Ao Padre José Guilherme.
Hoje vem uma história que li numa velha revista de 1981 e, que infelizmente durou só três números. Chamou-se “Tomar Cultura”.
Dos três números só tenho um, mas que me vai dar inspiração, para uns dias. Aproveito para agradecer ao Alfredo Caiano Silvestre, seu coordenador, que me deu carta branca para o fazer.
A história foi contada, no original, pelo Padre José Guilherme, infelizmente já desaparecido. Vou resumi-la, pois é demasiado extensa.
Ora, deu-se o caso, numa qualquer aldeia, há muitos anos. O bom povo da terra tinha conseguido juntar dinheiro, para comprar um belo relógio para o campanário da sua Igreja. Prepararam-se as festas, enfeitaram-se as ruas, tudo estava um brinquinho. Precisavam de um Orador abalizado. Convite feito e aceite, era preciso alojar convenientemente, a ilustre figura. A única casa condigna era a Quinta do Convento, pertença de duas manas, muito religiosas, a quem chamavam “Senhoras Meninas Condessas.” Como isto me fez lembrar “As Meninas da Fonte da Bica” e Ramada Curto!
Preparado o melhor quarto, feitas as iguarias, esperou-se a chegada do visitante. Ele chegou no carro do merceeiro da terra, acompanhado do Prior. Depois dos cumprimentos da praxe, entraram no convento, onde as senhoras os esperavam. O jantar foi longo, bem regado. Eram horas de dormir. Foi o Orador conduzido ao seu quarto e preparou-se, depois das orações, para o merecido sono. Deitou-se e, quando estava quase a entrar no país dos sonhos, sentiu uma cólica intestinal que aumentava, de segundo em segundo. Não lhe tinham indicado a casa de banho daquele andar. A do andar debaixo era demasiado longe, para aquele tremendo aperto. Abriu a porta da mesa de cabeceira e deparou-se-lhe um belo penico Oriental, com tampa e tudo, relíquia de família, ali posto em sua honra. Em desespero, aliviou as santas tripas, tentou ajeitar-se melhor e... o penico partiu-se. Aos gritos aflitos do ilustre visitante acudiram as meninas. O resto da noite foi passado a lavar e tirar os cacos, do ferido e conspurcado o rabo, que ao fim de pouco tempo estava como novo. Mas o penico, o belo penico Oriental, relíquia daquela casa, acabou na lixeira, escaqueirado e sujo.
Padre Zé Guilherme, desculpe o atrevimento, lá onde está.
Alfredo, espero que não se arrependa de me ter dado autorização para contar a história à minha maneira.
Até um dia destes.
Hoje vem uma história que li numa velha revista de 1981 e, que infelizmente durou só três números. Chamou-se “Tomar Cultura”.
Dos três números só tenho um, mas que me vai dar inspiração, para uns dias. Aproveito para agradecer ao Alfredo Caiano Silvestre, seu coordenador, que me deu carta branca para o fazer.
A história foi contada, no original, pelo Padre José Guilherme, infelizmente já desaparecido. Vou resumi-la, pois é demasiado extensa.
Ora, deu-se o caso, numa qualquer aldeia, há muitos anos. O bom povo da terra tinha conseguido juntar dinheiro, para comprar um belo relógio para o campanário da sua Igreja. Prepararam-se as festas, enfeitaram-se as ruas, tudo estava um brinquinho. Precisavam de um Orador abalizado. Convite feito e aceite, era preciso alojar convenientemente, a ilustre figura. A única casa condigna era a Quinta do Convento, pertença de duas manas, muito religiosas, a quem chamavam “Senhoras Meninas Condessas.” Como isto me fez lembrar “As Meninas da Fonte da Bica” e Ramada Curto!
Preparado o melhor quarto, feitas as iguarias, esperou-se a chegada do visitante. Ele chegou no carro do merceeiro da terra, acompanhado do Prior. Depois dos cumprimentos da praxe, entraram no convento, onde as senhoras os esperavam. O jantar foi longo, bem regado. Eram horas de dormir. Foi o Orador conduzido ao seu quarto e preparou-se, depois das orações, para o merecido sono. Deitou-se e, quando estava quase a entrar no país dos sonhos, sentiu uma cólica intestinal que aumentava, de segundo em segundo. Não lhe tinham indicado a casa de banho daquele andar. A do andar debaixo era demasiado longe, para aquele tremendo aperto. Abriu a porta da mesa de cabeceira e deparou-se-lhe um belo penico Oriental, com tampa e tudo, relíquia de família, ali posto em sua honra. Em desespero, aliviou as santas tripas, tentou ajeitar-se melhor e... o penico partiu-se. Aos gritos aflitos do ilustre visitante acudiram as meninas. O resto da noite foi passado a lavar e tirar os cacos, do ferido e conspurcado o rabo, que ao fim de pouco tempo estava como novo. Mas o penico, o belo penico Oriental, relíquia daquela casa, acabou na lixeira, escaqueirado e sujo.
Padre Zé Guilherme, desculpe o atrevimento, lá onde está.
Alfredo, espero que não se arrependa de me ter dado autorização para contar a história à minha maneira.
Até um dia destes.
3 comentários:
O clero tem exactamente os mesmos ossos da plebe.
Às vezes, falta um penico rela. Isso sim, é a diferença.
Cá para mim foi uma partida dalguma freira loira!
Beijinhos Petite Marie
Alfredo:
Mais uma vez obrigada.
Maria
Kim:
As freiras ou frades tinham sido corridos pelo "Mata-Frades". Por isso o Convento pertencia às meninas senhoras condessas.
Fora comprado pelo pai delas, por meios mais ou menos legais. Acontecia muito.
Deve ter sido vingança da deusa Kali.
Beijinhos
Maria
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