A história que tenho hoje para contar, passou-se há largos anos.
Como é do conhecimento geral, antes do 25 de Abril os filmes eram censurados e alguns nem chegavam aos cinemas. É claro que filmes pornográficos eram praticamente desconhecidos em Portugal. Por exemplo célebre “O último tango em Paris” com Marlon Brando, só cá chegou, quando já era quase considerado um filme para” menores”. Nunca me vou esquecer do escândalo, com direito a castigos e tudo, quando a RTP passou o “indecentíssimo” “Pato com Laranja”.
Ora, depois do 25 de Abril, havia em Lisboa salas de cinema vocacionadas para os ditos filmes. Eram frequentadas, sobretudo, por senhores de meia idade, curiosos de verem o que lhes tinha sido interdito toda a vida.
Dois amigos íntimos, ligados por laços familiares, resolveram cada um por seu lado, ir ver um desses filmes. Já dentro da sala e, com grande espanto, um deles viu o outro. Encolheu-se na cadeira, abriu o jornal e só o fechou quando as luzes se apagaram. O outro viu e fez o mesmo. Saíram sem se falarem, esgueirando-se cada um para seu lado. O pior é que ambos escolheram o mesmo confidente para contarem a “vergonhosa aventura” em que se tinham metido. O confidente era genro de um e filho do outro. A história soube-se e a partir daí, passaram a ir os dois juntos, ver quantos filmes da “Emanuelle”, passaram nos cinemas. Só as respectivas esposas ignoravam ou faziam por isso.
Eu sabia, porque o filho e genro destes dois “envergonhados” senhores, era o meu marido, mas fiz sempre de conta. É que o respeitinho é muito bonito.
Até um dia destes.
sábado, 17 de janeiro de 2009
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7 comentários:
Levantei-me, abri o computador e olhei “O Thomarense” não pelo ponto de vista do autor mas pela vertente do leitor.
O que encontrei desagradou-me, era pouco menos que miserável.
Fui verificar as visitas ao blogue, uso o Google Analytics, e constatei que os leitores d'”O Thomarense” eram exactamente da mesma opinião.
A linha do gráfico de leitores apresentava uma acentuada pendente para a direita.
Tem Tomar hoje em dia um conjunto de blogues que abrangem todo um leque de interesses, desde o jornalismo, caso do O Templário, à mais completa idiotia, queriam linque!?
“O Thomarense” não nasceu para ser mais um e a falta de qualidade matou-o.
Agradeço a todos os que me receberam bem e saibam que continuo a ler os vossos blogues.
Saudações cordiais e votos de bom trabalho do
“Diogo de Arruda”
Diogo:
Na minha opinião, você não deu tempo ao Blogue para se "implantar". Devia ter sido mais persistente. A sua juventude não lhe deu ainda a paciência necessária.
Tenho pena, porque do que vi gostei.
Daqui a um tempo, volte a tentar.
Maria
Gostei tanto da sua "história" de costumes que resolvi contar-lhe aqui uma outra, um pouco mais pesada, mas autêntica. Não menciono os nomes por razões óbvias. Peço-lhe desculpa pelos palavrões, que são essenciais para o efeito pretendido.Aqui vai então!
Determinado cidadão, na casa dos 70, sofreu um AVC, que o "apanhou" do lado direito do corpo. Embora com paralizia parcial, após adequada reeducação tudo ia bem. Foi então que um amigo dele resolveu ter uma conversa masculina assim mais íntima. -Então olha lá, ainda se te endireita? -Pois concerteza! Ora essa!!! -E ainda consegues foder? -À fartazana pá! Com este governo, cada vez estou mais fodido!
Amadeu Anjos
tomaradianteira.blogspot.com
Querida Maria,
Cá em casa rimo-nos imenso com a história do teu Pai e do teu Sogro.
Claro que, como cavalheiros que eram, resolveram a "questão" com a inteligência, a elegância e o sentido de humor, que a circunstância exigia. Que postura espantosa perante a Vida!
Espero mais histórias, porque o teu Pai era um Senhor (tenho a certeza de que o teu Sogro também o era); estava sempre bem disposto e bem humorado, com histórias engraçadas e larachas oportunas.
Beijinho amigo
Nemy
O fruto proibido foi sempre o mais desejado. Depois de se provar entra na rotina, como todas as outras coisas.
Confesso que não acho piada nenhuma a filmes pornográficos, mas não desdenho o erotismo na tela. Faz parte do sal da vida e adivinham-se-lhe os gestos.
Um beijinho Marie!
Nemy:
Meu pai e o meu sogro foram grandes amigos. O meu sogro era um cavalheiro à moda antiga, mas davam-se muito bem.
Beijinho
Maria
Kim:
A história daqueles dois, deu-me para pensar, que todos temos segredos.
O meu pai tinha uma estante fechada à chave, onde moravam os livros do Eça (alguns), Abel Botelho, alguns do Aquilino, alguns do Jorge Amado, que ele não achava próprios para a "papa livros" de serviço. Trazia a chave com ele.
Pois esta tua amiga, descobriu maneira de abrir e fechar a estante e, aos 13 aninhos, já tinha lido tudo o que lhe era interdito. Lá está: fruto proíbido...
Beijo
Maria
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