A minha relação com o Carnaval foi sempre distante. Fui espectadora, mais ou menos indiferente, nunca participante. Em Tomar, das janelas da casa onde nasci, via os grandes bailes da Nabantina. Achava graça às meninas vestidas de minhotas, de damas antigas, de criadinhas fardadas de vestido preto com gola,
avental e crista brancos, aos rapazes vestidos de polícia, de bombeiros ou magalas. Tocavam valsas, tangos, a raspa. O moço dirigia-se à moça, tocava-lhe no pé, mais ou menos delicadamente e indagava: “A menina dança, ou já tem par?”. A menina olhava de lado a mamã e, conforme o ar desta, aceitava ou não. Entretinha-me a vê-los e a atirar papelinhos e serpentinas, da janela. Aqui cabe dizer, que nunca soube atirar uma serpentina. Enquanto os outros faziam malabarismos incríveis, eu deixava-a correr direitinha à rua.
Dos cortejos de Carnaval em Ovar, já nesse tempo afamados, eu continuava a ser espectadora de janela. Achava os carros bonitos, ria-me com um ou outro conhecido, vestido de forma bizarra, mas nunca senti vontade de lá estar no meio.
No Porto, o Carnaval resumia-se a uma ida ao circo ao Coliseu, onde mais uma vez, eu estava num camarote e a festa era lá em baixo na arena e na plateia.
Virá daí esta relação distante com o Carnaval? Ou será o medo que tenho de disfarces de qualquer espécie, caras tapadas ou camufladas? Ou o pavor de me ver no meio de muita gente?
Hoje vou ficar em casa. Verei os diferentes cortejos na televisão, vou ler e tentar não pensar no verdadeiro Carnaval em que se transformou o mundo.
Quem gostar dele, divirta-se. Os outros façam como eu: ignorem-no.
Até um dia destes.
avental e crista brancos, aos rapazes vestidos de polícia, de bombeiros ou magalas. Tocavam valsas, tangos, a raspa. O moço dirigia-se à moça, tocava-lhe no pé, mais ou menos delicadamente e indagava: “A menina dança, ou já tem par?”. A menina olhava de lado a mamã e, conforme o ar desta, aceitava ou não. Entretinha-me a vê-los e a atirar papelinhos e serpentinas, da janela. Aqui cabe dizer, que nunca soube atirar uma serpentina. Enquanto os outros faziam malabarismos incríveis, eu deixava-a correr direitinha à rua.
Dos cortejos de Carnaval em Ovar, já nesse tempo afamados, eu continuava a ser espectadora de janela. Achava os carros bonitos, ria-me com um ou outro conhecido, vestido de forma bizarra, mas nunca senti vontade de lá estar no meio.
No Porto, o Carnaval resumia-se a uma ida ao circo ao Coliseu, onde mais uma vez, eu estava num camarote e a festa era lá em baixo na arena e na plateia.
Virá daí esta relação distante com o Carnaval? Ou será o medo que tenho de disfarces de qualquer espécie, caras tapadas ou camufladas? Ou o pavor de me ver no meio de muita gente?
Hoje vou ficar em casa. Verei os diferentes cortejos na televisão, vou ler e tentar não pensar no verdadeiro Carnaval em que se transformou o mundo.
Quem gostar dele, divirta-se. Os outros façam como eu: ignorem-no.
Até um dia destes.
4 comentários:
Oi amiga, tudo bem?
Também não sou de ligar muito ao carnaval e este ano nem a casa dos pais posso ir.Beijinho Maria
pico minha ilha
Pico minha ilha:
Infelizmente vivemos num Carnaval permanente.
Beijinho
Maria
Querida Maria :)
Não sou fã do Carnaval.
Brinco (muito!) o ano inteiro ;)
Beijinhos, dos 4!
Carla:
Pelos vistos não sou a única a não gostar do Carnaval. Vá lá uma pessoa pensar que é original! :)
Beijos para os 4
Maria
Enviar um comentário