terça-feira, 19 de maio de 2009

Para que foram vocês gastar dinheiro?


Era com esta frase e um certo ar de indiferença, que recebias a prenda que te levávamos no teu dia de anos.
Depois, abrias lentamente o embrulho, alisavas o papel, dobráva-lo, juntavas a fita e o laço e, só então olhavas o que te tínhamos dado, primeiro a medo, depois virando por todos os lados para ver a utilidade. Se não gostavas, dizias frontalmente. Se gostavas, ficavas com um ar feliz, calada e beijavas-nos.
Depressa descobri que o que te agradava eram coisas pequenas, quase sem valor material. Uma pequena moldura com retrato, um lenço, um quadro com algumas frases e um ramo flores. Roupa não valia a pena. Ou não gostavas, estava larga ou apertada.
Era difícil dar-te qualquer coisa.
Hoje é fácil, infelizmente. Basta uma flor e uma lembrança.
Mas sabes, Mãe Marcelina? Eu gostava de ter passado a tarde à procura de uma prenda para ti. Gostava de ainda ouvir a tua voz dizer: “Para que foram vocês gastar dinheiro?”
Beijos e saudades de todos nós: filhos, netos, bisnetos.
Olha, a tua prenda de hoje é uma notícia boa. A tua sobrinha Maria João vai ser avó.
Até um dia destes.

20 comentários:

Anónimo disse...

Abraço carinhoso para os dois.
Saudades
Nemy

Maria disse...

Querida Nemy:

A minha sogra foi alguém muito especial na minha vida.
Se eu tivesse a tua caixinha de estrelas, ela morava lá.
Assim, mora no meu coração, no lugar que ocupou e que será sempre dela.
As saudades são muitas. As recordações também.
Beijinhos meus e do João para ti.

Laura disse...

Ai sogrinhas queridas, a maioria quere-las de longe, de preferência no outro lado do mundo, mas, para tomarem conta dos filhos já ajudam...ah... Pois, er aum dia dela, dos anos, e nem todos ligam, a minha mãe fica toda amuada se não há presente, e, quantas vezes não o pude comprar...Beijinhos da laura.
A menina faxxabor de nãos e sentir nervosa, de acalmar a sua alma,s eu espirito e dar miminhos aos pensamentos, fazê-los muito queridos, fofinhos, saudosos, embora saudosos sim, mas, há muita coisa linda para lembrar com carinho e quando os pensamentos são maus, lixo...

Anónimo disse...

Marizitaaaaaaaaaa

Isto está a tornar-se repetitivo: a minha sogra Maria Guilhermina era excelente. Fisionomicamente, a Raquel é a cara dela. Feitio: igualzinha. Matriarca como só podem ser as indianas. Eu sei. Por experiência própria.

Aliás, quando entrevistei a primeira-ministra Indira Ghandi, se tivesse alguma dúvida, ela desapareceria imediatamente. Até em mim, a Indira tentou mandar. Sorte (para mim) que teve pouco tempo. Já estava habituado em casa e...

Já o Rajiv (que também entrevistei, como primeiro-ministro, raio de vida...) era um homem simples, afável, simpático - e que ficou meu Amigo. De tal sorte, que fui ao seu funeral. Da mãe dele, não. Chegou-me a conversa...

Maria disse...

Laurinha:
Há sogras e sogras, noras e noras.
A minha, como qualquer pessoa, tinha defeitos, mas tinha um coração maior que o mundo.
Tivemos as nossas picuinhas ao príncipio, mas com os anos e a convivência, tornámo-nos grandes amigas. Era boa, muito minha amiga e de certa forma, ajudou-me a aguentar a perda da minha mãe.
Tinhamos uma amizade muito bonita e forte e dávamo-nos bem. Então quando se tratava de pregar partidas a alguém, estávamos sempre de acordo. Um dia ainda contarei algumas. Vais ver que também tenho recordações boas dela.
E depois, nina, eu também sou SOGRA, por isso não posso dizer mal delas em geral.
Beijinho, flor de linho

Maria disse...

Caro Henrique:
O que tu viste e ouviste! As pessoas importantes que conheceste e entrevistaste! Se eu fosse invejosa já tinha roído as unhas, os dedos, as mãos. Foi essa a vida que há muitos anos, por algum tempo, a Maria sonhou ter. Desisti, já disse as razões. Houve outro sonho mais forte: Ter filhos.
Não me imaginava sem filhos. E no outro sonho eles não cabiam. Eu não queria um jornalismo de cadeira, queria andar pelo mundo, ver e conhecer pessoas e lugares.
Com filhos não dava. Viver sem eles, não seria feliz.
Optei e não me arrependi um só momento.
Quanto às sogras. Eu e a minha fomos muito amigas. Eu fui a filha que ela não teve, ela ajudou-me a aguentar a perda da minha mãe muito cedo.
Foi das mais bonitas amizades que tive na minha vida. E além disso se não fosse ela, onde iria eu encontrar o meu São João? Quem mais conseguia aturar as neuras, as manias, as tristezas súbitas, as alegrias malucas da Maria? e quem é que me ajudava a usar esta infernal máquina, cheia de botões e truques? Já vês, quanto eu devo à minha Santa sogra.
Queijinhos e um abraço do Joâo para ti.

Carla D'elvas disse...

Beijinhos, com carinho, para os dois :)

Maria disse...

Querida Carlinha:
Obrigada pelos beijinhos.
Como estão vocês?
O Martin nunca mais escreveu. Calculo que a escola está a acabar e ele tem muito que fazer.
Beijinhos para os 4.

Carla D'elvas disse...

Querida Maria:

Estamos bem... e felizes :)
Venho cá todos os dias!
... E gosto tanto :)
O Martim anda cansado. É normal, nesta altura do ano lectivo, quase no fim. Anda feliz da vida a fazer mini filmes... e por isso, não escreve no blogue.
De resto, os meus tesouros, estão lindos de morrer e eu, cada vez mais, babada e apaixonada por eles :)

Beijinhos dos 4 :)

Maria disse...

Querida Carla:
Ainda bem que estão todos bem.
Os meus netos também andam com testes, por isso calculei o que se passava com o Martim.
Beijinhos para os 4

Kim disse...

A simplicidade do amor, está num gesto, num carinho, numa flor.
Tudo é resto é fugaz!
Beijinhos Petite Marie

Maria disse...

Kim:

Quando te ia responder, lembrei-me de uma velha frase francesa: "tout passe, tout casse, tout lasse."
Fui pesquizar e encontrei este poema que me pareceu feito para nós.

tout passe
tout casse
tout lasse
mais jamais rien ne s'efface

tout passe
tout casse
tout lasse
il reste toujours une trace

on ne peux tout oublier
reste toujours des petits bout de vie
dans notre coeur meme endurci

tout passe
tout casse
tout menace
mais rien n'efface

ce regard croisé un jour
ce sourire rempli d'amour
ces gestes emprunt d'envie
qui vous ramenent à la vie

tout passe
tout casse
tout lasse
mais rien jamais ne t'efface.....

kari

Beijinho meu amigo

Laura disse...

Ehhh Maria, a minha primeira sogra, tarrenego bicho, credo, só contado e eu mimei-a tanto..a segunda, um poço de bondade, diziam, mas, já não a conheci...terceira? obrigada, mas, não!...ahhhhh e a mãe? pouco melhor, enfim, de onde virá a tal daquela falta de amor que tenho? Pois é..Beijinhos.

mariabesuga disse...

Ah eu sogra não tenho. Sobrou-me o filho que é o meu amor.

De qualquer maneira, da que foi a sogra por ter sido mãe do meu primeiro marido, não tive grande razão de queixa. Relação media. Nada de especial mas não de "sogra/nora" como é suposto sempre às avessas. Não. Com o sogro a relação era melhor por ser ele uma pessoa mais bem disposta de seu feitio e jeito de ser e até por conhecê-lo e lidar com ele há mais tempo. O filho era mais parecido com a mãe... Azar!... o dele que continua a ser assim e o meu pelo tempo, muito, em que não consegui livrar-me daquele enleio... Agora livre de filho da mãe, salvo seja e que deus lhe guarde a alma, a da mãe que a do filho continua fazendo vida neste reino, faço então a minha, a minha vida, ao lado de um filho já sem mãe sem que eu própria saiba se isso é bom ou mau pela falta da sogra.
Se de sogras é o que se prossupõe... melhor não tê-las.
Não acredito nisso!!!... De todo!!!...
Bom teres da tua sogra a lembrança de amiga. Acredito que só podes sentir-te muito bem com isso.

Beijinho minha amiga Maria
Beijinho ao teu "motorista".
Desejo de tudo de bom.

Maria Girassol

Maria disse...

Laurinha:
A tua mãe deve amar-te, mas à maneira dela, que não preenche a tua enorme sede de amor.
É impossivel que alguém, muito menos a mãe, não ame um ser como tu.
Beijinho, flor de linho.

Maria disse...

Querida Girassol:
Foi bom ter noticias vossas.
Quanto ao assunto "SOGRAS", eu amava a minha como uma mãe, como já disse.
Mas sei que há outras diferentes.
Lembrei-me agora, de um pequeno azulejo que meu pai tinha, que dizia:
Dos homens que conheci
só Adão teve juizo
casou com mulher sem mãe
e viveu no paraíso.

Ele nunca teve sogra, visto a dita cuja já ter morrido. Em compensação, a minha mãe soube bem o que era ter sogra.
Eu adorava a minha avó, mas lá que foi sogra, foi. Coitada da minha mãe!
Abraço do "Motorista" para o "Pintor" e beijinhos para ti, beijo para os dois meus.

Laura disse...

Sogras
Leve-as o demo
Mailas suas manhas...

A girassol bem disse..eu bem disse e, como nós, há sogras que nem o diabo as quer no inferno, nem para atear a fogueira, quanto mais...

Uma amiga minha tinha na cozinha dela um prato pintado, d elouça e rezava assim; Sogra não é parente, é castigo...se é...beijinhos. e a minha mãe é assim...refila, ralha, reclama, tudo a começar por R...eu sou paciente, entendo-a, mas não entendo de onde vem tanta maldade junta...enfim Haja paz no meu lar, ela vive no dela e por lá se deixe estar...aqui não há aquele ansiado amor como já deste conta, mas há paz...educação, harmonia... Beijinhos.

Laura disse...

Bom diazinho para ti querida Maria...cheio de sol, alegria e paz, que o amor já mora em ti...
mais um dia pela frente, mais horas de coisas boas,s empre boas, porque para mim tudo é bom, tudo sabe bem e, os contratempos, se existem, lá hão-de ser ultrapassados cada um a seu tempo...Já foi tudo muito pior, para mim, era cada problrma que parece que nasciam na macieira, arre, mas, agora abrandaram e já corre tudo melhor, devagar vamos indo e a vida endireitando...
Um abraço a ti, apertadinho..laura..

Maria disse...

Laurinha, minha flor de linho:

Hoje é quinta-feira de Espiga.
So me lembro de ir com os meus filhos pequeninos, apanhá-la nos campos que dantes rodeavam a minha casa. Hoje são só prédios.
Lembro-me de ir com os meus irmãos, a mãe e mais um grande grupo, apanhar a Espiga, nos arredores de Tomar. Aí, metia merenda e tudo.
Agora a Espiga é vendida nas ruas de Lisboa. O Vasco já me comprou uma.
Dia lindo para ir para o campo apanhá-la.
Bom dia, querida.
Beijinhos

*Lisa_B* disse...

Querida Maria,

linda homenagem ao aniversário da sogra, ela teria gostado...
Beijinhos