eu adoro-a e admiro-a. Sabe sempre o que quer e como consegui-lo. Nisso é parecida com o nosso pai. Nunca torcem. Dão sempre a volta por cima.
Não sei se ela vai ler isto ou não, mas é uma das pessoas que mais amo no mundo e não posso pensar na vida sem ela.
Beijinhos, nina e até logo.

pico minha ilha disse...

Aqui nas ilhas de bruma, exista alguém que gostaria de conhecer, um dia quem sabe vou ali por aqueles lados e pergunta aqui e acolá encontro esse alguém.A ilha é pequena e todos se conhecem.Um beijinho Maria, outro para sua irmã e até um dia

Maria disse...

Salomé:
Estou certa que já se encontraram algumas vezes. Um dia irão conhecer-se.
Talvez um dia destes, te dê uma pista.
Beijinhos

mariabesuga disse...

Ah Maria ainda me lembro do dia em que me levaram de casa para trazerem o meu irmão só que ninguém me explicou nadinha. Levaram-me num dia para casa do meu padrinho e de volta a casa dou de caras com uma "coisinha" dentro da cama com a minha mãe. Era o meu irmão, mais novo de nós todos, aliás, todas que somos 6 raparigas.

Adorei essa da tua menina ser só polegar na boca e nariz arrebitado. É que na foto o narizito arrebitado lá está como marca registada que a deve seguir ao longo da vida.

Aqui vai para ti um beijo e um abraço como o que trocámos no primeiro encontro. Para quem não é de grandes manifestações de ternura... Aquele abraço passa a ser ainda mais especial para mim.

Beijinho ao teu João e abraço do pintor para vocês.

Maria disse...

Girassol:
Ao fim destes anos todos, o nariz continua igual. Chuchou no dedo até tarde. Uma vez esfregaram-lhe malagueta no dedo, a ver se perdia a mania. E não é que ela gostou? Ainda hoje gosta de picantes.
Teve sempre muita vida, era uma miúda esperta e brincalhona. Agora é uma mulher forte e decidida, apesar de sensível. Luta pelo que quer. Além de amor, tenho admiração por ela.
Vê na resposta que dei à Laura, o que ela fez há dois anos.
Abraço do João para o Pintor e beijinhos para os dois

mariabesuga disse...

Decidida!!! decididamente é uma das características da tua irmã, Maria. Mas por favor não te julgues a ti parva por seres diferente dela. Cada um é do jeito que é. Até porque hás-de ter os teus dias de mulher forte e decidida como ela os há-de ter de fragilidade e medos...

Beijinhos nossos daqui para vocês, Maria.

Maria disse...

Girassol:
É claro que ela tem dias de fragilidade, mas supera-os. Já passou por muita coisa, até a morte do marido, que era um santo.
Aí eu tive medo de que ela não voltasse a ser o que era. Levou bastante tempo a reagir. Aquele rosto sempre alegre e sorridente, ficou triste e ela parecia ter perdido toda a vontade de viver. Devagarinho foi recuperando. Mas eu sei que ela deve ter momentos de tisteza e saudade. Depois reage, reage sempre.
Eu não sou assim. Qualquer coisinha de nada, me faz ficar num marasmo, que dura dias sem fim. Não sei lutar pelo que quero. Tenho tido muito mais sorte do que ela. A minha vida tem tido poucos sobressaltos. Mas reajo muito mal.
A morte do meu pai há quase oito anos, ainda não a consegui aceitar. Tenho dias em que só penso nele.
Às vezes penso que a minha propensão para a tristeza é congénita. Não há nada a fazer.
Beijinhos minha amiga.

Osvaldo disse...

Olá Maria;

Tinha eu oito anos quando nasceu minha irmã mais nova. Não foi pro Porto nem pra lado nenhum, nasceu ali em casa mesmo... Era Julho, 24 de um ano já um pouco distante. Nós, os putos, corriamos atrás de uma bola na rua até que escutamos;... Nasceu, é uma menina!... ao mesmo tempo que um choro de bébé encheu a rua tal notas musicais extraidas de um Stadivarius!!!!.

Não houve mais bola pra ninguém e a partir d'ali passou a ser a minha menina até porque a outra minha irmã era mais velha.

Esse minha menina, cresceu, formou-se, fêz-se mulher, virou jornalista, e hoje, sempre jornalista, faz parte da Administração da Rede Globo... mas é sempre a minha menina e eu, sou o seu "mão"...

bjs Maria e um abraço ao João,

da Ana e Osvaldo

pico minha ilha disse...

Acho que sim Maria.Só um nome, nada mais e chego lá.Um beijinho grande Maria e resto de bom dia, aqui chove e bem, já não sei se é Verão ou Inverno.

Maria disse...

Caro Osvaldo:
As manas mais novas são sempre as nossas meninas. Crescem, fazem a vida delas, mas nós vêmo-las sempre iguais. A minha vive nos Açores, terra do meu querido cunhado, que infelizmente, já não está connosco. Gostei dele como de um irmão, porque ele amou a minha irmã. Tiveram 2 filhos, que ficaram cedo sem o pai. Ela foi mãe e pai. É uma mulher cheia de força e eu orgulho-me dela.
Desde que postei o nascimento dela, as lembranças do tempo que vivemos juntas, não me largam.
Eu e os meus irmãos somos muito amigos. Somos 3. O mais velho é um grande homem, a mais nova uma grande mulher. A do meio sou eu, esta Maria, que vocês já vão conhecendo.
Um abraço do João e beijinhos para a Anita e para ti.

Maria disse...

Salomé:
Aqui também está mau. Frio, vento.
Ainda não chove, mas é capaz de ainda vir água.
Dou-te uma data: "25 de Novembro".
Vê se consegues associar a alguma coisa. Aos poucos talvez te diga mais.
Gostas de Bandeiras? a nossa é linda.
Beijinhos

pico minha ilha disse...

Maria 25 de Novembro lembra-me o sismo de 73, na altura só tinha 4 anos e na minha Freguesia "Piedade" não aconteceu nada do que passou em S.Luzia, Bandeiras e arredores.Se o tempo melhorar ainda hoje ao ir às compras à Madalena(no himper de lá é tudo mais barato) passo por lá.Beijinhos Maria

Maria disse...

Salomé:
A data está certa e é nome de rua.
Perguntei-te se gostas de bandeiras. Diz-te alguma coisa?
Beijinho

O Encapuçado disse...

Isso fez lembrar o dia 23 de Outubro de 1959, nasceu em casa o meu mano amado, o Helder, fui eu que cuideid ele sempre, era o amor da minha vida, crescemos sempre lado a aldo, naquele amor tão unido, o mesmo não aconteceu com o mais velho que sempre foi um trouxa para mim, sempre a deitar-me abaixo por não ouvir, quando ele é igual a mim, agora eu ouço, ele não, mas...o que mais amava já faleceu há 5 anos, 5 anos de saudade, de diálogos interiores por vezes, em que o sinto presente em mim, e falamos, falamos...demo-nos sempre tão bem, que, melhor seria impossivel.
Foi bom ter tido esse presente d enino que nasceu em casa e quando o pai me foi acordar, lá vinha eu de má catadura com o meu pijama de flanela amarela com cãezinhos, ver o que o pai queria mostrar e, vi aquele rapagão de quase 5 kilos, na cama d aminha mãe, cabeleira farta, lindod e morrer, e, foi o meu amor de toda a vida...e continua a ser..beijinhos meus.

Maria, esse ânimo como é? olha que o cházinho em demasia emagrece muito...bora lá arribar a cabeça, está todo mundod e férias e escrevemos pouco..beijinhos. muitos, adoro-te e tu sabes..laura.

O Encapuçado disse...

Maria, lamento desiludir-te, mas, sou como a tua mana, voluntariosa e querendo, ai faço que faço, memsos em ouvir..o pai que o diga que por vezes me chamava filha d amãe, ela quando quer, consegue e leva tudo à frente, é assim mesmo...e ser sagitariana temos muito em comum, mas, é o dia e a conjugação dos astros, o ano, que contam mais... Beijinhos.

O Encapuçado disse...

Maria, ao ler-te para a besuguinha de ela chuchar no dedo e na chupeta, ahh a mãe deitou a minha fora, fingia esfregá-la no lixo, e eu ia buscá-la e escondia-a debaixo da almofada,depois ia lá dar uma chuchadela e escondia-a de novo até me fartar ehhh é tipico de nós ehhhhhh

Anónimo disse...

Mariazitamiga

Irmãs e tão diferentes? Nós eramos três irmãos, o mais novo quando tinha 33 anos deu um tiro na cabeça, somos, portanto, agora dois e eramos e somos diferentes. O Braz - que colabora na Travessa e é quatro anos mais novo do que eu -, vai na nona ou décima mulher, não sei bem, não tenho a certeza... Fora os ameaços... Eu, vai fazer 46 anos que aturo, casado a Raquel...Mais dois de preparatórios.

Apenas um exemplo e é suficiente, creio. Mas as diferenças não impedem que sejamos... irmãos e amigos.

Qjs e abs ao João da Corte Celestial

PS - O cabelinho loiro... hahahahahahahahaha

pico minha ilha disse...

Sim Maria, gosto de bandeiras, diz-me quase tudo, acho que encontro.Um beijo Maria

pico minha ilha disse...

À data associo mais uns números 9950 024.Até logo Maria.Beijinho

Maria disse...

Laurinha:
Acho que isto não vai lá com chá. Vou mesmo tomar um comprimido quando deitar.
É bom ter irmãos. Eu não gostava nada de ser filha única.
Sabes? Os meus dois filhos mais velhos também chuchavam nos polegares, como a tia. Eu nunca tive dependências dessas. Quer dizer, só aos 15 é que comecei a chchar o cigarrito e acho que já não deixo.
Beijinhos, flor de linho.

Maria disse...

Henriquamigo:
A minha avó dizia que 5 dedos tem a mão, nenhum deles é igual. Com os irmãos passa-se o mesmo. Podemos ser muito diferentes, mas unidos como dedos da mesma mão.
Minha mãe teve 4 irmãs e 4 irmãos. Todos diferentes. Às vezes desavindos, mas amigos, muito amigos. Isto de ser irmão tem muito que se diga. É um amor diferente de todos. Como aliás todos os amores.
O meu irmão e a minha irmã, são muito importantes para mim e, eles não sabem, mas amo-os e admiro-os.
Abraço do João; beijinho para a Raquel e queijinhos para ti.

Maria disse...

Salomé:
Estás a ir bem.
Menina esperta.
Beijinho

Laura disse...

ehhh só eu é que não adivinho o que há entre ti e a salomé, por causa de numeros e códigos, mas,estou a achar engraçadinho..Beijinhos.

E os meus filhos são ambos bons, queridos, mas, nenhum igual ao outro e é bem bom, pois tenho muito mais a ganhar... se fossem iguais não haveria novidades ehhhhhh... Beijinhos.

O cházinho não te leva lá? Pois é, dores são daquelas que podem não matar, mas, moem, se moem..laura.

pico minha ilha disse...

A família Garcia diz-lhe algo Maria?

Maria disse...

Salomé:
Que me lembre não.
Gostas de azeitonas, amiga?
Bejinho

O Bicho disse...

Irmã Maria:
eu ia dizer coisas acerca de irmãos (que não tive) mas depois de ler e reler o teu texto por três vezes, só tenho a dizer - MARAVILHOSA DESCRIÇÃO muito bem ilustrada pela fotografia.

pico minha ilha disse...

Sim, Maria gosto de azeitonas e da oliveira que dá seu fruto.No blog tenho uma rua em foto.Para chegar lá é só clicar aqui no comentário.Vejo aqui o link que tinha antes adicionado como seguidor,não estou lá.Um beijo Maria

pico minha ilha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
pico minha ilha disse...

Maria já tinha percebido que era Artur, depois de fazer o post, dei uma passagem pelo outro blog e cheguei ao post das palavras bonitas que nossos pais nos dizem quando somos pequenos.Lá também encontrei o meu Artur.Tenho um primo do meu marido que por amor também casou e tem duas filhas.Um beijo Maria, ontem estava mau tempo por aqui, por aqueles lados estava um pouco melhor, mas também já era um pouco tarde.Quer que lhe diga alguma coisa?
Um beijo Maria

O Encapuçado disse...

Atã a minha Maria melhorou da alma e do corpo? espero que sim..
Azeitonas, sabem bem mas fazem mal..em demasia..Beijinhos.

Maria disse...

Bicho:
Ter irmãos é uma das coisas melhores do mundo.
Irmãos são aqueles que vivem connosco, que choram as nossas mágoas, que partilham a nossa infância e o amor dos nossos pais. São pessoas que nós podemos insultar, andar à porrada, mas que defendemos com unhas e dentes se alguém os ataca. São as pessoas mais próximas que temos, em certos aspectos. Eu adoro os meus. E às vezes irritam-me. É uma relação estranha, mas tão boa!
Tu vês pelos teus filhos.
A Maria tem amigos. Com alguns, há uma relação quase de irmã, irmão Bicho. Às vezes só capaz de ser mais aberta contigo, com o Kim, com a Laura. Mas aquele amor de irmão ou irmã é única. E sabes? Conheci o meu cunhado, irmão do João, pequenino. Sinto por ele alguma coisa entre irmã e mãe.
Enfim, amigo.
A Maria tem amor para dar a toda a gente e até aos bichos. O Nabão que o "ladre". Para ele, eu sou a mãe que não conheceu.
Beijinhos "irmão" Bicho. Conta sempre com a amizade da Maria e do Chefe. (O tipo gosta mesmo de ti.)

Maria disse...

Salomé:
Sim, amiga. Vai dizer-me o que descobriste.
Estou a achar graça ao jogo.
Diz-me no Email que te vou mandar no teu blog.
Beijinhos

Maria disse...

Minha Flor de linho:

Fui ao veterinário com o nabão e demorei um bocado.
Estou melhor, nina. Isto são luas, passam depressa.
Um dia destes por Email, explico-te o jogo que ando a jogar com a Salomé.
Beijinhos e até logo

pico minha ilha disse...

Maria o meu mail está no meu perfi, onde diz mail é só passar em cima que no fundo da página aparece o mail.Se não descobrir depois pergunto, mas acho que até o meu marido sabe quem é.A minha mãe quando casou foi o padre Silveira.Silveira&filhos Lda diz-lhe alguma coisa.Quer que apague o comentário para o mail não andar por aí?
Já guardei.
Um beijo Maria

Carla D'elvas disse...

Querida Maria:

que lindas meninas :)

beijinhos (para as 2 maninhas!)

Maria disse...

Carlinha:
Estas duas meninas têm hoje 62 e 64anos. Por dentro continuam iguais.
O mesmo amor, a mesma ternura, só não andamos à pancada como dantes, porque estamos longe. Mas às vezes, até dessas bulhas, sinto falta. Acabavam sempre a rir.
Beijinhos para os 4

pico minha ilha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Maria, querida amiga,

Curioso! Há coincidências do arco da velha. Um dia destes vais descobrir porquê...
Lembro-me da tua irmã. É diferente de ti, tanto quanto me lembro, mas tu, querida amiga, não és melhor nem pior; és especial e diferente.
Também a minha irmã é bem diferente de mim.
Não me lembro do dia em que nasceu; nasceu em casa e temos uma diferença de 3 anos.
A única coisa que sei é que apesar de sermos bastante diferentes uma da outra; somos cumplices e a minha vida não faria sentido sem ela!
Andávamos sempre à bulha uma com a outra, mas na hora da verdade, sempre estivémos juntas. Às vezes ainda é assim. Adoro-a. Quantas histórias e aventuras para recordar e contar...

Espero que já estejas bem melhor. Um cházinho de limão cura qualquer maleita, dizia o meu pai. Se quiseres digo-te como ele o preparava. Cuida muito bem de ti.

Estou de férias, como sabes. Agora nao tenho horários a cumprir. Não tenho hora para me levantar. Por uns dias sou "livre"! O que quero dizer é que estou um bocadinho mais "solta", mais liberta.

Tenho saudades Vossas. Esta coisa das saudades é boa, mas dói. E eu tenho sempre saudades.

Beijo carinhoso e amigo
Nemy

Anónimo disse...

Laurinha,
Todos os dias me lembro de ti. Um dia dir-te-ei porquê.
Estou de férias até ao dia 15. Depois regresso ao trabalho, e vou tentando quebrar a rotina sempre que posso. A rotina mata-nos.
Connosco vem sempre uma "Brigada do Reumático" e uma "Brigada da Juventude", esta última um bocadinho mais reduzida este ano.
E é muito giro, ver o convívio entre os dois grupos. As menos jovens preocupam-se com os mais novos; estes por sua vez, contam sempre com a discrição e a cumplicidade das primeiras.
Desejo-te uma noite tranquila com um beijinho amigo
Nemy

Laura disse...

Maria; bom dia, (é pa rimar)
Cá vamos indo na lufa lufa da vida, uns dias com optimismo que depois se transforma no oposto, e vamos calcorreando o presente que o passado não interessa por hoje e o futuro é uma incógnita... uma maravilhosa incógnita que por vezes dá gosto tentar adivinhar, mas, da forma que ando, nunca chegarei lá. Uma coisa é certa! É difícil manter o meu astral elevado, difícil porque me atrevia sonhar mais que a conta, e, devagarinho vou descendo de novo, degrau a degrau, para me manter no meu lugar!...o lugar d eond enunca devia ter saído (em pensamento, nem penses que fiz asneiras, nã senhora)
beijinhos. laura.

Bom, Maria, desejo-te um dia fleiz, de recordares maravilhosos e de futuros alegres, cheios de sol, d eluas prateadas e muita muita paz...Beijinho meu, laura,

Laura disse...

Querida Nemy, nem faço ideia porque te lembras d emim. Nunca nos vimos, mas, isso não é impedimento para que possa nascer uma belissíma amizade... A idade do reumático passou por mim há meses, mas, já é apenas uma lembrança, o tempo volta a colocar tudo no lugar e não há osso que me doa, de momento...

Tenho amigos e amigas de várias faixas etárias, sempre me dei bem com os mais velhos, talvez para captar a sua sabedoria, nem sei, só sei que me sinto a contento ao lado de amigas já de 70 anos e até 80...aliás tinha uma grande amiga de 82 anos, faleceu em Outubro, dia 22, do ano passado, é para ela que tenho o pps que o poema foi escrito com ela aidna em vida, e pedindo que o momento da partida demorasse, mas, foram apena suns meses, a Zézinha er aum amor, adoravamo-nos uma à outra, desabafavamos as nossas dores e, foi uma amizade que continuará para lá desta vida...Por vezes choro sentida, lágrimas de saudade porque a amiga se faz presente para me escutar, como sempre, só que, desejaria tê-la deste lado, para ouvir suas palavras amigas, carinhosas, qual mãezinha que tenho e nem tenho... O pps é o Não te vás nunca,no meu blogue, na lateral direita. ela adorava o Santo padre, e, algumas vezes surpreendi-a com um lanchinho que fazia em casa, levava chá numa garrafa de termos,bolinhos, sandes, o que houvesse e, uma cadeira para ela se sentar, iamos ao Santo padre, onde vou muitas vezes, abaixo do Sameiro, ficavamos ali a falar, a ver as vistas lindas do Bom jesus. Enfim, momentos que perdurarão para lá do tempo, quando a amizade e o amor,e xistem dentro de nós!...
Um beijinho e um abraço da laura, que, gostaria de conhecer uma Nemy de quem gosta muito...

Maria disse...

Querida Nemy:
Calculava que conhecesses a minha irmã de casa do meu pai.
As férias têm dado para descansar?
Quando vens cá? Já tenho saudades tuas. Eu estou quase sempre por aqui. Já sabes que é mito raro sair da toca.
Em Agosto talvez pare menos por cá, porque a minha filha e a menina virão cá. Nessa altura devo sair mais, pois elas precisam de arejar.
Quanto a irmãs, tu sabes como é: muito amigas, mas geralmente com feitios muito diferentes. Os amigos escolhem-se, a família não. Mas há qualquer coisa, seja o sangue, seja o que for, que ata laços que nada consegue desatar. Nem diferenças, nem zangas, nem a distância, cortam essa amizade que resiste a tudo.
Amo-a e pronto. E sei que ela gosta de mim. Que mais importa?
E depois de passar estes dias todos a falar nela, as saudades são muitas, mesmo sem ela me ter dito uma palavrinha.
Descansa, goza as tuas férias o melhor possivel. E quando voltares, vem cá. Temos muita coisa a pôr em dia.
Beijinhos minha querida.

Maria disse...

Laurinha:
Todos temos direito a sonhar, até os muito velhinhos.
Continua a sonhar flor de linho, mas aprende que os sonhos, são só sonhos. Quando acordamos, às vezes, reparamos que os sonhos foram só isso mesmo: Sonhos. Podes sempre guardá-los na memória, podes pensar neles. Mas um sonho em que se acredita muito, pode tornar-se um pesadelo. Sonha, mas sempre com os pés na terra. A realidade é a única coisa certa que temos. Tenta aceitá-la e viver o melhor possível, minha querida.
Não voes muito alto. Corres o rico de te acontecer como o Ícaro, ficas sem asas e despenhas-te cá em baixo.
Os sonhos são tão lindos, porque a maior parte das vezes, são impossiveis.
Beijinhos.

Anónimo disse...

Laurinha,
Fui ver o teu PPS. É lindíssimo. E profundo. E sentido! Muito sentido!
Só pessoas que levam uma vida tão sentida, podem viver uma Amizade tão verdadeira. Porque uma vida vida sem sentido, quem sentido tem então?
Querida amiga, um beijinho de ternura da
Nemy

Canto da Carlota disse...

Hoje conhecia-a através amiga sua...este post fez-me chorar... Bem haja