Pois é. Ontem o coração e a memória fugiram-me para a Póvoa do Varzim. A viagem começou com o filme Ala-arriba, de Leitão de Barros, continuou toda a noite e hoje de manhã, com buscas na Net, nos livros, nos cantinhos da memória.
Primeiro: Leitão de Barros. Nascido em Lisboa em 22 de Outubro de 1896, foi professor, arquitecto, pintor, realizador, dramaturgo, jornalista, cenógrafo etc. Organizou vários cortejos históricos e marchas populares das Festas da Cidade.
A ele se deve, em grande parte, a construção dos estúdios da Tobis.
Foi também secretário-geral da Exposição do mundo Português e grande impulsionador da Feira Popular.
Realizou bastantes filmes, entre os quais: “Nazaré”, “A Severa” (1º filme sonoro português) “Ala-arriba” e muitos outros.
Segundo: “Ala-arriba”. Filmado em 1942 na Póvoa do Varzim, quase todo interpretado por pescadores e gente da terra, foi considerado a primeira “docuficção” portuguesa e a segunda mundial. Quer dizer: o primeiro filme-documentário. A sua antestreia aconteceu no Festival de Veneza, onde ganhou um prémio.
Terceiro: A história do filme. Adaptada por Alfredo Cortez ,de um antigo livro chamado “O Poveiro”, escrito por António Santos Graça, conta a história heróica e trágica dos homens do mar da Póvoa e outros mares. Parece que todas deviam ser iguais. Não são. Claro que o básico, os perigos do mar, o sofrimento, a luta, são parecidos.
Mas o povo da Póvoa era diferente. Havia classes de pescadores.
Os “Lanchões”, donos e tripulantes do barco do mesmo nome e os “Sardinheiros”, mais pobres, com barcos pequenos, pescando em locais diferentes, mais perto de terra. Para os “Lanchões” ficava o mar alto donde vinha entre outros a bela pescada da Póvoa.
Os casamentos eram feitos entre “lanchão” e “lanchã”, ou entre “sardinheiro” e “sardinheira”. Às vezes isso não acontecia e é essa a parte romântica do filme. A filha de um “lanchão” de tronco (várias gerações de lanchões) apaixona-se por um “sardinheiro”. Depois de várias peripécias, com uma cigana atraente, aldrabona e ladra, um naufrágio, extremamente real e muito bem vivido pelos personagens, acaba por dar ao pobre “sardinheiro” a oportunidade de salvar os tripulantes do grande “Lanchão” destruído pelo mar e que, por acaso, era do pai da bela “lanchã”. Tudo acaba bem, com o casamento entre os dois apaixonados, abençoados pelo Prior, por “lanchões” e “sardinheiros”. Isto é um filme. Na vida real, nem sempre as coisas são assim. O mar da Póvoa, da Nazaré, de todas as praias onde se pesca, é cemitério igual, para alguns que o desafiam e dele vivem. Não quer saber de castas, nem diferenças.
O grito Ala-arriba diz muito deste povo. Era o brado deles, quando puxavam à força de braços, o barco para terra.
Pescadores da Póvoa, do Furadouro, da Nazaré, de toda a nossa costa, de todo o mundo, heróis desconhecidos, esquecidos! Houve escritores e poetas que de vós falaram: Alfredo Cortez, Raul Brandão, Miguel Torga, António Nobre e muitos outros.
Eu, que não sou ninguém, mas que vi no Furadouro, a vossa luta com esse Mar, que vós amais e odiais, eu que ontem vendo o “Ala-arriba”, me lembrei de uma cena muito parecida no mar do Furadouro, eu que choro quando há naufrágios, queria saber contar a vossa epopeia. Não foram só Vasco da Gama ou Pedro Álvares Cabral, os heróis. Na Póvoa há “O cego do Maio”, na Foz, “O homem do leme”, em Paço de Arcos “O patrão Lopes”, mais alguns monumentos pelo país fora. Mas heróis são todos vós. Todos mereciam um monumento e sobretudo uma vida digna.
Entretanto, meus amigos pescadores ou não: Tentemos levar a bom porto, este barquinho chamado Portugal, se preciso for, gritando como os Poveiros: “Ala-arriba”.
Até um dia destes.
Primeiro: Leitão de Barros. Nascido em Lisboa em 22 de Outubro de 1896, foi professor, arquitecto, pintor, realizador, dramaturgo, jornalista, cenógrafo etc. Organizou vários cortejos históricos e marchas populares das Festas da Cidade.
A ele se deve, em grande parte, a construção dos estúdios da Tobis.
Foi também secretário-geral da Exposição do mundo Português e grande impulsionador da Feira Popular.
Realizou bastantes filmes, entre os quais: “Nazaré”, “A Severa” (1º filme sonoro português) “Ala-arriba” e muitos outros.
Segundo: “Ala-arriba”. Filmado em 1942 na Póvoa do Varzim, quase todo interpretado por pescadores e gente da terra, foi considerado a primeira “docuficção” portuguesa e a segunda mundial. Quer dizer: o primeiro filme-documentário. A sua antestreia aconteceu no Festival de Veneza, onde ganhou um prémio.
Terceiro: A história do filme. Adaptada por Alfredo Cortez ,de um antigo livro chamado “O Poveiro”, escrito por António Santos Graça, conta a história heróica e trágica dos homens do mar da Póvoa e outros mares. Parece que todas deviam ser iguais. Não são. Claro que o básico, os perigos do mar, o sofrimento, a luta, são parecidos.
Mas o povo da Póvoa era diferente. Havia classes de pescadores.
Os “Lanchões”, donos e tripulantes do barco do mesmo nome e os “Sardinheiros”, mais pobres, com barcos pequenos, pescando em locais diferentes, mais perto de terra. Para os “Lanchões” ficava o mar alto donde vinha entre outros a bela pescada da Póvoa.
Os casamentos eram feitos entre “lanchão” e “lanchã”, ou entre “sardinheiro” e “sardinheira”. Às vezes isso não acontecia e é essa a parte romântica do filme. A filha de um “lanchão” de tronco (várias gerações de lanchões) apaixona-se por um “sardinheiro”. Depois de várias peripécias, com uma cigana atraente, aldrabona e ladra, um naufrágio, extremamente real e muito bem vivido pelos personagens, acaba por dar ao pobre “sardinheiro” a oportunidade de salvar os tripulantes do grande “Lanchão” destruído pelo mar e que, por acaso, era do pai da bela “lanchã”. Tudo acaba bem, com o casamento entre os dois apaixonados, abençoados pelo Prior, por “lanchões” e “sardinheiros”. Isto é um filme. Na vida real, nem sempre as coisas são assim. O mar da Póvoa, da Nazaré, de todas as praias onde se pesca, é cemitério igual, para alguns que o desafiam e dele vivem. Não quer saber de castas, nem diferenças.
O grito Ala-arriba diz muito deste povo. Era o brado deles, quando puxavam à força de braços, o barco para terra.
Pescadores da Póvoa, do Furadouro, da Nazaré, de toda a nossa costa, de todo o mundo, heróis desconhecidos, esquecidos! Houve escritores e poetas que de vós falaram: Alfredo Cortez, Raul Brandão, Miguel Torga, António Nobre e muitos outros.
Eu, que não sou ninguém, mas que vi no Furadouro, a vossa luta com esse Mar, que vós amais e odiais, eu que ontem vendo o “Ala-arriba”, me lembrei de uma cena muito parecida no mar do Furadouro, eu que choro quando há naufrágios, queria saber contar a vossa epopeia. Não foram só Vasco da Gama ou Pedro Álvares Cabral, os heróis. Na Póvoa há “O cego do Maio”, na Foz, “O homem do leme”, em Paço de Arcos “O patrão Lopes”, mais alguns monumentos pelo país fora. Mas heróis são todos vós. Todos mereciam um monumento e sobretudo uma vida digna.
Entretanto, meus amigos pescadores ou não: Tentemos levar a bom porto, este barquinho chamado Portugal, se preciso for, gritando como os Poveiros: “Ala-arriba”.
Até um dia destes.
18 comentários:
Vi esse filme há muito tempo e não me lembro bem. Mas ficaram na memória algumas imagens passadas no mar, ou perto.
Ainda não tinha acabado de ler o "post", já estava a pensar que identificavas a história com algumas coisas que viveste na zona do carregal.
Meu Corvo:
Foi no Furadouro que assisti a uma cena muito semelhante à do filme.
Nunca vou esquecer os gritos lancinantes daquelas mulheres, que ali a poucos metros delas, quase viam os maridos, filhos e pais, serem engulidos por um mar medonho.
Foi uma cena que me marcou muito.
Tudo o que se relaciona com a vida dura dos pescadores me dói. Esses do Furadouro, eram muito pobres, viviam em cabanas (palheiros) de madeira, passavam fome, frio. Fazia pena vê-los mendigar por Ovar e o Carregal, aceitando tudo. Codeas rijas de pão, restos de comida, tudo o que lhes pudesse matar a fome de muitos dias.
Era e continua a ser, uma vida dura.
Para mim, os verdadeiros "Heróis do mar" são eles.
Beijinho da
Mãe
Mariamiga
Ala Arriba! Ala Arriba! Ala Arriba!
Tinha um anito quando o Leitão de Barros o realizou.Com ajudas importantes: no argumento: Alfredo Cortês; como Assistente de realização: Óscar Acúrcio;
na Produção: Tobis Portuguesa
; Director de cena: Arthur Duarte; Fotografia: Octávio Bobone e Salazar Diniz; Câmara: Tavares da Fonseca; Cenários: Raul Faria da Fonseca; Decoração: Américo Leite Rosa e, até, na Caracterização: o António Vilar, futuro galã; na Música: o maestro Ruy Coelho
Vi-o em 1949, no quintal da minha tia-avó Dona Etelvina, no Vale de Santarém, com um barracão de lona para fazer o escuro necessário à projecção. Anos depois, ainda conheci uns quantos intervenientes. O Leitão de Barros, não.
Alcatruzes da nora da vida que foi, é e será a minha, com o perdão da nossa Maria. Mais tarde, soube que era um filme encomendado pelo Regime salazarento. Não obstante, estava bastante bem feito.
Guardei um apontamento no meu caderno quadriculado das contas. Não sei onde está. Mal guardado, por certo, ou, quiçá, perdido. Adiante.
Não sei bem quantas vezes assisti às mesmas cenas por essa costa fora, sobretudo no Norte. Sem camâras nem películas de celulóide, a sério. Os anos passam e vão-nos pregando partidas. Estou a ficar um ancião, éoké
Qjs & abs ao Pessegãojoão
Caro Henrique:
É verdade que o filme teve conotações políticas, não percebo porquê. O facto de Leitão de Barros ser benquisto do regime salazarento, não pode nem deve, ter importância. É a história dos pescadores de todo o lado, que se repete até aos dias de hoje.
Além disso, foi premiado no festival de Veneza, coisa que não era para todos.
É um grande filme, com cenas reais, a que alguns de nós já assistimos. Ainda há bem poucos meses, houve um trágico naufrágio, perto da Póvoa, em Caxinas.
Quanto ao Leitão de Barros, não se pode esquercer, que salazarista ou não, teve o seu valor.
Apesar da opinião de um conhecido político,que ainda em tempo do velho dizia ao meu pai que "as grandes cabeças estavam na esquerda", temos de confessar, que havia pessoas inteligentes do outro lado e que "as grandes cabeças" afinal, não são assim tantas.
Enfim! Isto são só considerações de quem nada sabe de politica e outras coisas.
Beijinho para a Raquel, um abraço do´pêssego e queijinhos de Tomar
Maria vi este filme mais do que uma vez.
Conservo muitos outros,tais como O Homem do Ribatejo e os mais vistos dos grandes actores, Vasco Santana e António Silva.
Popularuchos ou não,sempre se via bom cinema português com as nossas caracteristicas.
Pena a nossa cultura, só ser mostrada pela côr politica.
Poetas como Pedro Homem de Melo e outros, não constam dos cardápios culturais.
Talvez para esconder o que realmente éramos e somos.
Beijinho Maria
jrom
Jrom:
Também já o tinha visto mais de uma vez. Só que desta vi-o com outros olhos, abstraindo-me do facto de poder ter qualquer propaganda politica, que não tem.
É mais documentário do que filme, pois ninguém ali representa, limitam-se a viver a vida de todos os dias. Vida sofrida e amarga, sem ajudas, sem amparo, dependendo do mar e da sua coragem, para terem o magro sustento.
Passei férias muitos anos, no Furadouro, perto de Ovar. Aquilo que se vê no filme, eu vi igual ou pior, em matéria de pobreza. Quando não iam ao mar, pediam pelas casas, apanhavam caruma e pinhas dos pinhais, para se aquecerem e fazer a comida, quando havia. As cabanas onde viviam, eram na areia, junto ao mar, feitas de madeira velha e palha. Por cama a areia, por cobertor, uma velha manta de trapos. As crianças nasciam e morriam, por falta de tudo.
Era miséria, amigo, pura e dura.
Alguns emigravam ou iam para a pesca do bacalhau.
Tu que gostas de filmes portugueses, tenta ver um filme do Paulo Rocha, chamado "Mudar de Vida". Foi todo filmado lá, no Furadouro. Aí verás que tudo o que eu te contei, não é exagero.
Desculpa o testamento, mas contigo sinto-me à vontade para falar.
Beijinho
Ala Arriba Maria!
Entre lanchões e sardinheiros, não gostaria de escolher. Era uma profissão tão perigosa que são eles ainda que me fazem lembrar a perigosidade dos mares.
Não dava para mim!
Beijinho Petite Marie
Kim:
Eu tenho medo do mar, um medo horrivel, para grande desespero do João que adora mergulhar. Cada vez que ele o filho mais velho, ou os dois, eu ficava morta de medo.
Os pescadores são os verdadeiros "Heróis do mar". Só quem lhes conhece a vida, lhes dá valor. "O mar dá, o mar tira" diziam os pescadores do Furadouro.
Eu não servia para mulher de pescador. Vi muitas chorar, arrepelar-se, gritar. Tenho esses gritos nos ouvidos.
O mar é lindo, mas é grande demais para mim. Eu gosto de rios. O meu Nabão, o Tejo, o Sena, o Arno, o Douro e muitos outros.
Sou Avieira (lembras-te de Alves Redol?)nunca seria "Maria do Mar"
Estou triste, hoje. O desastre do avião fez-me mal. Ainda por cima parece que eles souberam que iam morrer.
Beijinho
Maria, raramente via os filmes na nossa lingua! Não entendia patavina...
O Marius, o moço que me ofereceu o meu blogue, tinha um lindo post sobre isso, pois ele é natural da Póvoa de varzim, costumo ir lá e, foi em frente ao Senhor dos Navegantes que escrevi esta poesia...
O bramir do mar...
Ouvir o mar a bramir
Arrasa a muita gente,
Eu, não o posso ouvir,
Mas sei muito bem sentir
O que ele diz naquele grito
De todos os que lá ficaram,
Dos que viviam dele e, de lá
Nunca mais regressaram.
Mar, por que teve de ser assim?
De muita gente seu fim
Por que não os ajudaste,
E suas vidas salvaste?
Porque não os devolveste,
À terra de seus pais,
Porque ficaste com eles
E não voltaram nunca mais?
Dizem que ficam lá
As vidas perdidas e afundadas
Pelas vagas do mar
Para mim serão sempre vidas salvas
Pelas almas que no mar vagueiam
Pois Nosso Senhor tem sempre
Muita da sua Gente presente
Para ajudar a passar
Entre as águas do mar
E o lugar onde vão ficar...
É assim que sinto, todas as vidas perdidas no mar, ou onde for, tiveram sempre ajuda a passar para o ladod e lá...Nada de angustias e medos, afinal ELE é o Pai e prometeu ajuda a todo aquele que crer!...
Beijinhos da flor de linho, e, já estás deitada, cabeçinha reclinada, bebeste o copinho de leite que te trouxe, fechei as janelas, ah, o teu motorista já ressona, ainda bem...e, dou-te agora o meu beijinho de boas noites...adoro-te maria...e ala arriba prá caminha, nanar...
Olá Maria;
Depois da viagem bastante agradável e bem succedida para os fins a que me desloquei, aqui estou de volta para visitar os amigos de quem estive por dias bem perto fisicamente...
Bem histórico e cultural estre teu tema relacionado com o cinema português e os seus inícios que com a grande boa-vontade e também algum "saber" dos seus realizadores, entre eles Leitão de Barros, lá foi singrando e conseguiu ter seu público não só em Portugal e nas na altura Colónias Ultramarinas, mas também no Brasil.
O estilo dos filmes da primeira metade do século passado tinham, embora o amadorismo da maioria dos actores, um certo "quê" de ternura o que cativava o público. E foi assim que muitos destes filmes, eu e meus irmãos vimos em criança no Rio de Janeiro levados pelo nosso pai e que só por este motivo se tornaram os filmes da saudade... e foi esta saudade que me levou a comprar alguns já em DVD e eu e a Ana convidamos os filhos e neta a e nas tardes invernais de domingo, nada propícias a passeios, cá nos divertimos com "banhos" de cultura cinematográfica...
Obrigado Maria, por teus maravilhosos temas.
bjs e abraços ao João.
Osvaldo e Ana
Laurinha:
Mais um poema bonito e sentido.
Eu gosto de filmes portugueses, sobretudo daqueles que mostram a vida de pessoas com vidas diferentes. De pescadores houve vários. "Nazaré", "Ala Arriba", "Mudar de vida". Os dois primeiros de Leitão de Barros, o último de Paulo Rocha. Este, deu ao que sei, uma grande volta ao cinema português, com um filme chamado "Verdes Anos". Foi um filme de culto para a minha geração.
Já bebi o copinho que me deste (leite não gosto), já dormi e estou pronta para mais um dia.
Está a chover. Um dia daqueles cinzentos, estúpidos, que até tiram a vontade de tudo.
Beijinho flor de linho e Bom fim de semana.
Caro Osvaldo:
Ainda bem que tudo correu como esperavas.
É engraçado como os filmes antigos ainda têm aceitação da parte dos mais novos. O meu filho Vasco sabe frases inteiras, do "Pátio das Cantigas".
A televisão matou o cinema. É cómodo estar sentadinho em casa, a ver as "benditas" telenovelas, sempre iguais.
Tenho saudades do tempo em que ir ao cinema era uma festa. Eu e o meu irmão, quando estávamos em Tomar, não falhávamos uma matiné de domingo. Vi mais filmes de cow boys e filmes históricos, que nem dá para dizer quantos.
Agora, cada vez que vou ao cinema, tenho que levar com o som altissimo, o ruído das pipocas, os telemóveis a tocar. Fico logo estragada. Tanta sala de cinema bonita que foi abaixo! Um cinema agora, é uma caixa fechada, minúscula e ruidosa.
Vês? Lá vem outra vez o "Antigamente" da Maria.
Beijinhos para a Anita e para ti.
Olá Maria, bom dia.
O endereço do Outras Comidas é Outras Comidas
Alfredo:
Gostei dos chocos. Daqui a pouco ver ver o resto.
Beijinho
Já agora aquele que foi, para mim é certo, o melhor "restaurante" da blogosfera.
Era (e é, que embora inactivo está online) O Avental do gourmet.
Ala-arriba! e outros gritos de trabalho porque além de nome de filme é isso. Um grito de trabalho da faina do trabalho do mar como outros havia dos trabalhos da terra. Usados como que para puxar pelas forças. Em uníssono era lançado o grito e as forças conjugavam-se no cumprimento das tarefas árduas exigidas.
Do filme, estou um bocado como o teu Corvo, não me lembro muito bem. Fiquei foi com apetite de rever. Lembro-me que emocionalmente é muito forte e real... Vou ver de novo um dia destes.
Beijinhos Maria para ti e para o teu João.
Ala-arriba!!!... que a vida não é fácil e é preciso um grito para nos fazer ir em frente.
Belmira Besuga ou
Maria Girassol
Alfredo:
Já juntei aos favoritos.
Gosto muito dessa espécie de alquimia que é a cozinha e parece que cozinho bem. Eu sou suspeita, porque se gosto e muito de cozinhar, gosto pouco de comer.
Como diz o meu neto, como tanto como um passarinho. Por causa disso dei cabo do juízo ao meu pai, bom garfo e com outros dois filhos a comerem tudo e bem. Um dia contarei, o que ele fazia (inutilmente) para me ver comer.
Beijinhos e obrigada.
Ala-arriba Girassol:
Era o grito dos pescadores, entre outros gritos dos trabalhadores de outros ofícios. O cavador gritava, a peixeira e outros, tinham os pregões, a mãe a parir gemia e às vezes gritava de dor e apreensão.
Os sons, como as imagens, os cheiros, os gostos, dizem-me muito.
Há quanto tempo não acordo com o chiar de um carro de bois, o som das latas do leite vendido à porta, o telintar de um electrico, nas manhãs de Lisboa!
Vê o filme, sim. Não é um filme de culto, não é intelectual, mas é um optimo documento da vida dos pescadores. Vê-se bem.
Beijinhos Girassol
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