Saída da Régua, depois de um último adeus ao Sandeman, ( um dia destes eu conto a história de amor-ódio, que vivi com o homem da capa preta), foi a correria própria deste tipo de passeios, de que cada vez gosto menos. Uma brevíssima paragem num miradouro, onde foram tiradas as duas primeiras fotos. Para trás, tinham ficado imagens lindas, que só consegui guardar na memória.
Aqueles socalcos feitos sem ajuda de máquinas, esventrados, cavados, alisados, plantados, apenas com o esforço humano, enchem-me sempre, de um misto de admiração e angústia, pelas vidas que custaram, pelas lágrimas, suor e sangue, que os regaram e, talvez tenham contribuído para o sabor sem par, do vinho do Porto. Vinho do Porto, que se deveria chamar vinho do Douro. É ali que ele nasce, é aquela terra, aquele sol, que o fazem como é.
E, mais uma vez, lembro Torga, as suas histórias vividas e sentidas.
Chegámos a São João da Pesqueira. 25 minutos, para o café, o xixi, a compra de uns queijos e bolinhos, o costume. Dispensei tudo isso, para poder tirar três fotos: A Câmara Municipal, uma pequena Igreja e o Pelourinho. Foi muito pouco para o que havia para ver.
Os 25 minutos passaram e, continuou a correria até Freixo de Espada à Cinta. Passaram-me à frente as amendoeiras, as torgas, as ravinas e os montes, as casa grandes e pequenas de que tanto gosto e, nem uma foto. Eram quase horas de almoço, meus senhores. E passeio é isso mesmo: comer, correr e parar, para o café e xixi, numa qualquer área de serviço.
Até um dia destes.
Aqueles socalcos feitos sem ajuda de máquinas, esventrados, cavados, alisados, plantados, apenas com o esforço humano, enchem-me sempre, de um misto de admiração e angústia, pelas vidas que custaram, pelas lágrimas, suor e sangue, que os regaram e, talvez tenham contribuído para o sabor sem par, do vinho do Porto. Vinho do Porto, que se deveria chamar vinho do Douro. É ali que ele nasce, é aquela terra, aquele sol, que o fazem como é.
E, mais uma vez, lembro Torga, as suas histórias vividas e sentidas.
Chegámos a São João da Pesqueira. 25 minutos, para o café, o xixi, a compra de uns queijos e bolinhos, o costume. Dispensei tudo isso, para poder tirar três fotos: A Câmara Municipal, uma pequena Igreja e o Pelourinho. Foi muito pouco para o que havia para ver.
Os 25 minutos passaram e, continuou a correria até Freixo de Espada à Cinta. Passaram-me à frente as amendoeiras, as torgas, as ravinas e os montes, as casa grandes e pequenas de que tanto gosto e, nem uma foto. Eram quase horas de almoço, meus senhores. E passeio é isso mesmo: comer, correr e parar, para o café e xixi, numa qualquer área de serviço.
Até um dia destes.
19 comentários:
Olá Maria:
Fico feliz de ler alguém escrever com tanto amor e respeito pelas imagens que lhe são dadas apreciar, até porque são as terras que me viram nascer...
Diz a Maria a um certo trecho que o vinho não se deveria chamar do Porto mas sim do Douro... Nem uma nem outra expressão são corretas;
O vinho do Douro existe e é o vinho maduro que acompanha à mesa um bom almoço ou jantar.
O vinho, dito do Porto, é para nós, da Régua, Armamar, Tabuaço e São João da Pesqueira, o coração da região demarcada desse vinho, o Vinho Fino ou Vinho Generoso. Não aceitamos outro nome...
Continua a nos mostrar com a tua escrita e fotos, o que os teus olhos tão bem sabem apreciar.
bjs
Osvaldo
Osvaldo, amigo:
Estás cheio de razão. O vinho do Douro é o maduro e é, para mim, o melhor vinho do mundo. Eu que não gosto de vinho tinto, gosto do vinho do Douro. O branco, conseguiu há anos embebedar-me, sem me fazer mal.
Lembro-me, de em miúda ouvir chamar ao vinho do Porto, Vinho Fino. Assim deveria continuar a ser.
Fico contente por gostares do que escrevo. As fotos, na sua maioria, são do meu marido. É um artista. Já pintou e desenhou muito bem. Agora está preguiçoso. Qualquer dia, prego-lhe a partida e mostro alguns desenhos dele.
Beijinnho amigo
ahhh Osvaldo, xixi ou chichi? ehhh baralhei-me...xixi mais apressadinho e o mais calminho chi chi com direito a h e espaço..Não conheço muito para esses lados, mas...em casa de ferreiro espeto de pau...agora que não há euros não há passeios, mas já corri meio mundo pelas áfricas (26 anos de áfrica) e Brasil, turkia espanha França e a nossa terra nem a conheço todinha..Beijinhos e passeiem que é bom..laura.
Querida Maria,
Todos os dias venho passear contigo.
A paisagem é deslumbrante e a companhia excelente.
Beijo de saudades
Nemy
Parafraseando um popular apresentador da Televisão de Portugal, eu digo:
«Já fui muito feliz em S. João da Pesqueira!»
..e paisagem espantosa do Miradouro de "S. Salvador do Mundo"?
..e o vinho do Douro da "Quinta da Real Companhia Velha"?
Ah! Quem me dera lá voltar nem que fosse só para reviver (recordando) os dois dias e uma noite ímpares.
Continuação de bons passeios, Maria. Eu vou viajando contigo.
Laurinha:
Quando eu era miúda, havia uma brincadeira com 6 paus de fósforos, com se tinha de escrever "água quente". Aí, juntavam-se dois pausinhos cruzados, formando um X, um pau a direito I, mais dois cruzados X e mais um em pé I.
Agora repara:
XIXI
Topas ou queres mais?
A tal água quente era XIXI.
Daí, XIXI e não chichi.
Beijinho amigo.
Nemy:
O que valeu do passeio foi mesmo a paisagem. Foi tudo muito a correr. Não tive tempo de fazer as minhas buscas de "coca-bichinhos". Mas o Douro é sempre lindo.
Beijinho
Bicho:
Se tu soubesses o que são estes passeios! Fartas-te de andar de camionete, gramas o Quim Barreiros, o cheiro dos chouriços, alheiras, que por acaso, são iguais aos de qualquer Super e não vês quase nada. Comida e bebida não faltam, mas em casa também há. Por mim, foi o último.
Quando quiser ir a algum lado, ver aquilo que quero, vou só com o chefe. Assim posso cuscar tudo, fazer as minhas buscas, sem ter horas, nem ninguém a mandar.
Passeios a metro, não gosto.
Fiquei frustrada. Não vi o que queria, não parei onde gostava. Foi tudo muito "á vol d'oiseau" para mim. Só as horas das refeições eram eternas. Para quem gosta de comer, é bom, mas eu sou de pouco alimento.
Beijo
Bem me queria parecer Maria, que esse estilo de passeio-de-fim-de-semana-de-reformados não era bem ao teu gosto, nem ao do chefe.
Isso de ir desde a Régua até ao Freixo num só dia é coisa mais parecida com viagem de ambulância, não é bem turismo.
Também já por aí passei e fiquei apaixonado.
O que mais mexeu comigo foi o facto de ter passado a gostar muito mais do Porto do que até então, como aliás tive ocasião de o demonstrar.
Juntamos o pessoal, alugamos um barco e toca a subir o rio, ou descer!
Beijinhos Marie
ê cá sô pla sugestão do nosso querido Kim..passeio de barco sem hora de regresso, só com hora de sair, cedinho...adoro barcos, barquitos e nem que sejam de papel, desde que não metam água (e comigo tão magrita aquilo flutua, ahhh tou pra ver)
Não conheço esses lugares assim falados deram-me água na boca, não pla mesa mas plas paisagens...
Essa de viagens de autocarro tipo excursão...xi, fui á Turkia por 7 dias, há uns bons 10 anos, e , levantar cedo, deitar tarde, para quem queria descansar, mas ali sim, ali valeu a pena aquelas terras, saberes, veres olhar, cheirar sentir..pena ser tão longe...aqui nunca fui em nenhuma e por vezes até não é caro, mas, gosto de ir com amigos e divertirmo-nos por lá, como fazia antigamente no tempo dos bons escudos!...credo, só com o manel deve ser uma seca, (cá pra mim, sim ahhh)
Ah, conheço o jogo de escrever água quente com 6 palitos ou fósforos... e claro que escrevem xixi e chichi ahhh e como a iletrada sou eu, fico sempre na duvida se queme screveu mal fui eu, ehhhhhh. Beijinhos e um dia bom.laura.
Bicho:
Estás a ver bem o filme. Conheces o pessoal.
Quando eu contar o resto, vais ver como é.
Só te digo que, de Freixo de Espada à Cinta, só parámos em Abrantes, para o motorista, aliás uma simpatia, descansar meia-hora.
Para mim foi o último. Nunca tive paciência para excursões. Gosto de parar, ficar, ver, sem horas, nem "senhores armados em bons".
Jamais, mas jamais mesmo, me apanham noutra.
Beijo
Kim:
Para a próxima vai ser Porto, esse Porto, que eu amo e odeio. Depois, barquinho até à Régua e vinda. Depois, as outras terras, uma à uma, sem pressa, sem horas, vendo o que quero, tirando fotos dos cantinhos que gosto de espiolhar: Igrejas, Ruínas, fontes, museus e o Douro, o Douro lindo. Falar com velhotes, procurar litratura do lugar, saber histórias e lendas, tudo calmamente, muito calmamente.
Assim, à pressa não gosto.
Sinto que me deram, uma gota de um Porto velhissimo e, depois me tiraram o copo. Sou epicuarista, não comilona. Preciso de saborear tudo o que vejo, gravá-lo na memória, para sempre.
Foi assim que vi Paris, Florença, Roma, Veneza.
Beijo
Laura:
Tal como já disse ao Kim, para a próxima (a dois), será o barco. Quero meter as mãos na àgua, cheirar o rio, ver de baixo para cima, as vinhas, as casas, tudo o que não vi agora.
Vamos ver quando vai ser.
Beijo
Ó querida Maria neste momento com gripe. O cházinho de cebola, tás a ver?!?!?!... Vai por mim.
Olha o meu blog está parado há muito tempo. De qualquer maneira podes entrar pelo meu nome (girassol) lá nos comentários da Laurinha, e até no/s(?) que já deixei aqui. Mas deixo-te o link: http://girassolnosul.blogspot.com/
deixo-te também o link de um trabalho que postei num blog para que me convidaram. O link vai directo para o post que tem foto e poema meus.
http://agendadossentidos.blogspot.com/2009/03/sobrou-te-o-corpo-sobrou-te-o-corpo-que.html
Vai ver se puderes e dá opinião.
Beijinho para ti e melhora.
Girassol:
Parece que já estou melhor.
Obrigada ela dica.
Vou procurar o teu blog e o outro.
Beijinho
Girassol:
Faltou o l.
Mais um beijo
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