A cena passou-se há quase quarenta anos. Lembrei-me hoje dela, porque após esta época de doenças, sustos ,medos, me deu para pensar noutras épocas parecidas.
A avó do meu marido tinha diabetes, já tinha tido que amputar uma perna e a doença estava a provocar mais estragos. O médico que a tratava, era um senhor já de idade avançada, médico de toda a família. Um dia, vendo-a muito prostrada, as filhas chamaram o Doutor. Quando ele chegou, a casa estava cheia de gente, incluindo uma cunhada da enferma, velhinha ela também. Ele entrou no quarto, onde ficaram as filhas e a cunhada. Os outros ficaram à porta, prontos para ouvir a opinião do nosso “João Semana”.
Examinou-a, sentado na cama ao lado dela e depois de um bocado, começou a fazer perguntas. A partir daqui vai em discurso directo para melhor compreensão:
Doutor para a doente:
Então como te chamas?
Cunhada:
Ó Senhor Doutor, o senhor não sabe o nome da minha cunhada? É Rosalina.
Doutor: Cala-te Rosa.
Doutor para a doente:
Quantos anos tens?
Cunhada:
Ó Doutor, a minha cunhada tem 78 anos.
Doutor:
Cala-te Rosa.
Doutor para a doente:
Como se chamava o teu marido?
Cunhada:
Ó Doutor, então já se esqueceu do nome do meu irmão? Era João.
Doutor:
Cala-te Rosa.
Doutor já irritado, para a doente:
Quantos filhos tens?
Cunhada:
A minha cunhada tem sete filhos, três raparigas e quatro rapazes, mas dois rapazes já morreram. Até foi o Doutor que os tratou!
Doutor completamente transtornado:
Ó Rosa cala-te e vai-te embora!
Cunhada:
Ó Doutor eu só estava a responder, porque a minha cunhada está doente.
Saiu indignada e nem percebeu as explicações das sobrinhas, resmungando entre gengivas: Este Doutor foi sempre muito malcriado e agora depois de velho está pior.
Apesar da aflição em que estávamos, foi gargalhada geral, que incluiu o médico e a doente.
Pobre tia Rosa, tão bem intencionada e tão inconveniente.
Esta foi mais uma história antiga que a Maria viveu.
Até um dia destes e façam o favor de ser felizes.
A avó do meu marido tinha diabetes, já tinha tido que amputar uma perna e a doença estava a provocar mais estragos. O médico que a tratava, era um senhor já de idade avançada, médico de toda a família. Um dia, vendo-a muito prostrada, as filhas chamaram o Doutor. Quando ele chegou, a casa estava cheia de gente, incluindo uma cunhada da enferma, velhinha ela também. Ele entrou no quarto, onde ficaram as filhas e a cunhada. Os outros ficaram à porta, prontos para ouvir a opinião do nosso “João Semana”.
Examinou-a, sentado na cama ao lado dela e depois de um bocado, começou a fazer perguntas. A partir daqui vai em discurso directo para melhor compreensão:
Doutor para a doente:
Então como te chamas?
Cunhada:
Ó Senhor Doutor, o senhor não sabe o nome da minha cunhada? É Rosalina.
Doutor: Cala-te Rosa.
Doutor para a doente:
Quantos anos tens?
Cunhada:
Ó Doutor, a minha cunhada tem 78 anos.
Doutor:
Cala-te Rosa.
Doutor para a doente:
Como se chamava o teu marido?
Cunhada:
Ó Doutor, então já se esqueceu do nome do meu irmão? Era João.
Doutor:
Cala-te Rosa.
Doutor já irritado, para a doente:
Quantos filhos tens?
Cunhada:
A minha cunhada tem sete filhos, três raparigas e quatro rapazes, mas dois rapazes já morreram. Até foi o Doutor que os tratou!
Doutor completamente transtornado:
Ó Rosa cala-te e vai-te embora!
Cunhada:
Ó Doutor eu só estava a responder, porque a minha cunhada está doente.
Saiu indignada e nem percebeu as explicações das sobrinhas, resmungando entre gengivas: Este Doutor foi sempre muito malcriado e agora depois de velho está pior.
Apesar da aflição em que estávamos, foi gargalhada geral, que incluiu o médico e a doente.
Pobre tia Rosa, tão bem intencionada e tão inconveniente.
Esta foi mais uma história antiga que a Maria viveu.
Até um dia destes e façam o favor de ser felizes.
28 comentários:
Coitadinha da Tia Rosa... Santa ingenuidade!... Ou distracção típica deste lado da minha família?
Isto até parece anedota, mas foi real. Até a minha bisavó - a própria doente - viu o disparate.
Beijinhos.
Corvo:
Foi mesmo santa ingenuidade.
Ela queria ajudar a cunhada e desajudou o médico.
Tu já não conheceste, penso eu. Era um "João Semana" perfeito. Bom médico, bom amigo, mas um bocadinho bruto.
Beijinhos
Mãe
Bom dia. Gostei de ler esta história escrita com muita emoção. Qual é o seu e-mail para escrever-lhe?
Bem, Maria, já estava eu a afzer o diagnóstico e ia perguntar inconvenientemente se a avó do teu marido era surda...já que a cunhada respondia por ela, tadinha, e tinha razão, atã a senhora não tava doentinha? ah, boas almas que ajudavam memsos em ser preciso...Bonito, bem me ri e o doutor podia ser mais educadinho....Beijinhos minha querida maria, um lirio do campo. Laura
Liliana:
Até nos momentos mais tristes, às vezes aparece uma situação que faz rir.
Naquele dia foi assim. O médico a tentar perceber até que ponto estava a cabeça da avó a trabalhar e, a tia cheia de boas intenções, a empatar. Eu nem sei como ele aguentou tanto, pois era pouco paciente, apesar de amigo e bom médico.
Obrigada e beijinhos, amiga
Elsa:
Obrigada. O meu Email é:
magaejoao@netcabo.pt
Beijinho
Laurinha querida:
O médico era um velhinho, que conhecia toda a familia há anos. Era muito bom médico, amigo, mas dizia tudo o que lhe vinha à cabeça. Naquele dia até foi muito paciente, para o costume.
Só te digo que nos fartámos de rir, por causa da tia Rosa. Era uma santa criatura, mas muito ingénua. Se tu visses a cara dela, quando viu toda a gente a rir? Valia a pena ver. Era pequenina e muito gorda, com um carrapito no alto da cabeça, muito meiguinha. Coitadinha, estava cheia de boas intenções e saiu-se mal.
Já lá estão quase todos, os que assistiram à cena.
Beijinhos
Olá Maria
Já lhe enviei o e-mail. Se puder leia. Obrigada, um beijinho e tudo de bom.
Elsa:
Já mandei o Email com a resposta. Diga-me, por favor, se recebeu.
Beijinho
Às vezes, com boas intenções, só fazemos disparates ! Neste caso, não se pode dizer que só é a intenção que conta porque, coitado do médico, não conseguia fazer um diagnóstico correcto !
Perguntar o nome, dizer para sorrir e mandar levantar os braços, parece-me que são esses os primeiros gestos a fazer quando uma pessoa desmaiou para confirmar se sofreu um AVC.
Gostei de te ver bem disposta, querida Maria !
Beijinhos da
Verdinha
P.S. Também já viste o filme sobre o encontro de Tabuaço ? Então já me conheces...
Eu ainda não nem vi ainda o filme.
Querida Verdinha:
Estou melhor sim. Parece que as coisas estão a ir ao sítio.
Já vi o filme e vi-te e ouvi-te cantar. Vi duas vezes seguidas, chorei e ri, diverti-me convosco.
Foi bom ver-vos. Agora já não tenho de imaginar como sâo. Um dia destes mando-te uma fotografia minha.
Beijinhos
Maria;
Agora fizeste-me rir porque me recordaste a minha tia Maria Faia, só que não era que era chata, mas o marido que respondia a todas as perguntas que fazia-mos à tia... que além de ser nossa tia, era muito bonita e nós na brincadeira diziamos-lhe;
" Óh tia Faia, não tinha um outro Zé pra casar?..."
Mas o tio Zé Faia embora um pouco "chato", tinha um coração de ouro.
bjs, Maria, abraços para o João... e como vai o mano?.
bjs,
da Anita e Osvaldo
Anita e Osvaldo:
Em todas as famíias existe uma "tia Rosa". Pessoas bem intencionadas, mas "não explicam. Só complicam". Coitadinha muitas vezes nos riamos com as coisas dela.
O meu irmão está um pouco melhor, mas falta resolver o problema do esófago. Obrigado pelo vosso interesse.
Abraço do João e beijinhos para os dois .
Minha querida Maria,
Não te preocupas com fotografia. Tens uma fotografia no teu blog. eu é que não tenho.
Interessa-me mais o que vai dentro do coração do que o exterior.
A fotografia pode ser útil para um encontro. Já tive vários e acho que ninguém teve dúvidas sobre quem era a Verdinha...e neste encontro só me vesti de verde no 2º dia....
Por acaso, vesti-me de encarnado para os Benfiquistas no 1º dia, em verde para os Sportinguistas no 2º dia e em azul para os Portistas no 3º dia. Gosto de ter harmonia das pessoas à minha volta...
Ainda bem que as coisas estao a se compor. Ja ouviste falar de Citripur, cápsulas à base de extractos de grainhas de toranjas ? Além dos medicamentos que o teu irmão está a tomar, ele podia experimentar isto. A minha mãe curou um diverticulo só com isto.
Beijinhos da
Verdinha
Querida Verdinha:
Mais uma vez obrigada pelo teu interesse. Já apontei o nome das cápsulas.
Já viste o filme?
O Osvaldo mandou-me hoje, uma colecção de fotos muito giras.
Adorei.
Beijinho minha amiga
Vim só deixar um miminho, que pouco mais consigo escrever!
Continuo mais ou menos na mesma...
Estrela d'Alva
Oh Maria a tia até podia estar cheia de boas intenções mas não há dúvidas que faz parte daquele grupo que fala nem deixa falar. O médico também não era pêra doce, logo estvam reunidas as condições para mais uma "estória".
O que vale é que isto depois nos fazr soltar uma gargalhada.
Um beijinho petite Marie
Kim:
A tia era uma pessoa simples, cheia de boas intenções, mas pouco esperta, coitadinha.
O médico era, como já disse, tipo João Semana, bom e amigo dos doentes, mas pouco dado a delicadezas.
Sei, é que no meio da tristeza de ver a apagar-se lentamente uma vida, conseguiram os dois fazer-nos rir.
A vida é assim mesmo.
Já reparaste que até nos velórios e funerais, há cenas caricatas? Se te contasse algumas a que já assisti, verias que tenho razão.
Beijinho
Que se passa com a minha Estrelinha? Animo, pequenina. Deixa as tristezas para os mais velhos. Eu sei que em todas as idades se sofre. A vida é dificil para todos. Mas não te deixes abater.
Obrigada pelos miminhos que retribuo.
Boa noite, amiguinha. Dorme bem.
Beijinho
Petite Marie, gostei
Ainda que o malandro do Kimzinho* tenha o copyright, passo a usar - mas, para não ser exactamente inguale, ficas para mim a Petita Maria, tá?
A tia Rosa era excelente - pela amostra. Todos nós temos uma tia Rosa, uma prima Vera, um'avó Maria, um akañado Raul. Não fora assim e as estórias seriam todas laranjas - o que seria muma monotonia chata.
Médicos desse já estão fora do prazo de validade. Tenho saudades do Dr. Bexiga, que vinha de Santarém ao Vale de, às quintas-feiras. Era o único dia da semana em que... se podia estar doente.
Ainda ensonado - deitámo-nos muito tarde por coisa da causa, ou vice versa - achei um piadão ao episódio, e ainda mais contado por tu (???) como só ti o sabes fazer.
Um destes dias, conto uma estória de uma ida ao médico. Não me falta a vontade, muito menos a desvergonha e - pimba!
Prontos, sem s. Folgo em saber do Appio. O esófago também irá ao lugar dele, tou certo. Por isso o triabs da ordem e para te
qjs
________
* De quando em vez encontro o gajinho nos sítios mais dispares, menos no meu antro... Vade retro!
Meninas Maria e vVerdinha, como é essa dos diverticulos se curarem com o que a verdinha diz? ora, péra ja´que já te pergunto por email...
Maria, realmente a voz (Divina) da verdinha, entrava-me pelo coração e não só pelos ouvidos, ah, que bem soava no meu velório...
Beijinhos às duas e melhoras do marido e do mano..Maria, vai sonhando que Dezembro está perto, tão perto assim...laura
Henriquamigo:
A minha família e a do João eram tão grandes (hoje estão reduzidas à expressão mais simples) que se eu fosse o Camilo, já tinha escrito para aí, duas dúzias de livros. Como não sou, vou-me limitando a pequenas cenas do dia a dia, para escrever umas coisas.
Na "outra" noite, estive agarrada à televisão, ao computador, sempre de anel no dedo, enquanto o João roía os dedos, porque as unhas, já eram. Sofri que me fartei, mas valeu a pena.
Isto de ter muitos anos e boa memória dá um jeitão. Lembro-me de coisas, que até o diabo (salvo seja)se lembra.
Abraços dos homis, beijinho à Raquel e queijinhos para tu.
Laurinha querida:
Se fores à net, tens lá a explicação do que é um divertìculo.
Geralmente ficam nos intestinos, mas podem aparecer no esófago.
Grosso modo: são uma espécie de saquinhos que se formam onde não devem e para onde a comida foge, causando problemas, às vezes graves.
Ainda faltam dois meses para Dezembro, nina.
BEijinhos Flor de Linho
Ah, é que eu quando fiz a colonoscopia, tinha diverticulos mas elas explicaram-me que eram pequeninos filamentos de veias finissimas era isso...e explicaram que nada tinha d emal que se via no ecran do pc e eu vi...só mesmo rios de veias finissimas quais linhas de coser..beijinhos.
Boa noite, querida Maria,
Já reparei que respondeste perfeitamente à Laurinha acerca dum diverticulo que pode aparecer no esófago e foi mesmo neste sítio que a minha mãe o teve. Rejeitava tudo o que comia e agora está bem.
Pronto, agora tenho conotação de Divina !!!
Não tenho nada de divino, nem a voz, nina Laurinha, reconheço que tenho um certo jeito para cantar mas daí a ter a voz de Maria Callas !!!
Se calhar até desafinei e nem deste por isso !
Espero que Deus nunca me tire a minha voz porque a actividade que mais gosto é cantar e faz muito bem à alma !
Nunca estou nervosa nos concertos porque faço algo que gosto e .... também porque não canto como solista. Já fui e pedi para não ser mais. Aí a minha timidez era capaz de me passar rasteiras....
Beijinhos verdinhos, minhas amigas Maria e Laurinha
Verdinha
Laurinha querida:
A melhor definição do que o meu irmão tem, está no Email que te vou enviar.
Beijinhos
Verdinha amiga:
Obrigada pela confirmação do que disse à Laurinha.
Quanto ao que ela diz, dou-lhe toda a razão. Tens uma voz linda.
Beijinhos
Maria
É verdade Maria... Santa ingenuidade a da Rosa. Ela só queria ajudar e a "cunhada" estava tão doentinha...
Enfim, mais uma das tuas histórias da tua vida que poderiam ser da nossa porque são as reais, as que nos constroem a existência.
Beijinho e o nosso abraço.
Dias Felizes minha querida Maria.
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