Mais uma vez ao ver um livro com fotos de obras de Malhôa, parei a olhar um que desde garota me impressiona.
Hoje, admiro-lhe a técnica, a cor, a precisão dos pormenores. Dantes via um príncipe de conto de fadas, lindo e com uma história triste. Talvez porque a minha avó contava coisas dele. Dizia ela que não havia menina casadoira que não estivesse apaixonada pelo príncipe. Algumas traziam o retrato dele num medalhão pendurado ao pescoço. É, nesse tempo, sem artistas de cinema para amar, as meninas tinham grandes paixões platónicas pelo príncipe.
Malhôa pintou-o em criança e voltou a pintá-lo já homem. Parece que o Rei D.Carlos, não terá gostado muito do retrato, pelo ar triste do filho. Chamou-lhe “Príncipe Melancolia”.
Nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1887, filho de D. Carlos e de D. Amélia, era o herdeiro do trono, já um tudo nada periclitante, de Portugal. Teve uma educação esmerada, sendo seu preceptor Mouzinho de Albuquerque. Fez uma viagem às então colónias portuguesas de África, onde, ao que se diz, terá sido recebido com grande entusiasmo. Além de belo e culto, era simpático e aberto.
Voltou para Portugal e pouco tempo depois, deu-se a tragédia do Terreiro do Paço. A 1 de Fevereiro de 1908, aos vinte e um anos incompletos, o príncipe foi assassinado juntamente com o pai. Ainda matou um dos assassinos, mas também ele caiu varado pelas balas. Assim tristemente, acabou a história do Príncipe Melancolia.
Será que essa melancolia já era pronuncio do fim tão prematuro? Só ele o saberia.
O quadro encontra-se nas Caldas da Rainha, no Museu José Malhôa, num recanto mal iluminado.
Mal recebido pelo rei, retrato fiel do pobre príncipe, o quadro parece ter a mesma sorte: esquecimento. O mesmo esquecimento que o retratado. Um, morto, esquecido até nos manuais de História. O outro, relegado para um canto, como se fora obra menor do autor.
Eu vou continuar a ir vê-lo sempre que voltar às Caldas. Porque desde que o vi a primeira vez, todos os príncipes de todas as histórias da minha avó, tinham para mim, o rosto e a figura do “Príncipe Melancolia”, D. Luís Filipe.
Se algum de vós tiver visto o “Equador”, ele é representado e bem, pelo Pedro Granger. Só lhe faltou o ar melancólico dele.
Até um dia destes.
Hoje, admiro-lhe a técnica, a cor, a precisão dos pormenores. Dantes via um príncipe de conto de fadas, lindo e com uma história triste. Talvez porque a minha avó contava coisas dele. Dizia ela que não havia menina casadoira que não estivesse apaixonada pelo príncipe. Algumas traziam o retrato dele num medalhão pendurado ao pescoço. É, nesse tempo, sem artistas de cinema para amar, as meninas tinham grandes paixões platónicas pelo príncipe.
Malhôa pintou-o em criança e voltou a pintá-lo já homem. Parece que o Rei D.Carlos, não terá gostado muito do retrato, pelo ar triste do filho. Chamou-lhe “Príncipe Melancolia”.
Nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1887, filho de D. Carlos e de D. Amélia, era o herdeiro do trono, já um tudo nada periclitante, de Portugal. Teve uma educação esmerada, sendo seu preceptor Mouzinho de Albuquerque. Fez uma viagem às então colónias portuguesas de África, onde, ao que se diz, terá sido recebido com grande entusiasmo. Além de belo e culto, era simpático e aberto.
Voltou para Portugal e pouco tempo depois, deu-se a tragédia do Terreiro do Paço. A 1 de Fevereiro de 1908, aos vinte e um anos incompletos, o príncipe foi assassinado juntamente com o pai. Ainda matou um dos assassinos, mas também ele caiu varado pelas balas. Assim tristemente, acabou a história do Príncipe Melancolia.
Será que essa melancolia já era pronuncio do fim tão prematuro? Só ele o saberia.
O quadro encontra-se nas Caldas da Rainha, no Museu José Malhôa, num recanto mal iluminado.
Mal recebido pelo rei, retrato fiel do pobre príncipe, o quadro parece ter a mesma sorte: esquecimento. O mesmo esquecimento que o retratado. Um, morto, esquecido até nos manuais de História. O outro, relegado para um canto, como se fora obra menor do autor.
Eu vou continuar a ir vê-lo sempre que voltar às Caldas. Porque desde que o vi a primeira vez, todos os príncipes de todas as histórias da minha avó, tinham para mim, o rosto e a figura do “Príncipe Melancolia”, D. Luís Filipe.
Se algum de vós tiver visto o “Equador”, ele é representado e bem, pelo Pedro Granger. Só lhe faltou o ar melancólico dele.
Até um dia destes.
26 comentários:
Mariamiguinha
Malhôa por Malhôa, prefiro o de baixo. A imagem mais sugestiva do fado. Do fado que cantei á desgarrada com o Carlos Ramos, na sua A Toca. E que o meu Pai - homem bom, antigo cernelheiro dos Amadores de Santarém e regente agrícola - entendeu que não era a minha carreira. Tinha eu então 17 aninhos...
Perdeu-se, assim, uma verdadeira estrela da canção nacional. E o culpado, não tenho quaisquer dúvidas, foi um tal Henrique da Silva Ferreira, natural do Cartaxo.
Quanto ao infante, gosto mas não abuso. O traço do José Malhôa é fabuloso. As cores emocionantes. Considero porém, que não era isto que ele mais gostaria de pintar. A vida sempre foi difícil...
Mas não é por eu ser visceralmente republicano que o gato vai às «filhozes». Abomino a violência, os extremismos, o regicídio. Ponto final.
Abs ao Joãozão e qjs calinos pra tu, ou será para?
Henriquamigo:
O Malhôa que mais admiro, é o das cenas do dia a dia:
O Fado, Festejando o São Martinho, a Volta da Romaria e por ai fora.
Como retratista tem obras de que gosto muito.
A história do retrato do príncipe vem de ouvir a minha avó, monárquica por causa do marido, falar dele e contar coisas a seu respeito. Quando vi o retrato, fiquei embasbacada com a beleza do modelo. Vem daí a paixão.
Afinal parece que há coincidências. A primeira vez que fui aos fados foi à Toca. Fui com o meu irmão e a minha irmã e fiquei apaixonada pelo fado ao vivo.
Já gostava do Carlos Ramos, fiquei a gostar mais. Pena não teres continuado a cantar.
Quando era novita cantava muito e parece que me safava. Hoje com os anos e o maldito cigarro, cantarolo quando estou sozinha.
Ora bem! Sou republicana, não dos 4 costados porque a minha família era um confusão total com monárquicos e republicanos tudo à mistura. Eu apanhei o virus da republicanice e do socialismo do meu pai, que aqui para nós o que era mais:
Hay gobierno, soy contra. Mas eu, malgré tout, continuo socialista.
Nunca fui vira casacas. Não é agora que vou começar.
Quanto ao regicídio, acho que foi uma cobardia que só serviu para manchar os republicanos, que ao que parece, na sua maioria teriam repudiado o acto estúpido de meia dúzia de loucos.
Já me alonguei muito, meu amigo.
Abraço do João, beijinho para a Raquel e queijinhos para ti.
Nem sempre as estórias dos príncipes acabam bem. Pena é morrer aos vinte e um anos, seja-se monárquico ou republicano.
Talvez a melancolia do príncipe espelhasse uma adivinhada tragédia.
Não sabia que Malhoa tinha pintado a realeza.
Beijinhos Petite Marie
Maria;
A história da familia real aqui muito bem descrita, provávelmente previa o fim da monarquia e o Principe D. Luis Filipe com esse ar sério senti-se já melancolia da mesma...
Mas o que me interessou realmente foi saber pela Maria que esta maravilhosa obra do Malhôa, se encontra no Museu do mesmo nome nas Caldas da Rainha e que será para mim uma visita obrigatória já agora em Setembro porque sou um admirador confesso desse Grande Pintor...
Este quadro do "Príncipe Melancolia", que eu desconhecia a sua existência (do quadro, claro), de acordo com o relato da Maria, parece-me que mereceria um pouco mais de respeito da parte do conservador de arte do Museu... Quem sabe lho direi eu mesmo?...
Obrigado Maria, por tão bem defenderes a nossa cultura e em especial as belas artes.
bjs da Anita e meus e um abraço para o João.
Osvaldo
Kim:
Malhôa pintou toda a familia real. O homem tinha de ganhar a vida.
Havia outras maneiras de acabar a monarquia como se provou depois. Com menos sangue e tragédia. Se bem que o meu pai dizia que: Revolução sem sangue, não vinga. Não é a minha opinião. Não gosto de violência.
Beijinho
Osvaldo:
Seria muito bom que chamasses a atenção do conservador do Museu. O quadro está maltratado e quase escondido. Deste última vez, fui encontrá-lo num recanto, pouco iluminado e do pouco que percebo de pintura dá-me toda a ideia de precisar ser pelo menos limpo.
É um quadro lindo e expressivo.
Como muitas obras, neste país, foi votado ao esquecimento.
Abraço do João, beijinhos para a Anita e para ti.
Malhôa tem pelo meio da obra esse "príncipe melancolia" mas tem peças soberbas no todo do seu trabalho. Quando vieres às Caldas para rever, avisa, Maria...
Interessante o teu relato. Muito bem aqui nos deixas um bocadinho, aliás mais um bocadinho de história. Tu gostas disso e passa para nós...
Beijinho para vocês aí, Maria.
Girassol:
Malhôa era o pintor preferido do meu pai. Talvez o facto de ser das Caldas infuenciasse essa paixão.
Como já disse, a minha relação com o retrato do príncipe é uma coisa romântica, uma espécie daquilo que todas nós sentimos um dia por actores ou cantores famosos.
Gostar mesmo, gosto como já disse dos quadros da Natureza e das cenas do dia a dia.
Claro que quando aí for, direi.
Beijinhos de cá para aí.
Nina, fui ao Museu José Malhoa há muitos anos, não tive tempod e ver tudo devagar como gostaria, mas, tenciono lá voltar um dia, quem sabe terei algum amado que goste de Arte, este não gosta de nada pelos vistos, ehhhhhh. Tadinho, mas é um lindo rapaz, só que o destino dele era aquele, morrer ali..Beijinhos e deixo-te o cházinho na mesa de cabeceira, decerto já dormes, é tarde... laura
Querida Laurinha:
Estava acordada e bebi o cházinho, depois é que dormi.
Pobre principezinho que era tão bonito e morreu tão cedo.
Ontem esteve cá a Nemy, que já veio de férias. Deixou um beijinho para ti. É tão bom conversarmos que nem damos pelas horas.
Beijinho e até logo.
Meus amigos:
Acho que é a primeira vez que faço isto. Vão ao blog da Laura. Tem uma história linda. Vale a pena ser lida por todos.
Beijinhos
Mariamiguita
Os teus desejos ou as tuas sugestões são ordens para eu. Ou será para?...
Por isso fui ao blogue para o qual solicitaste uma visita. Li a estória com cuidado e atenção. Mas, não deixei lá qualquer cumentário (com o), muito menos aqui faço uma apreciação que seja.
Quem não se sente - não é filho de boa gente, ensinaram-me desde menino. Ou, amor com amor se paga. Ou, de pequenino é que se torce o pepino.
Creio que todos se podem aplicar ao caso vertente. Se estiver errado, diz-me. Estou sempre disposto a dar a mão à palmatória. Sou assim - e não é a caminho dos 68 que vou mudar. Não quero chegar ao extremo do quem mas faz... Mas... guardo uns quantos ressentimentos.
Abs ao compicha Santajão e qjs para Vossa Insolência
Ah, deixo beijinhos para a Nemy, aquela garota farta-se de andar de férias e no lareco, lareco...mas que bom..tadinha, deve precisar das férias..Beijinhos para as duas. laura.
E, menina, o que se passa com essa saúdinha que anda amoer ma snão mata? Cházinhos já, e cama , muita cama com ou sem o noivo ao lado...
Melhora que o dia está fantástico e mais logo vais sentir-te melhor...Beijinhos d alaura.
Muita boa tarde Maria !
Mais um principezinho que morreu cedo !
Obrigada por me ensinar um pouco da história portuguesa porque se não fosse assim, aos poucos, não tinha coragem de me dedicar à história de Portugal porque é muito rica e não encontro tempo para isso nem a minha fraca memória presta para isso....
Só conheço a história a partir do 25 de Abril de 1974, visto ter casado e vindo para Portugal 2 mês antes da revolução. Também tinha muitas histórias para contar !
Quando é que poderei chegar ao teu blog sem ter que passar por labirintos ???
Beijinhos
Bom Fim de semana !
Laura:
Continuo de cama e já veio o médico, que não adiantou nada.
Agora levantei-me um cadinho para vir aqui e aliviar as costas.
Isto está mesmo a moer.
Beijinhos
Verdinha:
Como já deves ter visto na resposta à Laurinha, estou adoentada.
Vim aqui só para ver as novidades.
O endereço do meu blog é:
http://alcatruzesdaroda.blogspot.com/
Obrigada pela tua visita e um beijinho
Ai menina s eo médico não adiantou nada é porque não é médico...médico alivia...
Menina, trata-te e faz por nanar, e há chás próprios para isso, o alecrim faz muito bem, e há ans ervanárias próprios, pede ao joão que vá comprar e pode ser que te alivie...oxalá melhores..beijinhos minha querida, muitos...se fosse pertinho ia cuidar-te, mimar-te, mas, assim não dá, e que lonjura a nossa...laura..
Olá Maria,
Só dou a volta pelos blogs uma vez por semana. Logo não vinha cá desde a Alda Hermínia.
Venho encontrar um GRANDE pintor português. Saúdo essa escolha. Aguardo o dia em que alguém venha dissipar o véu da minha estupidez, explicando-me um só critério em que todas as ditas obras do moderno abstracionismo e das instalações que tão na moda estão e são acarinhadas pelos espaços públicos de exposição, assim como a "fantástica" arte coceptual que se vê nos lugares mais "nobres" podem todas juntas, num atado, dar tanto ao nosso sentir e pensar como um só, UM SÓ, dos bons quadros do Malhôa.
Depois, quanto ao conteúdo, das tuas publicações está tão melancólico como o príncipe. Tentas pintar os quadros com umas résteas de sol, mas ficam assim uns traços de ouro velho, apenas, valioso, mas menos que o sol.
Perguntas deixas no ar, muitas, muitas, das que provocam melancolia, e cuja resposta anda soprada no vento e ninguém apanha, como cantava meio século atrás um jovem rebelde, hoje enrugada e gasta estrela cadente, mas brilhante ainda, Mister Dylan.
Percebi nos comentários que tens estado doente. Que neste dia nublado o sol te brilhe nas dores para as evaporar. Melhoras rápidas.
Beijinho
Ah! esqueci-me de te dizer que deixei uma resposta para o último comentário que me fizeste, na mesma página.....
Maria, é isso memso, às tantas apanhaste a doenaç do quadro do Malhoa, ficaste melancólica também, e o Principezinho pegou-te a trsiteza enorme que sempre teve...
Bora pra lá ve ro sol. Já me levantei ainda nem eram seis da matina. Tive de ir levar a Neide, desta vez vai para Manchester e sempre passará um dia e pouco mais com o NUno...
Depois passei no Sameiro, fui treinar a voz...falei com o meu Amigo e pedi pelas ninas todas, as amigas, que inimigas acho que não tenho por aqui, mas, nunca se sabe...
Assim, cortinas afastadas, tristeza espanada lá fora, qual tapete, contra a parede, e, um dia cheio de sol e alegria, as dores já se forma, espero..laura..
Antonior, amigo:
Malhõa, Columbano e os seus maravilhosos retratos, Silva Porto, Antonio Carneyro e as sua célebres sanguíneas, Amadeu Souza Cardozo e muitos outros, são pintores que muito me dizem. Toulouse Lautrec, Manet, Monet, Rembrant, Modigliani, alguns Picassos, também me impressionam.
Eu gosto da pintura que me emociona ou me transmite qualquer coisa. Acho que parei um pouco no tempo. Com a poesia já reajo de forma diferente, estou num terreno mais meu conhecido. Gosto dos parnasianos, dos modernos, até de alguns ultra-modernos.
Quanto aos laivos de tristeza que notas na minha escrita, é sempre assim. Sou, por Natureza, propensa a crises profundas de melancolia.
Mesmo em dias felizes, é sempre o lado magodo que vence.
Vamos a ver se melhoro, porque tenho andado meia em baixo.
Obrigada pelo teu comentário e um beijo
Laurinha:
O médico não tem culpa, coitado.
Nenhum deles acerta com esta doença, muito vulgar em mulheres, mais nas cotas, mas que eles não sabem como tratar. Pode ser isto, pode ser aquilo, pode experimentar este medicamento, é a única resposta. Já estou a fazer resistência a muitos antibióticos, a comprimidos para as dores etc. Acho que o meu organismo já se habituou a eles e não reaje.
Levantei-me agora, prque tenho que fazer o almoço dos homis. Depois logo vejo como estou.
Além de tudo, parece que tenho a cabeça cheia de serradura. Mal consigo alinhavar uma linha.
Beijinhos, nina. Isto vai passar. Passa sempre
Beijinhos de Bom dia a meio da manhã, Maria.
Põe-te bem!... Precisas de campo minha amiga!...
Girassol:
Estou mesmo em baixo. Com tanto remédio, estou completamente prostrada. Só me apetece dormir.
Nem forças ainda tive para ver os Email.
Vou ver se descanço um bocadinho e depois volto cá.
Beijinhos amiga.
Pois é, coitadinha da maria, estavas e, provavelmente ainde deves estar, bem apanhadinha se me dás o nome do teu blog quando já te deixei um comentário nele !
Só queria saber porque é que não se chega ao teu blog clicando simplesmente sobre o teu nome como se faz com os outros blogs. Vou colocar o teu link no meu painel para não ter que ir visitar o Kim - não é que não me agrada porque este amigo é simpático - mas não quero incomodá-lo sempre.... :-)
Mais um beijinho de melhores !
Verdinha
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