Meu querido filho:
Cada vez que quero escrever a um de vós, fico sem saber como o fazer.
É difícil, sem ser repetitiva, dizer o que sinto por vocês, além de me arriscar, a omitir alguma coisa importante.
Vou dividir esta carta em partes:
1ª Nasceste num Domingo de Ramos e Dia do Pai. Foste a prenda
que nesse dia, eu e o pai demos aos teus avós. Foste a primeira prenda do Dia do Pai, que deste ao teu pai. Foi nesse dia, que me senti inteiramente mulher.
Tiveste pressa de conhecer o mundo e, vieste um mês antes do previsto. Pequenino (40 centímetros e menos de 2 quilos), frágil, quase sem pestanas, as unhas fraquinhas, mas com um cabelo enorme. Nasceste em casa e, devido à tua debilidade, tivemos que transformar o quarto em estufa e o teu berço num casulo, aquecido por 3 botijas. Não te tirava de lá, a não ser para beberes o leite com uma colherinha, pois não tinhas forças para mamar.
2ª Estavam todos convencidos que não ias resistir. Todos, não. Nós 3, tu, o pai e eu, sabíamos que a Vitória era nossa.
A pequenina crisálida começou a querer sair do casulo. Com cerca de dois meses tinhas atingido o peso. Tomaste o teu primeiro banho (até aí eras limpo a seco) e gostaste.
Com 3 meses fizeste a primeira viajem Porto Cascais e, sem vaidade, já eras um bebé lindo.
Eras alegre, risonho, muito sociável, sem medos e muito, muito amado, não só pelos teus pais, mas por todos.
Ainda não tinhas feito 1 ano, quando nasceu a mana. Ao princípio não achaste muita graça, mas acho que não te deves lembrar da tua vida, antes dela nascer.
Cresceram juntos, no meio de bulhas aparatosas, misturadas com uma grande cumplicidade.
3ª Mergulhaste a primeira vez com 5 anos, na praia do Canavial, em Lagos. Ainda te lembras? A tua irmã com 4, deu uma descompostura ao pai, por causa de teres ficado tanto tempo dentro de água.
Os anos iam passando, foste para a escola e, um dia veio outro irmão. Tu e a mana foram os segundos pais dele.
4ª Aí, veio a tropa. No dia que saíste para Mafra, saí de casa para não chorar à tua frente. De 2ª a 6ª não dormi uma hora.
Na 6ª, quando te vi chegar, cabeça rapada, baixa, com um ar infeliz que nunca te tinha visto, não sei como sustive as lágrimas. Á noite, o Rui e o Carlos levaram-te e voltaste melhor.
5ª Um dia apresentaste-nos uma menina. Era simpática, gira e eu gostei logo dela. O dia do vosso casamento foi um dos mais bonitos e mais felizes da minha vida. Nunca tive ciúmes da Sílvia. Foi mais uma filha, a juntar aos três.
Depois nasceu o vosso filho, o meu primeiro neto rapaz, fiquei doida de alegria. Já tinha a minha neta querida, fiquei com um belo par de netos. A seguir, durante cerca de 2 anos, emprestaram-mo, para eu sentir outra vez, toda a felicidade que dá, ver desabrochar uma criança. Já tem 10 anos, o meu bebé!
6ª Dizer-te o que és para mim? Tu sabes, filho. Se há coisa de que eu não duvido, é que tu sabes bem o que tu ( vocês 3, tu, a Sílvia e o vosso filho), os teus irmãos e sobrinha e o teu pai, são para mim.
São a minha vida, o meu orgulho, a razão que me faz viver.
Parabéns filho. Vou acabar, pois já começo a dizer lamechices.
Muitos beijos do pai e meus.
Até um dia destes.
Cada vez que quero escrever a um de vós, fico sem saber como o fazer.
É difícil, sem ser repetitiva, dizer o que sinto por vocês, além de me arriscar, a omitir alguma coisa importante.
Vou dividir esta carta em partes:
1ª Nasceste num Domingo de Ramos e Dia do Pai. Foste a prenda
que nesse dia, eu e o pai demos aos teus avós. Foste a primeira prenda do Dia do Pai, que deste ao teu pai. Foi nesse dia, que me senti inteiramente mulher.
Tiveste pressa de conhecer o mundo e, vieste um mês antes do previsto. Pequenino (40 centímetros e menos de 2 quilos), frágil, quase sem pestanas, as unhas fraquinhas, mas com um cabelo enorme. Nasceste em casa e, devido à tua debilidade, tivemos que transformar o quarto em estufa e o teu berço num casulo, aquecido por 3 botijas. Não te tirava de lá, a não ser para beberes o leite com uma colherinha, pois não tinhas forças para mamar.
2ª Estavam todos convencidos que não ias resistir. Todos, não. Nós 3, tu, o pai e eu, sabíamos que a Vitória era nossa.
A pequenina crisálida começou a querer sair do casulo. Com cerca de dois meses tinhas atingido o peso. Tomaste o teu primeiro banho (até aí eras limpo a seco) e gostaste.
Com 3 meses fizeste a primeira viajem Porto Cascais e, sem vaidade, já eras um bebé lindo.
Eras alegre, risonho, muito sociável, sem medos e muito, muito amado, não só pelos teus pais, mas por todos.
Ainda não tinhas feito 1 ano, quando nasceu a mana. Ao princípio não achaste muita graça, mas acho que não te deves lembrar da tua vida, antes dela nascer.
Cresceram juntos, no meio de bulhas aparatosas, misturadas com uma grande cumplicidade.
3ª Mergulhaste a primeira vez com 5 anos, na praia do Canavial, em Lagos. Ainda te lembras? A tua irmã com 4, deu uma descompostura ao pai, por causa de teres ficado tanto tempo dentro de água.
Os anos iam passando, foste para a escola e, um dia veio outro irmão. Tu e a mana foram os segundos pais dele.
4ª Aí, veio a tropa. No dia que saíste para Mafra, saí de casa para não chorar à tua frente. De 2ª a 6ª não dormi uma hora.
Na 6ª, quando te vi chegar, cabeça rapada, baixa, com um ar infeliz que nunca te tinha visto, não sei como sustive as lágrimas. Á noite, o Rui e o Carlos levaram-te e voltaste melhor.
5ª Um dia apresentaste-nos uma menina. Era simpática, gira e eu gostei logo dela. O dia do vosso casamento foi um dos mais bonitos e mais felizes da minha vida. Nunca tive ciúmes da Sílvia. Foi mais uma filha, a juntar aos três.
Depois nasceu o vosso filho, o meu primeiro neto rapaz, fiquei doida de alegria. Já tinha a minha neta querida, fiquei com um belo par de netos. A seguir, durante cerca de 2 anos, emprestaram-mo, para eu sentir outra vez, toda a felicidade que dá, ver desabrochar uma criança. Já tem 10 anos, o meu bebé!
6ª Dizer-te o que és para mim? Tu sabes, filho. Se há coisa de que eu não duvido, é que tu sabes bem o que tu ( vocês 3, tu, a Sílvia e o vosso filho), os teus irmãos e sobrinha e o teu pai, são para mim.
São a minha vida, o meu orgulho, a razão que me faz viver.
Parabéns filho. Vou acabar, pois já começo a dizer lamechices.
Muitos beijos do pai e meus.
Até um dia destes.
13 comentários:
Maria,
Neste dia tão especial, aqui vai um grande beijo de parabéns para ti e para o teu filhote.
Saudades
Nemy
Bom dia Mãe,
Obrigado pelo que escreveste!
Beijinhos para Ti e para o Pai.
Parabéns tb ao Pai!
João
Nemy:
Tu conheceste este, em casa do meu pai. Era um rapazinho ainda.
Obrigada por mim e por ele.
Beijinhos e saudades para ti, amiga.
Filho,
A tua história é uma das mais lindas histórias da minha vida.
Um dia destes vou-te mandar o gráfico do peso de vocês 3. O teu é impressionante.
Beijinhos para a Silvia e para o meu menino.
Guarda muitos para ti, da tua
Mãe
Querida Maria:
Fica, aqui, um grande beijinho de parabéns para a familia toda :)
Adorei este texto. O teu João é um Herói :)
Carlinha, amiga:
Todos os meus filhos são heróis, cada um à sua maneira.
Obrigada pelas tuas palavras.
Por falar em herói, que aconteceu ao Martim? Todos os dias vejo o blog dele e nada.
Beijinhos para os 4
Mãe
Como sou um asno nisto do blogue deixei o comentário nas papoilas
Beijinhos
Ma Petite Marie!
Tens de por o teu João a dizer qualquer coisa.. Se eu não soubesse quem ele é até pensava que o Corvo não tinha ninho.
Vá lá, hoje é Dia do Pai. João,fala, escreve:
Esse amor de mãe é proprio da coruja. Não te martirizes Marie, que fica-te bem esse desabafo. Grande mãe que tanto se orgulha dos filhos.
Beijinho Petite!
Filha:
Tens resposta nas papoilas.
Beijo
Mãe
Kim:
Quem fez hoje anos foi o meu filho mais velho, conhecido por João, embora todos eles tenham o nome do pai. Assim o mais velho é João Manuel, tem um blog em que não escreve há mais de um ano, chamado "Blog do Anequim". A minha filha é Maria João, mais conhecida por Lucha (foi o mais velho que lhe começou a chamar assim, vá-se lá saber por que razão), não tem blog e é pena, pois é muito imaginativa. O mais novo é João Vasco, conhecido por Vasco ou "Corvo". É preguiçoso, só escreve quando lhe apetece. A última vez foi sábado passado, uma coisa sobre o fado. Aliás, quando escreve é sempre sobre temas Alfacinhas. Vou-lhe dar o teu recado.
Quanto ao orgulho que tenho dos três é mais que merecido. São todos diferentes, mas todos seres humanos maravilhosos. E isto não é dos meus olhos de mãe. Um dos meus defeitos é ser extremamente crítica, com os que mais amo.
Beijo e obrigada pelas tuas palavras.
Kim:
O meu negócio é mais os números.
Provavelmente devemo-nos ter cruzado, nos tempos em que a Informática era na Infante Santo.
Um abraço
João (pai)
Olá Tia Maria :D
Em primeiro lugar, quero saber se estás boa e dar os parabéns á Lucha e ao João!
Ando muito ocupado, Sem vida para blogues. Mas, estou a escrever, está quase pronto, um post sobre a Marinha de Guerra Portuguesa. E a seguir quero escrever sobre os Fuzileiros ;)
Muitos beijinhos, Tia Maria
Martim:
Calculo como deves estar cheio de trabalho, com o fim do 2º período à porta mas, é claro que tudo vai correr bem.
Obrigada pelos parabéns aos meus filhos. Eles sabem quem tu és, pois eu falo muito de ti.
Fico à espera dos novos posts.
Os avós estão bem? Dá-lhes cumprimentos meus.
Para os 4, beijinhos.
Tia Maria
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