segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aniversários


Há dias no ano, que parecem destinados a nascimentos. No dia de hoje e só na minha família próxima, há três aniversários. Quer dizer, houve, pois já nenhum dos três aniversariantes existe. Eu, que sofro horrores nos dias em que faz anos que alguém morreu, nestes de nascimento recuso-me a ficar triste. Lá porque já cá não estão e me fazem falta, não deixo de sentir uma certa alegria, porque nasceram e fizeram parte da minha vida. E conheci-os, porque eles nasceram.
Resumindo: Tio Pinto, parabéns, saudades, obrigada por todos os mimos.
Tiozinho Henrique, parabéns, saudades, obrigada pela cumplicidade que entre nós existiu.
Minha querida comadre: parabéns, saudades, obrigada pela tua amizade por mim e pelo amor pelo teu afilhado.
Esta última custou um bocadinho. É mais recente. A lagrimita da ordem veio aos olhos. Toma conta de nós, meu lírio branco.
Por último, parabéns à minha neta, pelo aniversário do pai.
Já armei em valente. Agora, vou fumar um cigarrito para esquecer.
Até um dia destes.

9 comentários:

Anónimo disse...

Maria,
Um beijo carinhoso
Nemy

O Bicho disse...

Quando dizes, Maria, «vou fumar um cigarrito para esquecer», «vou fumar um cigarro e vou-me deitar» ou «um gin e um cigarro..» provoca-me uma incrível sensação de nostalgia - eu diria mesmo que sinto uma alguma inveja.
Há 4 anos, eu deixei voluntariamente de «fumar o meu cigarrito para esquecer, para aquecer, para etc.» e só quando te leio, tenho a noção de que isso me "fazia falta".

Anónimo disse...

Nemy
Retribuo o beijinho com amizade
Maria

Anónimo disse...

Bicho:
Houve tempo em que para fazer a vontade aos outros, eu prometia, ou dizia que tinha pena de não deixar de fumar. Cheguei mesmo a tentar. Foi pior.
Agora, perdi a vergonha e assumi de vez que nem morta largo o cigarro.
A propósito, tenho o último da noite à espera.
Mantem a força de vontade. Isto é mesmo burrice minha.
Beijo
Maria

Carla D'elvas disse...

abraço-te, com carinho, querida Maria.

Anónimo disse...

Carla:
Obrigada pelo abraço. Quero-me armar em durona e não consigo. As lembranças vêm ter comigo e não consigo, por mais que faça e diga, esquecer que os perdi.
Estes meses de Inverno são sempre maus. Datas de nascimento, datas de morte...
Em Março, por exemplo, tive duas alegrias enormes: o nascimento dos meus 2 filhos mais velhos, mas é um mês negro. Perdi a minha mãe e perdi um filho, que teria nascido em Novembro. E ainda por cima por minha culpa. É a única coisa que fiz em toda a minha vida, que não me conseguirei perdoar.
Beijos para os 4.
Maria

Carla D'elvas disse...

Há dores que não passam, nunca, amiga.
Em silêncio, deixo-te, 4 beijos com carinho.

carla
diogo
mariana
martim

Kim disse...

É bom quando se tem alguém para recordar. Significa que esse alguém passou pelas nossas vidas e deixou um rasto de perfume nos caminhos que trilhamos.
Onde quer que estejam, parabéns para eles e ... fuma lá o teu cigarrito!
Um beijinho Petite Marie!

Anónimo disse...

Kim:
Estes, sobretudo a minha comadre, deixaram um rasto de saudade muito grande. Era uma das mais puras e doces almas que conheci. Nunca a ouvi dizer mal de ninguém. Nunca a vi irritada. Inteligente, mas de tal modo modesta, que às vezes passava despercebida. Amiga, sem fazer grandes alardes disso.
Quando morreu, estava a minha filha grávida, o meu irmão encontrou numa gaveta, algumas peças de roupa para bebé e até um brinquedo, destinados à minha neta.
Fiquei comovida, por aquela prova de amor, dada, quase direi, de além túmulo.
Por isso, pela bondade, pela amizade que lhe dedico, continua a ser:
"O meu lírio branco". Este é para mim o sinal máximo de tudo o que é bom e puro.
Beijo
Maria