Perto daqui, vivi todas as férias da minha infância e adolescência. A Ria de Ovar, é uma lembrança doce e triste.
Hoje, vi este quadro de Catherine Labey e, tudo me veio à memória: cores, cheiros, ruídos, imagens. Lembrei-me, de pessoas, de bichos, de dias de outono, em que tudo se aquietava, lentamente, até a noite cair. Da Ria, subia uma neblina ténue, das casas pequeninas subia um fuminho, havia no ar um cheiro a resina e lenha a arder. Os homens, as mulheres e as crianças, recolhiam a casa, depois de um dia inteiro nos campos. O gado, já dormia. Os carros de bois, já não chiavam, como durante o dia. O rumor leve, dos Moliceiros, quase não se ouvia.
Dentro de casa, o calor da lareira, o aroma da comida e novamente o cheiro acre da resina, das pinhas, da lenha.
E da janela do meu quarto, olhava a Ria, tranquila, prateada, varada pelos saltos das tainhas. De longe em longe, umas palavras soltas, o som metálico dos tachos no fogão. Depois, uma voz alta que dizia: “a ceia está na mesa!”.
Parava de sonhar e olhar a Ria. Descia a escada escura e, entrava na sala iluminada e quente da lareira.
Foi tudo isto que voltei a ver, olhando este quadro. Hoje tudo é diferente. Mas para mim, é tudo sempre igual. Guardo tudo avidamente, na memória e na saudade imensa, de um tempo em que era fácil ser feliz.
Por mais que faça, é sempre o passado que, volta a dominar-me o pensamento.
Obrigada, Catherine Labey. O seu quadro, deu-me hoje uns momentos felizes.
Não sei viver neste mundo que não entendo.
Este post já foi publicado no meu primeiro Blogue.
Hoje andei todo o dia a pensar na minha Ria.
Como a inspiração não me ajudou, resolvi repeti-lo.
Até um dia destes e façam o favor de ser felizes.
Hoje, vi este quadro de Catherine Labey e, tudo me veio à memória: cores, cheiros, ruídos, imagens. Lembrei-me, de pessoas, de bichos, de dias de outono, em que tudo se aquietava, lentamente, até a noite cair. Da Ria, subia uma neblina ténue, das casas pequeninas subia um fuminho, havia no ar um cheiro a resina e lenha a arder. Os homens, as mulheres e as crianças, recolhiam a casa, depois de um dia inteiro nos campos. O gado, já dormia. Os carros de bois, já não chiavam, como durante o dia. O rumor leve, dos Moliceiros, quase não se ouvia.
Dentro de casa, o calor da lareira, o aroma da comida e novamente o cheiro acre da resina, das pinhas, da lenha.
E da janela do meu quarto, olhava a Ria, tranquila, prateada, varada pelos saltos das tainhas. De longe em longe, umas palavras soltas, o som metálico dos tachos no fogão. Depois, uma voz alta que dizia: “a ceia está na mesa!”.
Parava de sonhar e olhar a Ria. Descia a escada escura e, entrava na sala iluminada e quente da lareira.
Foi tudo isto que voltei a ver, olhando este quadro. Hoje tudo é diferente. Mas para mim, é tudo sempre igual. Guardo tudo avidamente, na memória e na saudade imensa, de um tempo em que era fácil ser feliz.
Por mais que faça, é sempre o passado que, volta a dominar-me o pensamento.
Obrigada, Catherine Labey. O seu quadro, deu-me hoje uns momentos felizes.
Não sei viver neste mundo que não entendo.
Este post já foi publicado no meu primeiro Blogue.
Hoje andei todo o dia a pensar na minha Ria.
Como a inspiração não me ajudou, resolvi repeti-lo.
Até um dia destes e façam o favor de ser felizes.
25 comentários:
Olá Maria,
Porque as lembramças de infância "persseguem-nos" pela vida inteira...
Beijinhos, muitos,
Estrela d'Alva
Fizeste bem em o repetir.
É por causa de te ouvir descrever o que viveste na Quinta que, por vezes, me parece tê-la conhecido.
A mim, dá-me a ideia que este género de lembranças, é como um sonho que nunca acaba. Vivemos estas memórias e dá a sensação que ainda vamos continuar / voltar a vivê-las "em directo".
Beijinhos
Repete sempre que a inspiração não chegue. É que a ria, só por si, é já uma inspiração para qualquer poetisa menos iluminada.
Às vezes, as imagens dão-nos os cheiros e os cheiros a saudade.
Esta não era a tua época. Eram os anos ternos da Petite Marie!
Férias de infância
Adolescência
Rever de tempos
Que não se perderam !...
E hoje apeteceu-me
Um banco de jardim
Sentar-me ali e ouvir-te
Cantar e contar para mim !...
Férias, dos eternos tempos
Que jamais se varrerão
De dentro de cada um!...
Sonhos, desejos quimeras
Que guardavamos nas algibeiras
Dos pensamentos sem fim !...
Eis o meu soneto para ti, escrito aqui e agora...
Abraço-te ternamente, desejando que chegue aquele dia, em que a virtualidade se fundirá com a realidade, e, daremos graças a Deus, pelo dia e pela emoção, o sonho acalentado na imensidão...Amo-te Maria..
Da tua flor de linho..laura
Estive em Ovar uma só vez e em tempos outros que nada já terão a ver com os que aqui te trazem os sentidos.
Não conseguiria portanto descrever tudo dessa forma que só o teu jeito e memória de coisa vivida podem dar "cor" pelas palavras tão bem escolhidas... tão bem encaixadas que quase se consegue visualizar o momento nostálgico na janela do quarto... o chamar para a ceia...
Eu gosto de memórias porque gosto de me construir de dentro delas...
... e gosto da forma como as descreves, às memórias donde te constrois tu.
Dia feliz minha amiga
Não deixes que te roubem o sol.
Aquele nosso abraço
Beijinhos
Estrelinha querida:
As lembranças da nossa infância são, quase sempre, suaves e doces como esta. Os tempos que aqui passei, foram assim. Talvez por isso, quando ando em baixo, a minha cabeça e o meu coração voltam para lá.
Beijinhos minha Estrela pequenina.
Os momentos e as recordações de tempos passados andam de mãos dadas com a gente.Por vezes dou comigo com os albuns todos no colo.Recordar férias não posso pois nunca saí daqui para fazê-las, mas arranjo sempre maneira de fazer algo diferente.
Por aqui está tudo bem, com menos trabalho esta semana, mas na próxima lá vem escola outra vez.Beijinhos
Meu Corvo:
Eu sei o que sentes em relação à Ria e à Quinta. Tantas vezes falo dela, tantas saudades tenho, que já me ouviste mais de cem vezes contá-las.
Há dias, em que um cheiro, uma planta, uma pinha, me transportam para lá, à velocidade da luz.
Minha Ria de sonho, minha infância feliz. Onde estão agora?
Beijinho
Mãe
Kim:
É isso mesmo. Às vezes nos piores momentos, vem ter comigo a Petite Marie, de calças à pirata e tranças, sem sapatos (escondia-os para as tias não verem), enterrando os pés no moliço da Ria e na areia. Desafia-me a voltar a ser a mesma daquele tempo. A que trepava árvores como um rapaz, que se deitava debaixo das mimosas com um livro e a boneca e ainda não fumava Gauloises, nem tomava comprimidos. A mesma, que apanhava fruta verde das árvores, bebia água do poço, corria pelo meio das ovelhas e à noitinha, quando sentia saudades nem sei de quê, olhava a Ria, bela a todas as horas, mas naquela hora, era mágica.
Quando a tristeza me está a consumir, é para lá que volto, ou para a minha Tomar antiga, para o meu Rio, para os Alcatruzes.
Beijinhos
Minha Flor de Linho:
Obrigada pelo soneto, obrigada por teres compreendido, obrigada por seres minha amiga.
Tenho sentido tanto amor de todos vós, estes dias maus que não terminam nunca! Tem sido bom sentir-vos tão próximos.
Ai que nunca mais é Dezembro, para vos apertar num abraço sem fim!
Beijinho minha nina
Minha Girassol:
Tempos de infância felizes, tempos que não voltam, mas que me ajudam a atravessar um presente pouco risonho.
Traz-me lugares, gentes, bichos, cheiros, que mtam as saudades e me ajudam a ver que ainda há sol na minha vida, embora às vezes a dor o tente tapar, ele está lá. Como a minha Ria e o meu Nabão.
Aquele abraço, minha amiga.
Salomé minha amiga:
Hoje fugi para a Ria. Por vezes, fujo para o Pico. Aí não são lembranças de infância que me levam. É uma ilha maravilhosa e misteriosa, com pessoas que nunca vou esquecer. Gente boa e hospitaleira, gente sã, sem a hipocrisia que reina aqui.
Um beijinho para ti e quando olhares o Pico, diz-lhe que o amo de paixão e um dia vou voltar.
Maria, o sentires amor do grupo não é nada mais nada menos, que o amor que entoa nos nossos corações, amor que todos sentimos uns pelos outros, e, mortinha estou eu por te abraçar em breve, se tens tristezas, eu muito mais as tenho, mas, como sempre recalco-as, guardo-as, para um dia deitar fora, é que com essa tristeza, irá parte de mim...uma parte onde me senti feliz, acarinhada, mas, a vida nem sempre nos dá o que pedimos!...nem nos entende, como somos, enfim..Haja amigos queridos..Beijinhos, muitos, da tua flor de linho que mais aprece um farrapo de linho, tenho dias e dias..
Escrevi a ouvir tangos, mais uma bela canção...pois o amor escreve coisas lindas..laura
Querida Laura:
Essa do "farrapo de linho", lembrou-me uma velha história que minha avó contava. Certa Duquesa, que em nova tinha sido considerada a maior beleza da Corte, envelheceu e um dia ouviu a conversa entre dois janotas da época: "Meu Deus, o que esta mulher mudou! Está um verdadeiro caco!" A Duquesa virou-se e respondeu-lhe: "Caco sim, mas de Sévres" ( uma das mais finas porcelanas da época).
Como vês, pode-se ser um trapo, mas de linho tem outra classe.
Arriba Nina.
Vou ver o meu irmão. Até logo, minha querida.
Beijinho
Atã Maria, serei o teu trapo de linho, embebido na mais pura essência de rosas, de malvas, de perfumes capestres...Confesso que nunca vi uma flor de linho, mas, hei-de procurá-las, um dia, um dia quando for pelos montes...em busca de paz e tranquilidade..jinho de quem te adora e já quase quase que conta os dias para te abraçar..laura
Toma o cházinho mais logo, um chá de ervinhas cheirsas...fará bem e adormecerte-á...Beijinhos ao teu mano quando o fores visitar..laura
Querida Maria,
É tão bom poder reviver uma infância quando ela foi feliz !
A minha infância também foi feliz mas, infelizmente, já não tenho, por acidentes de percurso que aconteceram na minha vida, esta faculdade de recordar os pormenores. Tenho algumas reminiscências e como sinto uma grande paz ao recordá-los, sei que foram bons momentos, aliás só podiam ser bons momentos por ter uns pais carinhosos e uma família formidável.
Espero que os meus filhos tenham a mesma percepção da sua infãncia, pelo menos esforcei-me para isso, sem experiência, quase sozinha numa país diferente, sem grande ajuda, a minha sogra - que era minha amiga - tendo falecido quando a minha primeira criança tinha 1 ano. Cometi erros, de certeza mas amor, não lhes faltou nem do pai nem de mim !
Beijinhos, querida Maria
Verdinha
Petitá
Alinho com o CC: fizeste lindamente ao decidires a re-publicação. O texto - é excelente. O quadro acompanha-o. E o teu Santo Homem é um artista. Não repito aqui o que te disse ao telefone por «poudour», keu sou muito «empoudourado».
E por agora, é tudo
Vamos continuar a esperar - são só mais oito dias - entretanto seguem os 3abs e os gjs para ta
Laurinha, meu lenço de linho com aroma de alfazema:
Vim de casa do meu irmão mais animada. A operação já está marcada e achei-o mais sereno, embora muito fraquinho. Se vejo isto passado, julgo que é mentira.
Depois, ainda fomos visitar a única irmã viva da minha sogra, que está ali perto, num lar.
Vim cansada e com dores de estômago. A santa da minha úlcera está a dar sinal, por causa do monte de medicamentos de que está carregado. Vai passar.
Vou tomar o cházinho antes de dormir.
Quando encontrar uma foto de uma flor de linho, mando por EMail.
Beijinhos nina e boa noite.
Querida Verdinha:
Uma infância feliz é um tesouro.
Guardo da minha, lembranças de amor, de ternura, de dias passados ao ar livre, de noites ao canto da lareira.
Também eu procurei dar aos meus meninos uma infância para recordar.
Há coisas que sei, que um dia, irão lembrar férias no Algarve acampados, férias em Cascais, em casa dos meus sogros.
Também eu, tentei tudo para que fossem felizes. Devo ter errado muitas vezes. Todos os pais erram. Mas são erros de amor.
Beijinhos minha terna amiga.
Já ouvi as duas interpretações que mandaste. Que bom recordar!
Henriquamigo:
A Ria é uma das minhas paixões e uma das minhas saudades. Lá ao pé, vivi momentos felizes e inesquecíveis da minha infância.
Ainda tenho lá família e amigos. Amigos, daqueles que duram uma vida inteira, mesmo que a vida os afaste. Quando nos vimos, velhos e diferentes por fora, voltamos a ser os miúdos de outrora.
Dá notícias da Raquel.
Abraços beijinhos e queijinhos.
NIna maria, eu já vi a flor d elinho em foto, ams ao natural ainda não,a doraria que me mostrassem uma, soment euma para ver como são na realidade..é siso..beijinhos e que bom que ot eu mano está animadinho e sei que a operação vai decorrer pelo melhor, depois tudo passará..beijinhos.
Olá Maria,
Se fores ao meu post do 2 de Nov de 2008, encontrarás uma foto minha de flores de linho. Foi tirada no jardim dos meus pais. Pode ser copiada, claro, como qualquer foto ou texto desde que tenha a referência quando não for meu. Selecionando o link a seguir e colando-no na barra do Google, aparecerá o meu post, acho eu....
http://jevoislavieenvert2.blogspot.com/2008/11/la-beaut-beleza.html
Beijinhos
Verdinha
Querida Verdinha:
Com o meu jeito para pesquisas, não consegui encontrar o que me indicaste.
Se puderes, manda-me por Email, ou então manda para a Laurinha.
Obrigada minha amiga.
Beijinhos.
PS: Qual é a flor da Bélgica?
Não me digas, cara amiga que não es capaz de selecionar o link
http://jevoislavieenvert2.blogspot.com/2008/11/la-beaut-beleza.html
que te deixei , fazer copiar e dpois colar no sítio dos links ou no google e fazer enter ! Depois o meu post abra sozinho...
Não sejas preguiçosa..... :D
Bjs
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