quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Manuel Alegre em Nambuangongo

Gosto deste poema. Fala de coisas que todos nós, os do meu tempo, gostaríamos de não ter vivido mas, vivemos. Uns lá, outros aqui, a todos nos marcou. Quem não perdeu alguém, amigo ou familiar? Quem os não viu, voltar marcados no corpo e no espírito? É triste. Também vós, os mais novos, tiveram lá pais ou tios.
Mas é para os que passaram pelas guerras de África, de um ou outro lado, como Alegre diz, que segue esta postagem. Dito pelo poeta, no local onde tudo se passou.



Até um dia destes
Maria

10 comentários:

Unknown disse...

Mariamiga

Eu passei por Nambuangongo. Ponto. A guerra que é sempre estúpida levou-me ali. Uma guerra criminosa, armadilhada, fod.., lixada.

Por esta tua ideia - muito obrigado

3abçs, bjs da Raquel e qjs para tu

Maria disse...

Henriquamigo
Pensei em ti. Foste dos que lá estiveram e, felizmente voltaste.
A guerra é sempre estúpida, sim. Aquela que nos tocou, foi, além de estúpida, inexplicável, injusta. Ainda hoje, estamos feridos e marcados por ela. Perdi grandes amigos lá. Vi alguns partirem quase felizes e voltarem feitos trapos. Ainda me dói muito.
Por isso, este poema me diz tanto.
Abraços dos homens, beijinhos para a Raquel e para tu, da sempre amiga
Maria

Je Vois La Vie en Vert disse...

Querida Maria,

Escrevi um comentário mas...preferi apagá-lo.
Só me resta deixar-te um
beijinho amigo

Verdinha

Maria disse...

Verdinha querida.
Porque não publicaste? Sabes que mesmo que a tua maneira de ver as guerras de África, seja diferente da minha, nunca me iria zangar, nem ficar magoada. Eu respeito todas as opiniões e sei que para ti, foi diferente.
Publica lá o comentário e, eu respondo-te, com toda a compreensão e amizade.
Beijinho, amiga
Maria

Je Vois La Vie en Vert disse...

Querida Maria,
Já o apaguei, está apagado.
O poema é bonito mas não simpatizo com o autor e não quer tirar-te as tuas ilusões. Quem sou eu para fazer isso ? As vezes sou espontânea demais e posso ferir os outros, sem querer, e acho que temos que utilizar a blogosfera para transmitir sentimentos bonitos e não críticas.
Mas eu sei perfeitamente que és compreensiva e amiga, e é mais uma razão para não escrever mais nada... :)
Beijinhos muito carinhosos
Verdinha

Maria disse...

Querida Verdinha
Já sabia que era esse o motivo.
A nossa amizade vale mais que isso.
Podes ser sempre franca que não me magoas.
Amizade é aceitação. Nunca perguntei a nenhum dos meus amigos, nem clubes de futebol, nem religião, nem política. Gosto de ti e, pronto!
O resto não interessa.
Beijinhos amigos da
Maria

Laura disse...

Vivi lá em Luanda e no mato, andei com as colunas militares, vivi no mato longe da civilização, chegamos lá em Fevereiro de 62, começou a guerra em 61... fui num navio apinhado de soldados que iam para a guerra e nem sabiam se voltariam, choravam, vomitavam do enjoo, minha nossa, a partida foi horrivel com os pais, namorados e filhos por vezes, mulheres a gritar no cais...maldita guerra que destruiu tantas familias...

Quanto ao autor só lá foi para isto que na altura devia estar sempre à fresca nas esplanadas da cidade e na praia, enquanto os soldados se debatiam com as piores condições, na mata...

Só quem lá esteve e nela lutou sabe o que sentiu..perdi amigos sim..

Beijinho da laura

Maria disse...

Laura querida
O que importa é a Obra, não o autor.
É como poeta que deve ser apreciado.
Quem é ou foi, se bebeu cervejas ou não, não me interessa.
Como pessoa, mal o conheço, apesar da minha mãe e a dele, terem sido amigas, não gosto nem deixo de gostar dele.
Como poeta, acho que é um dos grandes poetas portugueses.
O resto não tem a ver com a poesia.
Beijinhos, minha flor.
Maria

Kim disse...

Em Nambuangongo A VIDA COUBE NUM MINUTO.
A guerra é sempre em Nambuangongo.
A minha homenagem aos que ali passaram e aos que ali pereceram.
Gosto do poeta, apenas.
Beijinho Petite Marie

Maria disse...

Kim
O mundo está transformado num imenso Nambuangongo. Este e outros foram os que o vivemos mais de perto.
Também gosto do poeta. Esta interpretação, no local onde aconteceu este horror, impressiona-me e lembra-me os que lá e noutros locais morreram ou ficaram marcados para sempre.
Beijo
Maria