quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Um Gin, um cigarro, um narciso amarelo e uma lágrima


Lembras-te pai, das tardes de Verão
Quando vinhas da rua cansado do calor
“Um Gin com gelo, muita água não,
Arranja lá filha, faz lá esse favor”

E eram dois os Gins, eu também gosto.
Dois Gins e dois cigarros na varanda
Nas tardes calmas do fim do mês de Agosto
Com cheiro a mar e céu cor de lavanda.

Logo, à mesma hora que chegavas
Mesmo com chuva e até com frio
Eu vou beber o Gin que tu tomavas.

Vou repetir os gestos de nós dois.
Pego no copo e sinto um arrepio
Fumo o cigarro e vou chorar depois.

Para o meu sogro, um dos homens mais bonitos por fora e por dentro que conheci. A saudade imensa de todos nós e um beijo da sua “verrinosa”.
Sabes? O teu Estoril está em 5º lugar na Liga Honra.

Até um dia destes.

10 comentários:

Anónimo disse...

Maria,
Hoje deixo-te um abraço bem apertado, carinhoso e amigo.
Nemy

Vasco disse...

Dezasseis anos é muito tempo!
Longe vai o tempo em que chegavas a casa, eu vinha a correr para o teu lado, e tu dizias-me: então, ó patrão? E quando iamos ao Parque... lembranças não me faltam.

Um abraço saudoso de um canarinho que ainda há-de entrar para a gaiola!

Carla D'elvas disse...

Abraço-te com ternura, minha amiga.

Anónimo disse...

Nemy:
Obrigada pelo abraço.
Se eu tivesse uma caixinha como a tua, o meu sogro estaria lá. Assim, continua a ocupar um lugar grande no meu coração e na minha vida.
Beijo
Maria

Anónimo disse...

Corvo:
Espero que as guardes sempre com o mesmo carinho. Ele merecia.
Até logo patrão deste avô, companheiro do outro, menino eterno da tua
Mãe

Anónimo disse...

Carla:
O meu sogro foi "alguém" na minha vida.
Entendiamo-nos muito bem.
Obrigada.
Beijo
Maria

Kim disse...

Há pessoas que passam pela nossa vida, como uma brisa de ar fresco ao findar de tórridos dias.
Essa lufada de ar fresco nunca mais é esquecida e vem sempre ao de cima quando os dias já não são azuis.
É bom ter recordações que nos façam sentir que valeu a pena ter atravessado a vida, mesmo que seja para viver de recordações.
Também eu assim recordo a minha avó e a minha mãe.
Beijinhos Petite Marie

Anónimo disse...

Kim:
Os meus sogros, além de me darem o filho, foram uns pais para mim.
Com eles tinha a mesma liberdade, a mesma relação de amor, que tinha com os meus pais. E o mais engraçado é que com o João aconteceu o mesmo.
Agora que os 4 já cá não estão, resta-nos lembrá-los com uma grande saudade e guardar as lembranças boas.
Hoje à tarde bebemos os dois o tal Gin, só que com mais tónica, eu fumei o cigarro do costume e ambos sentimos os olhos molhados por uma lágrima envergonhada.
Um dia, alguém se lembrará assim de nós? Que geração de românticos nós somos! Mas eu tenho orgulho nisso.
Beijo
Maria

O Bicho disse...

Um bonito soneto, uma belas memórias - seguramente, reconfortante para o "Chefe" Costa.
Um beijo e um abraço.

Anónimo disse...

Podes crer, Bicho. Acho que foi das poucas vezes que vi o Chefe, com uma lágrima envergonhada. Sabes como ele é pouco expansivo e com um pudor enorme de mostrar os sentimentos.
Beijo
Maria