quinta-feira, 14 de maio de 2009

E se eu abrisse estes programas?


Curiosos? Eu também ficaria. Mas vai haver alguns antigos alunos do velho e querido Nun’Álvares, que certamente saberão o que lá está dentro. Talvez alguns se lembrem de ter participado num ou outro Sarau. Talvez alguns sintam uma lagrimita teimosa ao canto do olho. Talvez alguns sorriam das lembranças boas desse tempo.
Alguém vai pensar: “Onde terei metido o raio do programa? Quem lá estava? Que será feito de Fulano?” E no dia seguinte, num qualquer café, comentará: “Há uma Maria que tem o Programa da nossa festa de finalistas. Quem será esta Maria?”
A esta última pergunta eu respondo já. Andei um ano apenas no colégio, mas o meu irmão fez lá parte da primária e todo o liceu.
Tenho os programas de dois anos seguidos. O último dele, o primeiro meu. Guardo tudo e tudo me serve para lembrar a minha terra, os meus amigos, alguns amigos do meu irmão. Os meus amigos já me esqueceram. Os dele conhecem-no bem, não a mim. Já disse tudo o que podia. Quem está lá dentro? Se alguém se lembrar, é só dizer. Talvez lhe mande uma cópia.
Pois é amigos. Hoje a Maria está com vontade de brincar. Isto foi de falar nas tranças no último Post. Recuei quase 54 anos. Vi-me miúda, de tranças e bibe aos quadradinhos, subindo a Corredoura a meter conversa com toda a gente.
Isto hoje está mesmo uma charada. Alguém quer adivinhar?
Bom fim de semana.
Até um dia destes.

17 comentários:

Anónimo disse...

Ai Maria, ai Mariazinha

Depois das tranças, programa. São só recordações. Bem vivas e bem escritas, pois outra coisa não seria de esperar. Em Tomar, para rimar... E eu que nunca rimalhei, próke mavia de dar... Só tu, Maria...

Abs ao Santíssimo (João) e queijinhos para tu - ou será?...

Maria disse...

Caro Henrique:
No meu Baú há montes de papéis, fotografias com mais de 120 anos.
Na minha memória há histórias vividas, ouvidas, lidas. Isto tudo junto dá uma salgalhada que nem imaginas. Gosto de as partilhar. São histórias antigas, dum tempo diferente, que alguns não conhecem nem de ouvir falar.
Hoje foram os programas. Amanhã, quem sabe o que irei encontrar.
Ouvi da minha avó, além das histórias de todas as avós, toda a crónica da família, com encontros, desencontros, mortes, nascimentos, vidas de ricos e pobres. O meu pai continuou. Depois foi só aprender a ver, ouvir e não esquecer, o que já é do meu tempo.
Beijinho meu à Raquel, abraço do João para ti e queijinhos de Tomar.

O Encapuçado disse...

Lembranças
Que nos ficam no baú
Do coração
E quando a poeira levanta
E o orvalho da manhã
te canta
tens de voltar a abrir
A caixinha das lembranças
Para poderes ver
Que a memória em ti
Ainda tudo alcança!...

Belas recordações, eu, disso não tenho, mas, há postais de quando tinha 15 anitos, escrito pelo tio, cartas do meu pai, ah, a melhor delas todas não a encontro, desejava mostrá-la, mas, há-de aparecer no meio de algum papel...o pai referia-se a eu ter nascido apenas com dois kilitos, feia, enfezada que esteve quase a devolver-me à proced~encia, lembro taõa bem essas palavras, escreveu-a quando eu fiz 16 aninhos, e diz que; contudo, hoje já estou mais satisfeito, pois transformas-te-te numa bela mulherzinha, isso e muito mais coisas, faz o meu orgulho, blá blá...tão lindo...
Pois nina, recordações de saraus, teatradas, cançonetas, tão bom ter de tudo um pouco e ficavamos tão felizes...belos anos, belos tempos...Um xi apertadinho, da, laura..

Anónimo disse...

Mau, Maria

Podes fazer-me o imbezéquio de me dizer quem é esta LL - Laura Linda, que não me liga peva?

Mete-lhe uma cunha a ver se ela se digna mandar (que sejam) duas palavritas per me, como o Domenico Modugno. Porque senão, piove, piove sul nostro amore... Ciao, ciao, bambina, un fromagio ancora e poi per sempre ti perderó... É o perdes, Amigo e Santérrimo João...

Já pensei começar uma novena ao Santo Nuno do Azeite, mas... perdi o breviário. Mas, com o desdem da Lucinha - nem assim. A Raquel não lê isto, donde...

Sinto-me abandonado, ignorado, vilipendiado, ostracizado, escamoteado, embrulhado, enganado, tramado, enfadado e outras coisas terminadas em ado, como otorrinolaringologista.

Ai keu morro virgem (1941/09/20)de resposta...

Picoli fromagi

Quanto ao Baú, conserva-o no ar condicionado por mor do caldo, não o gastes todo, ca Travessa não acaba já, penso. Logo, existe.

Maria disse...

Querida Laura:
Sabes Laurinha? Eu tenho a mania de guardar tudo: Fotos antigas, cartas de pessoas de quem só ouvi falar, flores secas, cartões de visita, versos de meu pai (desses tenho 2 caixas grandes cheias).
Quando eu era bebé, ele fez uns versos para a minha mãe me cantar, com a música de uma canção que estava na moda. Vou-te dizer a letra e um dia quando nos encontrarmos, ensino-te a música. Até é fácil.
A letra é assim:

Minha filha dorme bem o teu soninho
No teu berço aconchegado como um ninho.
Sonha só, com teus bonecos e teus pais
Com flores, coisas lindas, nada mais.

Sonha com a Avó e as tias
É preciso que tu rias
E tenhas vida feliz.
Minha filha o amor de mãe é sempre assim
E no mundo, só tu vales para mim.

Não te enchas de ilusões, querida
Com os mimos que a mãe te der.
O teu pai dava por ti a vida
Como ela também te quer.

E afinal eu só queria
Ter uma vida sem fim
E ter-te muito abraçada, amor
E o teu pai junto de mim.

Era assim que eles cantavam para mim. Foi a canção que mais vezes cantei aos meus filhos e netos.
No dia que meu pai morreu, cantei-lha baixinho, com as lágrimas a correr, como estão agora.
Não consigo habituar-me à ausência dele.
Dei-te hoje uma coisa que gosto muito, flor de linho: A canção que meu pai fez para mim. Isto quer dizer que gosto muito de ti, amiguinha.
Beijo

Maria disse...

Caro Henrique:
Esta Laura é uma das pessoas mais lindas que encontrei nos blogues (não esfazendo en vossa insolência ké um prefeto homi). A sério, é linda mesmo. Tem um blogue de que vais gostar. Chama-se "Résteas de Sol".
Quanto ao conteúdo do baú, não te preocupes. Está bem conservado e ainda tem muitos mistérios para desvendar (isto deve ser influência dos Templários, só espero não encontrar lá, o manuscrito de algum código secreto, porque gosto de coisas claras).
Então ficamos assim: Beijinhos para a Raquel, abraço do João, queijinhos de Tomar e prontos.

Agulheta disse...

Maria. As lembranças,são as coisas que jamais se apagarão,é um livro de muitas folhas,uns amigos ficam,outros lembramos e não sabemos deles,do meu tempo de estudo,a maior parte perdi o rasto? como gostava de os ver a todos?.
Beijinho bfs

Maria disse...

Agulheta:
Nem todas as pessoas guardam as lembranças. Alguns esquecem mesmo, outros fazem por isso.
Para mim são o maior património que possuo. Cultivo-as, tento não esquecer nada. As boas dão-me saudades e alegria, as más ajudam-me a pensar nas boas. Quer dizer: fazendo um paralelo entre elas, as boas são mais. E isso faz-me pensar que tenho tido mais sorte do que a maioria das pessoas.
Talvez por isso, não seja invejosa, mesquinha, não goste de ver ninguém sofrer.
Apesar de tudo é bom viver.
Beijinho

Kim disse...

Se abrisses os programas ias ter mais meninas de longas tranças a carpir na calçada da Corredoura.
Faz-te bem rir de vez em quando.
Bj Petite Marie

Maria disse...

Kim:
Se eu abrisse os programas, havia muita gente conhecida que lá veria o seu nome.
Pessoas, que infelizmente para elas, não vão ao blogue de uma Maria qualquer. Se vissem, talvez lhes desse uma fotocópia.
Mas não têm tempo, são demasiado ocupados.
Beijinho, meu amigo.

Anónimo disse...

Maria Marota, perdão, Garota

Não se fala mais na LL. Já tinha ido até ao blogue dela, jálhe tinha feito convites (ónestíçimos) para vir à Travessa, só faltava que me ajoelhasse e, de mãos postas, lhe rogasse o favor de olhar para mim, mesmo por cima da burra. Mas, pior do que o Rui Mingas cantava - ela não disse que sim ou que não; ignorou-me. QUE SE LIXE.

Não são queixinhas, não sou queixinhas. Ponto final, parágrafo. Na outra linha.

Não quer, não quer. Tem o direito de. Mas, pelo menos, e aliterando, todo o imeile, todo o cumentário, com o, têm resposta, mesmo que seja um rotundo não. A isso chamo boa educação.

Não vou mais a jogo; passo. Obrigadinho querida Maria, abs ao asceta João e qjs de Niza para tu, ou ta, ou te, ou to, ou ti. Escolhe, minha querida contribuidora

Laura disse...

Ai Maria, Maria,

Se teus olhos choraram
Ao lembrar o amor
De quem já cá não está
Se teus lábios
Sorriram
E deixaram sair
Palavras de amor
Palavras de carinho
para quem te deu o Ser...

Minha querida Maria
Quão belo é
Sorrir
Chorar de amor
E mais ainda
Quando sabemos
Que esse amor
Toda a vida
Nos vai pertencer !...

Para ti, feito na hora certa, no momento em que, comovida, lembrei o meu que me escrevia poesias (é ao lado dele que saio e vou buscar a minha formação nas letras e o meu ser Autodidacta, além de que já estava destinado ser assim, foi ele que me ajudou a saber estar e ser...)
Amo-te Maria, és uma nina Anjo sem asas, mas, transbordante de amor...
Passsa um feliz dia...

Laura disse...

Henrique, manda a boa educação que se responda a tudo e todos, mas, eu já tinha escrito algo em que; nem me levasse a mal, mas, não podemos agradar a Gregos e a Troianos...
Acredite que nem é falta de vontade, e nem ando aqui para ter milhares de comentários ou coisa assim... Adoro ter o meu blogue, ajuda-me a passar o dia a dia, a ter amigos queridos e, gosto de tratar de assuntos pequeninos e os seus são tão grandes que; nem tenho envergadura para me meter neles! Satisfeito?Um dia se me conhecer e falarmos, acredite que me vai desculpar...mas, continuo na minha!...Vai um abraço sem pejo e sem rancores? laura.

Laura disse...

Ó Maria; para entrar no teu blogue, tenho de clicar no Kim, no nosso querido Kim, depois é que entro para a tua janelinha, assim, faz favor de escrever, onde tens a abertura do teu blogue, onde está o meu blogue, pões os alcatruzes da roda e..a gente quando te vê, clica em ti e é meio caminho andado...
mais beijinhos ternurentos de quem te ama tanto assim..laura..

Maria disse...

Henrique:
A Laurinha gosta de dançar. Seguindo a tua linha de pensamento, chegas ao fim do poema do Mingas e...

Para me distrair
levaram-me ao baile de sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso às moças mais lindas do Bairro Operário
Tocaram uma rumba – dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: “Aí, Benjamim!”
Olhei-a nos olhos – sorriu para mim
pedi-lhe um beijo – e ela disse que sim.

Experimenta a receita. Recita-lhe o poema devagarinho, bem em frente dela.
Talvez resulte.
Sejam amiguinhos, meninos.
Queijinhos de Tomar

Maria disse...

Minha querida Laura:
O meu pai está presente em tudo o que escrevo. Levou anos a tentar que eu escrevesse. Só depois de o perder, comecei a fazê-lo. Agora, quando faço qualquer coisa, intimamente penso, o que iria ele pensar ou dizer. Quando gosto daquilo que escrevo, fico com a sensação que ele teria gostado. Quando tenho comentários elogiosos, volto a pensar que ele iria ficar contente. A minha grande mágoa é ele ter partido antes de lhe fazer a vontade.
E ouço-o dizer: Escreve, mandriona. Tens muito para dar. Trabalha.
Talvez este blogue, começado por brincadeira, seja a minha maneira de me aproximar dele.
Beijinhos, amiga

Maria disse...

Laura: o endereço é

http://alcatruzesdaroda.blogspot.com/

Chegas logo cá.

Mais um beijinho