Os castelos são uma das minhas paixões. Há neles muita História, muito segredo, muita lenda. Geralmente situados no cimo de um monte, deixam-nos ver toda a paisagem em volta. No Alentejo, do alto dos castelos predominam três cores: o verde da vegetação, o oiro das searas, o branco das casas. Depois, há pequenas manchas de vermelho, os telhados e as papoilas, algumas pinceladas de azul, nas portas, janelas e barras das casas. Os animais dão movimento e sons, à mansa quietude da planície alentejana. Ouvem-se no ar parado os chocalhos das ovelhas e vacas, o toque de um sino numa pequena igreja, os trinados dos pássaros. Pelo céu paira uma cegonha em busca do sustento dos filhos que ficaram no ninho esperando.
E de repente, aos meus pés, as minhas papoilas. E volto a ser criança. Com uma flor, três fios de cabelo e um pauzinho, tenho as minhas bailarinas doutro tempo. E elas dançaram nos meus dedos como dantes.
E de repente, aos meus pés, as minhas papoilas. E volto a ser criança. Com uma flor, três fios de cabelo e um pauzinho, tenho as minhas bailarinas doutro tempo. E elas dançaram nos meus dedos como dantes.