sábado, 22 de novembro de 2008

Java de volta


Para tudo é preciso ter sorte, até para ser cão.
A história da Java, é a prova viva, desta velha frase.
Os meus filhos, grandes amigos de cães, já tinham em casa, três cadelas; Duna, Tuca e Vega. Um dia em Setúbal, numa das muitas feiras de animais que, felizmente se vão fazendo, na tentativa de evitar abater animais abandonados, encontraram uma cadelinha, magra, com ar de ter sido atirada à rua, como muitas outras, porque deixam de ser pequeninas, engraçadinhas e, os donos descobrem que, dão trabalho, roem coisas, precisam licenças e vacinas e, além de tudo, estragam as férias.
Os olhos meigos e tristes da cadelinha, comoveram-nos e, passaram a ter quatro, em vez de três. A bicha, parecia perceber, que eles a tinham salvo da morte certa. Dócil, com nenhuma das outras, humilde, terna. Quando olhava a dona, os olhos escorriam mel, de tanto amor. Chamem-me louca, não me importo. Os animais amam e, melhor que nós. Só pedem em troca, comida, carinho e água.
Mas voltemos à Java. Foi engordando, foi vacinada, foi tratada. Há dias, ficou na veterinária para ser operada. Telefonaram a saber dela, tudo tinha corrido bem e à noite, iria para casa. Quando a foram buscar, foi-lhes dito que, a cadela tinha ido à rua fazer as suas necessidades e, teria fugido. Isto passou-se terça-feira passada. Todos estes dias, os donos a procuraram, dia e noite, puseram anúncios, pediram ajuda e, nada. Vários telefonemas, mas nunca era a Java. Eu já temia pela vida da bichinha e, pela saúde dos donos. Hoje de manhã, recebi um telefonema do meu filho, com lágrimas na voz. “Mãe, a Javinha apareceu!” Eu confesso, tremi. Queria saber como, mas não conseguia perguntar. Só consegui dizer “Como?” “Está bem, Mãe. Um senhor, ontem viu-a com fome, deu-lhe de comer, abrigou-a e, hoje viu o anúncio e ligou-nos. Ela está bem, só assustada.” As lágrimas já me caíam pela cara, não conseguia falar. Eles foram com ela à “competentissima” veterinária que, além de “magnanimamente”, só lhes cobrar a operação, ainda tentou dar-lhes conselhos acerca da coleira. Santa alma! Deixa fugir um animal recém operado, cobra a operação e, fica de consciência tranquila.
O Senhor que a achou, pobre, inválido, salvou-a sem interesse. Ainda há bondade.
A Java, pela segunda vez, foi salva. Está em casa, quente, alimentada, acarinhada. Os meus meninos, vão descansar, enfim. Eu vou agradecer, toda a vida, aquele Senhor, que a recolheu.
Esta história é dedicada, primeiro ao meu neto, um dos donos da Java. Segundo à minha neta, que gosta muito dela. Terceiro ao meu amiguinho Martim, filho da Carla e ao Miguel, filho do Bicho. Por fim, para todos os meninos e, pessoas com alma de meninos: aqueles que, sabem amar um animal.
Por favor! Quando virem um cãozinho, um gatinho pequenino, lembrem-se de que não é um peluche, que nas férias se deixa em casa. Pensem bem, antes de o levar para casa. Nem todos têm a sorte da Java. Às vezes morrem.
Até um dia destes.

17 comentários:

Kim disse...

Amorosa, a cadelinha!
A diferença entre Java e a veterinária é que a primeira sobrevive e a segunad sabe viver.
Fico contente pela "canita" e pelos seus mini-donos.
Uma festinha à Java e um beijinho à petite Marie.

Anónimo disse...

Kim:
Depois de tantos dias, já estava a ver que a história acabava mal. Felizmente, desta vez, foi como nos filmes da velha "Lassie", tudo acabou bem. Por isso dediquei a história aos mais pequenos.
Beijinho da
petite Marie.

Anónimo disse...

Maria,
Fico feliz pela Javinha, pelos teus netos. por ti.
Quando disseste que ela tinha desaparecido, cá no meu íntimo senti que ela iria regressar ao seu cantinho.
Haverá sempre gente boa.
Sabes que sou uma idealista incorrígível.
Um beijo bem amigo
Nemy

Anónimo disse...

Nemy:
Eu já estava a desesperar, já tinha rezado o Responso de Santo Anónio, não sei quantas vezes, já rezara a São Francisco de Assis, que chamava irmãos a todos os animais e, nada.
A teimosia, misturada com amor, dos donos, é que resultou. Isso, e o facto de ainda haver almas boas.
Vou tentar conhecer, o bom homem, a quem parece que a vida não tem ajudado muito, que a encontrou e recolheu. São sempre os que mais sofrem que, acabam por ajudar.
Tudo acabou bem.
Beijo.
Maria

Anónimo disse...

Olá Maria!

Fiquei muito feliz por saber que a Javinha apareceu e que está de saude.
Eu ontem, já tinha perguntado á mãe noticias da cadelinha.
Sabes Maria, ando em negociações com o avô. Gostava de ter um S. Bernardo. Eu sei que é grande, mas é tão meiguinho! se for um rafeiro, também não me importo.
Aqui, no Estoril, a abrolha da administradora do comdominio diz que é proibido ter cães. É uma chata. Ela também devia dizer ao marido que é proibido fumar charutos no elevador, é que está lá um simbolo que diz isso.
A mãe está a fazer-nos o pequeno almoço e da cozinha manda-te um beijinho. Tenho que ir comer. Depois volto. Muitos beijinhos =)

Maria a Java é muito bonita!

Martim

Anónimo disse...

Meu amiguinho Martim:
Gostei muito da tua carta.
A Java apareceu e, estamos muito contentes.
Também gosto muito dos São Bernardo. São bonzinhos, meigos e salvam pessoas na neve.
Era bom que o teu Avô deixasse. Olha que os Avós são fáceis de convencer. Uns miminhos, umas festinhas e, já está. Quanto à abrolha, deve ser parva de todo.
Agora outra coisa. Lembra-te do que a Maria diz, na história da Java. Os animais dão trabalho, precisam de vacinas, fazem disparates, roem brinquedos e às vezes estão doentes. Quando tiveres um cão, o São Bernardo ou outro, tens que pensar que, ele é o "teu" cão e que tens de te responsabilizar por ele. Sabes que os cães, só reconhecem um dono. Gostam de muitas pessoas, mas dono, é só um. Tu tens que conquistar o direito de ser dono dele, aquele a quem ele mais ama, obedece e recorre quando tem qualquer coisa.
O meu Nabão, gosta de todos cá em casa, mas a dona, sou eu.
Vou-te contar um segredo. Durante o mês de Natal, a Maria vai contar mais histórias de Bichos. São para todos os meus pequeninos amigos.
Dá beijinhos à Mãe e aos manos. Para ti, vai um monte deles, cheios de ternura da
Maria

Anónimo disse...

Olá outra vez Maria!

O meu avô disse-me a mesma coisa que tu me escreveste.
Vou ficar á espera das tuas historias de Natal.
Também tenho um segredo para te contar:

Hoje estou a tomar conta da Mãe e da Mariana. adormeçeram. E nunca mais acordam. Tapei-as, acho que fiz mal. Se não as tivesse tapado já tinham acordado com o frio! já telefonei aos avós a dizer-lhes que estamos muito atrazados para o lanche e que as meninas dormem.
Já comi leite e cereais e estou a ver um filme. O Diogo foi sair com uma das suas namoradas.
Gosto de ser o chefe da casa =)
Beijinhos. Vou continuar a ver o filme.

Luis disse...

Olá Maria!

Não comentei mais cedo porque ao fim de semana ando sempre numa roda vida e pouco tempo para vir escrever ou ler os blogues.

Ainda bem que acabou tudo bem com a Java.
Em relação aos animais eu tenho a mesma opinião que a sua. Tenho uma gatinha "Tica" que já vai a caminho dos 7 anos e se a perdesse iria ser muito doloroso.
Já tive um cão, aliás mais, mas como o "Rex" nenhum. Quando me mudei para a cidade ele não pôde vir, então foi para casa dos meus sogros. Entretanto faleceu.
Se quiser vê-lo está no blogue o Fiel Amigo, que é da minha mulher mas que raramente escreve.

http://www.ofielamigo.blogspot.com

Beijinho e até breve

Luis disse...

A gatinha que está a brincar com o "Rex" é a "Tica"

Anónimo disse...

Martim:
Então as meninas já acordaram? Tu, como chefe da casa, ficaste a tomar conta delas. És mesmo um homenzinho, meu amiguinho.
A Maria já está a pensar nas histórias. Sabes? Já tive muitos bichos. São eles que vão aqui aparecer, em histórias verdadeiras. Os animais, ensinam-nos muito e, são grandes amigos. A Java já está melhor, mas ainda muito fraquinha. Tem de tomar remédios, comer e descançar muito. Agora, tudo vai ficar bem com ela.
Beijinhos para ti, a mãe e os manos da
Maria

Anónimo disse...

Olá Luís:
Já estive a ver o blog da sua mulher. Muito giro. Só é pena ela não escrever mais, mas as fotos são um amor. Sem a conhecer, já gosto dela, pois quem gosta assim de animais, tem de certeza de ser boa pessoa.
A Java está fraquinha, mas tudo irá correr bem. Já chegou para susto.
Até um dia destes
Maria

Anónimo disse...

Olá Mãe,
a Java está melhor, mas ainda mais meiga (sim é possível).
Está-nos mais agradecida que sempre. Agora falta recuperar dos dias a noites de frio e fome, e sarar as feridas que fez nesta aventura. De nós nunca foge, podemos passear com ela sem qualquer trela que não nos larga nunca, nem nós a vamos largar.
Obrigado a ti e a todos pelas palavras simpáticas.
Beijinhos,
João

Anónimo disse...

Martim,
quando conseguires convencer a família a ter um cão, pensa em passar num canil e adoptar um abandonado(vais ter muito por onde escolher). Os que estão à venda irão ter um dono os abandonados já não têem garantias nenhumas. Vais ter um amigo sempre fiel e agradecido durante toda a vida.
João

Anónimo disse...

Olá João

Estou quase a convencer o avô.
Nunca pensei em comprar um cão, porque penso que os amigos não se vendem nas lojas.
A ideia de ir ao canil sempre me agradou. Levo a mãe comigo.
A tua Java é muito gira.
Um abraço

MARTIM


Olá Maria
Só estou aqui porque á 2ª e a 6ª não tenho aulas de tarde.
Vou fazer os tpc´s.
Beijinhos

MARTIM

(a mãe e a mariana mandam-te beijinhossssss)

Anónimo disse...

Martim,
é assim mesmo, os amigos não se compram!
quando tiveres o teu novo amigo, gostarei de ver uma foto dele! :)
um abraço,
João

Anónimo disse...

João:
O amor não se agradece e, muito menos, o amor dos pais e avós. Podes crêr que, o desaparecimento da Javinha me custou noites de sono. Por ela e por vocês.
Gosto de todos os animais, mas os da familia são especiais. Sempre tive um fraquinho pela Duna, mas a Java, mexe comigo. Agora ainda mais. No sábado, quando me ligaste, só te conseguia ver, pequenino, lavado em lágrimas, porque num filme, um cãozinho tinha caído num buraco. Lembras-te? Desta vez, acabou tudo bem.
Beijinhos da
Mãe

Anónimo disse...

Lembro-me, acho que era a Lassie. Ainda no ano passado morreu um dos cães de que mais gostei o "Fang" que era também o Collie como ela.
Beijinhos,
João