terça-feira, 20 de outubro de 2009

Meu Pai


Faz hoje oito anos partiste. Estavas cansado de lutar com a idade e o sofrimento. Tinhas feito noventa e dois anos dia um e achaste que chegava.
Sofro muito ainda. Vou sofrer sempre. A falta que me fazes, é cada vez maior.
Não te quero escrever uma carta triste e magoada.
Quando eu era pequenina, fizeste-me uns versos para a minha mãe me cantar, com a música de uma canção em voga.
Adormeci os meus filhos e netos com ela centenas de vezes.
É esse testemunho de amor que hoje deixo aqui:

Minha filha

Minha filha dorme bem o teu soninho,
No teu berço aconchegado como um ninho.
Sonha só com teus bonecos e teus pais,
Com flores, coisas lindas, nada mais.

Sonha com a avó, com as tias,
É preciso que tu rias
E tenhas vida feliz!
Minha filha,o amor de mãe é sempre assim
E no mundo só tu vales para mim.

Não te enchas de ilusões, querida,
Com os mimos que a mãe te der.
O teu pai dava por ti a vida,
Como ela também te quer.

E afinal eu só queria
Ter uma vida sem fim...
E ter-te muito abraçada, amor
E o teu pai junto de mim.

A última vez que a cantei, foi para ti. No dia em que te levaram para sempre, cantei-a baixinho, como quem reza, junto ao teu ouvido.
Depois, nunca mais a cantei. Ficará para sempre como símbolo do nosso amor.
Lembras-te dos nossos amores-perfeitos da casa do Carvalhido?
Aqui vão, num mau desenho meu, feito para a Mãe há muitos anos. Hoje são para ti. Ela não se ia importar.
Um beijo meu Pai e a saudade imensa da tua fila.
Até um dia destes e façam o favor de ser felizes. Eu hoje não sou capaz.

39 comentários:

Vasco disse...

Cá te esperava por estas horas.

Amanhã, ao fim da tarde, passam oito anos do que já há muito se previa, mas, apesar disso, não ajudou à aceitação. Eu próprio, apesar da sua idade e dos problemas que tinha, "ainda" não aceitei.
Vê se passas o dia a pensar noutras coisas. Mesmo que te lembres dele - e deves lembrar - evita pensar nos maus momentos.
Lembra-te dos bons; era essa a vontade dele.

Amanhã vou ao sítio do costume (talvez vá antes ao "pele e osso") "fazer-lhe uma saúde".

Beijinhos do neto e filho corvo.

Até qualquer dia, avô.

mariabesuga disse...

Maria, bom dia minha querida que mais não consigo dizer-te de imediato.
Poderia não dizer nada...

Um abraço meu para ti, de mimo... aconchego... entendimento.

mariabesuga disse...

... o teu corvo tem tazão.

não deixes que lá de onde poderá estar te saiba infeliz.

a memória também é de coisas bonitas mesmo que pelo lado de dentro do sofrimento...

Maria disse...

Corvo, meu filho Corvo:

Essa de tentar pensar noutra coisa, vinda de ti, fez-me sorrir.
Em que vais tu pensar nos minutos de descanso?
Aceitar, já há muito que aceitei. Deixar de pensar nele a toda a hora, não consigo.
Passa-me aquele horror todo na cabeça, como um filme. Aqueles beijos e os olhos que nos fitaram, colaram-se-me à retina para sempre.
Vai beber o copo, sim. Ele ia gostar. Eu vou ver o tio. Quero abraçá-lo como há oito anos, no momento em que tudo acabou. Só não quero chorar. Ele está fraquinho para muitas emoções.
Era a ti que queria abraçar e ouvir dizer o mesmo que há oito anos. Tu sabes.
Beijinhos, neto e amigo do meu pai, da tua mãe, filha do teu avô e maior amigo.

Anónimo disse...

Minha querida amiga,

Ele está e estará sempre por perto. Alegra o teu coração, para que ele se não sinta triste.

Um abraço apertado e cheio de ternura
Nemy

Maria disse...

Maria, minha Maria:

Tu e o meu filho pedem-me o impossível. Esquecer ou viver este dia com normalidade, não consigo.
Um dia conto-te porquê. Atrás desse dia, muitas coisas houve, que me doeram quase tanto como a perda do pai que adorava. Ele sim, foi o meu primeiro grande amor. Com ele levou uma parte muito grande da minha vida. Uma vida de partilhas, de gostos e ideias iguais, de cumplicidades. Ainda por cima o tempo está igual, frio e chuvoso como há oito anos.
Vou ver os meus irmãos daqui a pouco. Não quero mostrar emoção porque ele ainda está muito débil, mas sei que ele vai sofrer como eu. Viveu tudo dia a dia, comigo.
Obrigada, minha querida.
Hoje precisava muito daquele abraço das Gaeiras.
Beijinhos

Maria disse...

Nemy, minha Rosa Chá:

O dia começou díficil. Chuva e frio, como há oito anos.
Vou tentar aguentar, porque vou ver o meu irmão e ele está muito fraco para grandes emoções.
Sei que gostavas muito do meu pai, por isso, um beijinho para ti.
Um abraço muito grande meu, minha amiga.

antonior disse...

Ai, ai, ai, ai, ai ai!!!....MInha amiga...

Essa alma sensível e dorida...com razão, claro.

É que estou "engasgado" digamos assim...a controlar a lágrima e o nó de garganta. Ora bolas, ou talvez não...sentir é estar vivo!

Obrigado Maria, porque os maus momentos são aqueles em que as coisas nos passam à frente e nem sentimos nada. Estamos anestesiados pela dor. À dor.

Sabes, é que no meu das trapalhadas do dia-a-dia já não andava nas visitas aos amigos há um tempo, e ao chegar aqui, comecei, como sempre faço, a ler desde que cá estive, de baixo para cima, e isto foi num crescendo, de post para post.

Fez-me bem teres dito dos 92 anos do teu pai e algures abaixo, que ele foi feliz, enquanto pode. Espero que tenha sido muito, como desejo para ti, para lá destas dores.

Um grande abraço

Je Vois La Vie en Vert disse...

Minha querida Maria,

Há oito anos que o teu pai partiu e foi porque ele queria e estava pronto para ir e viste como Deus fez-lhe a vontade ?
O teu pai está bem agora e se te lembrares dele sorrindo, com felicidade, vais sentí-lo ao lado de ti durante todo o dia, acredita nisto.
Experimenta e sentirás a onda positiva dele te envolver.
Faça favor de ser feliz, minha amiga !

Daqui há 2 dias o meu pai vai festejar os seus 91 anos e não estarei ao pé dele para festejar, só poderei falar com ele por telefone.

Beijinhos

Verdinha

Je Vois La Vie en Vert disse...

Querida Maria,

Volto depois de ter lido que não vais chorar porque o teu irmão ainda está fraco.
Acho que não deves conter as tuas lágrimas porque se calhar ele também vai conter as dele e o esforço será ainda mais duro do que deixar simplesmente cair as lágrimas no rosto.
Nada de mais natural ! Não vão ser soluços porque já passaram alguns anos mas vão ser lágrimas suaves de saudades que vos vão trazer a paz.
Acredito, minha amiga, que é muito mais difícil conter as emoções d que expressá-las ! Penso nisso e pede ajuda ao teu pai.

Beijinhos

Verdinha

Anónimo disse...

Petitá Mariá

Deixa-me que te diga uma coisa, sem qualquer pretensão de te roubar essa mágoa com a qual, penso, te habituaste a viver, mas que, mesmo assim, é... mágoa.

Perdi o meu Pai, tinha eu 18 e ele 51. Dois jovens. Um, que começava a saber fazer as malandrices próprias - impróprias... - da idade.

O outro, coitado, que se lembrou de morrer com um maldito cancro no duodeno, raríssimo. Foi o primeiro tsunami que me abalou. Anos depois, o suicídio do meu irmão mais novo, o João Jacinto, que deu um tiro na cabeça. Com a espingarda que usava para matar elefante, em África. E com 33 anos.

Cada um sabe de si e, dizem, Deus sabe de todos. Mas que Deus? Que raio de Deus é esse ou outro que nos arrasta na tristeza, nos desasa, nos arrasa, nos derrota? Para mim - não há. Com tal currículo, não pode haver. Ponto final, parágrafo. Por isso digo que fui católico, mas curei-me.

Fica com a Memória do teu Pai, querida Mariamiga. E com a canção que me, nos, ofereceste. Muito obrigado. E sente-te, ainda que seja difícil, eu sei-o bem, um pouquinho feliz. Os teus marecem-no. Porque te merecem. Faz, então, o favor de...

Aqui, votos implícitos, bjs só para tu

pico minha ilha disse...

Um beijinho com um abraço enorme Maria.
Por aqui tudo bem, um pouco apertada de algumas coisas que ando a fazer, mas tudo bom.

Maria disse...

António, meu amigo:

Esta mágoa é ao mesmo tempo doce e amarga.
Foi bom ter um pai como o meu, durante muitos anos. Foi triste perdê-lo. Mas é a vida. Só que neste dia, a minha alma já fragilisada por outros problemas, sofreu mais a perda daquele, que alem de pai, foi mestre, mentor, ombro para os desgostos, coro para as minhas gargalhadas.
É isso amigo.
Estive com os meus irmãos. Ele continua fraco, débil. Na sexta-feira vai ao médico.
Este momento mau irá passar. A Maria vai voltar a ser capaz de brincar com a vida.
Beijinhos

Maria disse...

Querida Verdinha:
Há oito anos o meu pai ficou em paz. Eu não. Lido muito mal com a morte daqueles que me são queridos.
Esta foi a mais dolorosa, a mais díficil de ultrapassar.
O meu medo de perder os que mais amo, chega a ser doentio.
Vai passar, querida. Com amigos como vós, tem de passar.
Beijinhos e obrigada pelas tuas doces palavras. Fazem-me bem.

Maria disse...

Henriquamigo:
A partir de certa altura, a senhora dona morte entra na nossa vida sem pedir licença. Em poucos anos, a minha familia que era enorme e a do João, também numerosa, tornaram-se núcleos familiares pequenos e dispersos, que se reunem quando morre mais um.
Com todos é assim, não é exclusivo meu. Mas a morte do meu pai, a mais sofrida, dói-me sempre mais. Um dia, cara a cara, saberás porquê.
Obrigada pelas tuas palavras, meu amigo. Também já tiveste a tua conta.
Fui ver o mano. Ainda está muito em baixo. Mandou-te um abraço.
Outro do João e do Corvo, beijinho para a Raquel e para ti.

Maria disse...

Salomé:
Um beijinho grande e bom trabalho, amiga.

O Encapuçado disse...

Partiu o teu pai, e daqui a dois dias faria anos o meu mano mais novo, que já não está cá...O mano com quem me dava tão bem, com o qual não tinha segredos, enfim, foi-se, e deixou-me só e triste, mas, eu sei que é a vida, o pai também já se foi, que crueldade levarem os dois seres que mais amava...Que fqazer?...
Beijinhos e chora, chora que chorar faz bem, alivia o espirito das dores desta vida..Um abraço enorme, da laura

Kim disse...

Não é fácil. A gente sabe.
Cada um de nós sente a perda dum ente querido de forma diferente, mas no fundo todos a lamentamos profundamento.
Eu tenho tentado olhar a morte apenas como o último passo da vida e não como a espada de Damócles.
Se existe algo para lá da morte, então há que nos regozijarmos porque em breve iremos ter com aqueles que amamos. Se não, então é mesmo uma pena a gente ter de partir exactamente na altura em que começávamos a saber alguma coisa.
Eu tento vê-la como um anjo salvador que nos alivia o sofrimento quando não podemos mais. Assim foi com a perda da minha mãe e assim será com os que se lhe seguirem, se não for eu primeiro.
Alegra-te Petite Marie, o teu pai não ia querer ver-te assim tão triste.
Às vezes - também quebro!
Bj

Maria disse...

Minha querida Laura:

Todos nós já perdemos pessoas mais ou menos impotantes para nós. Eu fiquei cedo sem a minha mãe, doeu muito, até por causa dos meus filhos mais velhos que a conheceram e a adoravam. Foi muito dificil explicar-lhes que a avó não voltava. Depois foi o descalabro completo. Avó, tios e tias, sogros (que eu amava muito), cunhados, primos até ao meu pai. Depois de tanta perda, esta foi a mais dolorosa e sentida. Ao principio, julguei que não ia resistir. Só o meu marido, os filhos e netos (que ele ainda conheceu), me obrigaram a reagir.
Parecia que a minha vontade era ir ter com ele.
Ao fim de oito anos, a dor está cá, mas já consigo aguentar.
Mas há momentos, como agora, em que me sinto ir abaixo.
Tem sido tudo muito complicado ultimamente. Todo este processo da doença do meu irmão, que ainda se arrasta, o susto que apanhei com o João, a minha saúde que não anda muito boa, a Soledade, o marido da minha empregada, morre, não morre, tudo se juntou e me fragilisou muito. Essa fragilidade deu neste estado de espirito nada bom.
Vocês têm sido quem me tem valido, cada um da sua maneira.
Tu, ainda hoje me comoveste e fizeste rir com o teu post. Obrigada, Flor de Linho.
Beijinho e boa noite.

Maria disse...

Kim:

Quem me dera ter essa fé, que te dá a certeza de voltares a vê-los!
Mas passo a vida à procura dela e não consigo essa fé inabalavel.
Sinto-me um pouco como a Florbela:
"Queria encontrar Deus, tanto o procuro".
Por vezes, penso que estou quase a tocar a minha fé de menina, mas qualquer coisa acontece, que me tira as ilusões.
Por outro lado, há dias que penso que esta vida é só uma passagem e depois será melhor. Mas então porque nos agarramos tanto a ela? Porque temos tanto medo de perder os que amamos? Vês? a eterna luta.
Tu vês a morte como um anjo bom, que nos livra do sofrimento. O meu pai chamava-lhe a "mulher do sacho".
Qual tem razão?
Quem dera que sejas tu, meu querido amigo.
Isto vai passar. Mais uns dias, nova intervenção do meu irmão, desta vez ao esófago e, a Maria vai voltar a estar bem com o mundo e com todos. Muito graças a todos vós, que têm sido AMIGOS de verdade. A minha gratidão para todos.
Para ti, meu amigo Kim, um abraço grande da
Petite Marie

Anónimo disse...

um abraço, cheio de ternura, dos 4.
gostamos muito de ti.

carla
diogo
mariana
martim

O Encapuçado disse...

Minha ternurenta maria, ah, essa pouca fé, esse pouco crer na esperança de que amanhã nos revemos, nos abraçaremos, ai minha querida Maria, entãao?
Fé, esperança, é tudo o que é necessário para podermos esperar que a vida não nos afastará jamais, daqueles que nos amaram e a quem tanto amamos...
Amanhã faria anos o meu mano amado, ah, como o sinto junto de mim nos momentos mais duros da vida, a meu lado, a acompanhar-me e a tentar dar alento á tua flor de linho, eu sinto-o, sinto-o em cada célula do meu corpo!...
Beijinhos.

mariabesuga disse...

Sente lá aquele abraço das Gaeiras minha amiga Maria!!!...

Abreijos para ti e para o teu João.

O dia aqui está com tanta chuva que está cinzentão. Hão-de vir dias melhores...

Maria disse...

Querida Girassol:

Cá recebi o abraço. Obrigada por ele.
Esta noite dormi mal, cheia de pesadelos, daqueles que fazem gritar e tudo. Depois fui ao médico muito cedo. Consulta, análises, na 2ª feira há mais.
Estou cansada, cheia de frio e sono. Acho que vou tentar dormir um cadinho.
O tempo está mau.
Abreijos de cá para aí.

Alva disse...

Maria,

Sem palavras fiquei quando te li, porque sempre tive uma enorme dificuldade em reagir com os falecimentos das pessoas que me são mais queridas.

Assim, mando-te um grande beijinho,
Estrela d'Alva

Maria disse...

Obrigada pelos 4 abraços dos meus 4 amiguinhos.
Soube bem como sempre.
Beijinhos para os 4.

Maria disse...

Estrelinha:

Também eu sempre lidei e lido, muito mal com as perdas das pessoas que amo e até de outras.
Com a idade que tenho, já devia estar um bocadinho mais resistente, mas não estou. Cada um que perco, é um bocado de mim que morre. Com o meu pai foi horrivel.
Ainda não consegui habituar-me à ideia de o ter perdido.
Minha pequenina, todos passamos por estas coisas. Só desejo, que a vida não te mostre muitas vezes essa face feia.
Beijinhos

Maria disse...

Laurinha querida:
Deixei-te para o fim de propósito, para estar mais à vontade.
Eu queria, como queria, ter essa tua fé tão cega, tão pura. Já fui assim. As desgraças que assolam o mundo, a fome, as crianças violadas, os seres humanos tratados como animais e torturados, as doenças horriveis que fazem sofrer anos, tudo isso apagou pouco a pouco a minha fé no tal ser Bom e misericordioso que tudo podia. Às vezes tento sentir fé, agarrar-me a ela, mas não consigo.
Acredito em Jesus. Um Jesus humano e bom, que deu a vida para salvar a Humanidade. Sofreu, morreu e para quê? Para termos este mundo nojento, cheio de gente que só pensa em si própria?. Vês porque não consigo crer incondicionalmente como tu?
Não te vou dizer mais nada. Não quero trazer dúvidas ao teu espírito. Por seres assim é que és a minha Flor de Linho, boa e pura. Fazes-me bem, sabes?
Beijinhos a ti.

Laura disse...

Querida Maria; um bom dia para ti e um sol aberto desejo em imensidão...
Não, nunca abalarias a minha fé, nem me deixarias em dúvida sobre o que penso das dores e sofrimentos do mundo. Por siso acredito na reencarnação, na volta ao mundo terrenal, para ir pagando a pesada factura de tantos males que aqui praticamos, e, de cada vez vimos em reparação, e todos os seres que dizes e achas serem crianças, são como nós, velhos espiritos em arrimo da dor, assim como tu sofres, eu sofro e todos sofrem assim iremos subindo na escala do bem, e um dia, um dia sim, todos estaremos de bem connosco e de bem com a vida...o que terá feito uma menina de seis anos para ficar surda? Ah, maria, tudo siso me levou a questionar as minhas dores, e já tarde, mas nem tão tarde assim, me revi no que a vida seria...e, é a tal da cruz que pensamos carregar injustamente...Costuma-se dizer que cada um tem apenas o que merece...Revoltamo-nos no sofrer e dizemos que há gente má a quem parece tudo correr bem, isso é apenas aparência, há sempre a hora de todos. As crianças de que falas, as violações que acontecem, já foram praticadas pelos que hoje as sofrem...é essa a máxima do; Olho por olho, dente por dente...
Não me alargo, não te estou a ensinar ou a querer que mudes de pensar, nada disso, sabes que gosto de falar abertamente...e cada um chegará lá no momento certo e, aprenderá através do sofrimento, ah, assim tem sido a minha vida...esse sofrer que eu diza não merecer, mas, está em mim, presente...

Adoro-te Maria e tenta alhear-te do sofrimento dos outros, e, ajuda no que puderes os mais próximos de ti...porque nãos e condena quem sofre, apenas se deve tentar adoçar a cruz que cada um carrega..ai que comentário este..Beijinhos e tem um dia bom..laura

Maria disse...

Liliana:
Obrigada por ter comentado.
Sim, são muitas as dores que carrego, mas também tenho tido momentos muito felizes.
O meu problema, é que vivo com demasiada força, uns e outros.
Com o meu pai tive muitos momentos de entendimento perfeito, de felicidade, durante muitos anos. Foi o meu grande mestre, o meu grande amigo, a pessoa que melhor me conhecia. A morte dele, esperada e quase desejada, pelo muito que sofreu, foi o maior golpe da minha vida.
Ainda dou comigo a pensar: "o que irá o pai dizer, o que me vai aconselhar...". Gostava que ele tivesse visto nascer este blog. Ele levou a vida inteira a entusiasmar-me a escrever e nunca lhe fiz a vontade senão agora.
Foi um pouco por ele, que comecei. É por ele e por mim, que o continuo.
Aqui arranjei amigos, que me amimam e me ajudam nas horas más.
Liliana, não vale a pena tentar evitar os desgostos. Eles veem na mesma. Todos temos que sofrer um dia.
O Henrique, brincalhão, alegre, que todos conhecemos, já teve a parte dele de desgostos. Tenta levá-los na boa, mas às vezes, por trás da brincadeira, sente-se um laivo de dor.
É assim com todos.
Uns assumem-na, como eu.
Outros mascaram-na, como o Henrique.
Outros, querida, tentam fugir deles, como você.
Todos estamos certos, todos estamos errados.
Desculpe o testamento. Quando começo a escrever ou a falar, nunca mais acabo.
Beijinhos e obrigada.

Maria disse...

Querida Laura:

Nunca faria nada para te mudar. Nem a ti, nem a ninguém. Gosto das pessoas com são e não são diferenças de pensar que me fazem deixar de gostar.
Vivo há 43 anos com o meu marido e não temos muitos gostos ou ideias em comum.
Costumo dizer que há 3 coisas em que cada em pensa como quer e ninguém tem nada com isso. São elas:
Religião, futebol e política.
Tenho amigos de todas as cores políticas, de religiões variadas, de clubes que não o meu. Respeito-os e estimo-os de qualquer maneira.
Por isso somos amigos. Amar é aceitar, tentar compeender. Não é querer obrigar os outros a pensar e agir como nós.
Beijinhos, minha querida e até logo.

Laura disse...

Ai minha querida maria, já se cansaram da tristeza que destilamos, vamos lá a ver se animas que eu já mudei o post e ja me ri a escrevê-lo...Haja alegria que a tristeza magoa, dói...

Claro que é assim maria, comptreender e aceitar é fundamental, o resto é treta, o manel não tem mesmo nadinha em comum,desde a forma pensamento, o estar na vida, o agir, ah, rapariga o que foste ver nele? nada? pois é o nada que tens...Ah, maria, maria..Beijinhos e muita paz, laura

Vasco disse...

Menina Maguinha,

É tempo de colocares aqui um novo "post". A este dia e a estas horas, "já tinha acabado".
Assim, vê se arranjas uma daquelas histórias que tu tão bem sabes contar, e como diz o outro: "adeus, tristeza, até depois!"

Beijinhos do filo.

Anónimo disse...

Querida Maria,

Concordo com o nosso Corvo. Conta-nos mais história...

Beijinho de saudades
Nemy


Laurinha, um carinho e um beijo para ti.

Maria disse...

Corvo:
É verdade. Já tinhamos nós e a Mélita, pela grande cena no Alto de São João, já tínhamos ido ao Hospital de Santa Maria, à procura nem já sei de quê. Foi há oito anos e essas cenas trágicómicas, ainda não me esqueceram. Parecia-me que estava a viver uma coisa surrealista.
Enfim! Já passou.
Vamos a ver se consigo hoje alguma coisa, mas a disposição é pouca.
Beijinhos filo.
Mãe

Maria disse...

Querida Laura:
Não sei se vou conseguir mudar o post hoje. Estou com uma neura de todos os diabos. Primeiro, não tinha internet. Segundo, fiquei sem blog. Terceira, estive no posto da Caixa 3 horas, para arranjar umas receitas. Quarta, estou farta das chatices da vida.
Vou ver o que a falta de inspiração me dita.
Ainda nem dei a volta pelos amigos.
Vou dar agora.
Beijinho s flor de Linho e até logo.

Laura disse...

Um post de muitos dias, novidades precisam-se...e beijinhos, alegria e paz..laura

Laura disse...

Maria, tem paciência, mas, tens de voltar ao resteas ainda hoje, se já lá estás mai'lo joão..Beijinhos.

Je Vois La Vie en Vert disse...

Boa noite, querida amiga,

Ha pouco ainda estive a pensar em ti quando no supermercado Pingo Doce (vão pagar-me milhões de euros para fazer esta publicidade... :D), vi cebolas, alhos e batatinhas, frutas descascadas !
Querida, não precisas mais de descascar cebolas, já não precisas de chorar ! :D
Minha querida, não estou a gozar contigo, só estou a tentar colocar um sorriso no teu doce rosto...

Beijinhos da

Verdinha


P.S. para a semana, vou ser eu a vaguear pelo hospital...