Morreu ontem Milu. Talvez este nome diga pouco aos mais novos. Mas, como ela própria disse, no dia em que foi homenageada e condecorada com a “Ordem de Santiago da Espada”, foi alguém, na sua terra. Velhinha, cega, doente, mas ainda bonita, Milu, enfrentou um público, que já não via, com o mesmo à vontade com que entrava nos filmes e peças de teatro, que fez. Bonita ainda, com a perfeita noção de quem era.
Trabalhou desde os sete anos na Rádio. Pouco mais velha, entrou no filme “Aldeia da Roupa Branca”, de Chianca de Garcia, ao lado de Beatriz Costa. Depois, foi a bela e romântica Luisinha, de “O Costa do Castelo”, ao lado desse monstro sagrado, que foi António Silva e, de Curado Ribeiro, o mais belo galã, do nosso cinema. Depois de vários filmes em Portugal, rumou a Espanha, onde se manteve, alguns anos. Voltou. Se possível, mais bela ainda. Fez teatro de revista. No Teatro Monumental, fez “A Casa das cabras”, peça que, fez escândalo na época.
Continuava a cantar, ao seu jeito muito próprio. A última vez que fez cinema, foi no filme “Kilas, o mau da fita”, de Fonseca e Costa”, com Mário Viegas e Lia Gama, entre outros. Bela, ainda. Foi criticada por aparecer pouco vestida. A velha mania nacional, de ter de dizer mal de alguma coisa.
Nada disto afectava, pelo menos aparentemente, Milu. Era uma mulher corajosa, capaz de viver à frente do seu tempo.
Morreu ontem. Se é verdade, que nos últimos momentos, toda a nossa vida nos lembra, os olhos cegos de Milu, viram, as luzes da ribalta em que viveu, quase toda a sua vida. É costume, quando um actor morre, ser aplaudido antes de baixar à terra. Por isso, a minha despedida de Milu, actriz, cançonetista, mulher valente, é uma grande salva de palmas. Até um dia destes.
Trabalhou desde os sete anos na Rádio. Pouco mais velha, entrou no filme “Aldeia da Roupa Branca”, de Chianca de Garcia, ao lado de Beatriz Costa. Depois, foi a bela e romântica Luisinha, de “O Costa do Castelo”, ao lado desse monstro sagrado, que foi António Silva e, de Curado Ribeiro, o mais belo galã, do nosso cinema. Depois de vários filmes em Portugal, rumou a Espanha, onde se manteve, alguns anos. Voltou. Se possível, mais bela ainda. Fez teatro de revista. No Teatro Monumental, fez “A Casa das cabras”, peça que, fez escândalo na época.
Continuava a cantar, ao seu jeito muito próprio. A última vez que fez cinema, foi no filme “Kilas, o mau da fita”, de Fonseca e Costa”, com Mário Viegas e Lia Gama, entre outros. Bela, ainda. Foi criticada por aparecer pouco vestida. A velha mania nacional, de ter de dizer mal de alguma coisa.
Nada disto afectava, pelo menos aparentemente, Milu. Era uma mulher corajosa, capaz de viver à frente do seu tempo.
Morreu ontem. Se é verdade, que nos últimos momentos, toda a nossa vida nos lembra, os olhos cegos de Milu, viram, as luzes da ribalta em que viveu, quase toda a sua vida. É costume, quando um actor morre, ser aplaudido antes de baixar à terra. Por isso, a minha despedida de Milu, actriz, cançonetista, mulher valente, é uma grande salva de palmas. Até um dia destes.
4 comentários:
Olá Maria!
Eu não conhecia a Milu, muito sinceramente nunca tinha ouvido falar dela. Já a Aldeia a Roupa Branca e O Costa do Castelo mas já fez muito tempo, que não me lembro muito dos actores.
Vou tentar rever e ver se consigo reconhecer a Milu.
Até Breve!
Maria:
É triste. Muito triste, perceber que deixamos demasiadas vezes desaparecer os nossos melhores... sepultando-os no esquecimento. Foi caso da Sra D. Milu.
Querida Maria, penso que não é um exagero dizer, que esta SENHORA foi a MAIOR ESTRELA do cinema nacional. A mesma ESTRELA, a quem os cineastas viraram as costas.
Milu, que recebeu convites para trabalhar em Hollywood... e preferiu ficar no seu país, onde quase todos acabaram por ignorá-la. É triste.
Penso, que não lhe perdoaram a beleza... o brilho natural e o talento. É sempre assim.
... Isto revolta-me. Por isso, cada vez, vejo menos televisão. Evito ser bombardeada, consecutivamente, por bandos de párolos sem talento... e sem brilho.
Ficam os filmes (felizmente).
Beijinho meu
Olá Luís:
Na "Aldeia da Roupa Branca", Milu era uma menina de 12 anos. Aparece pouco. No "Costa do Castelo", ela já era uma linda rapariga, alegre, romântica, com um grande à vontade. Aí sim, é fácil reconhecê-la. No nosso País há o triste costume de não reconhecer o verdadeiro talento. Milu, além de muito bela, era talentosa. Foi arrumada na gaveta dos trapos, quando ainda muito teria a dar. Fonseca e Costa, lembrou-se dela, no "Kilas", onde faz e bem, o papel de madrinha de Mário Viegas. Foi o "canto do cisne", de Milu.
Já viu o "Kilas", Luís? Olhe que vale a pena. Não só por Milu, mas por Mário Viegas que tem um papel excelente.
Até um dia destes.
Maria
Carla:
Sim, é mesmo muito triste. Num País como o nosso em que os verdadeiros talentos não são reconhecidos, fazem-se "estrelas" de umas tipas que, nunca fizeram nada, senão pavonearem-se e mostrarem a "beleza", mais ou menos fabricada por médicos e cosmética e, por umas "Lolitas" que nunca souberam o que é representar. Estas, coitadas, duram o tempo de uma novela. Em paralelo, vemos os nossos grandes actores, fazerem papéis patéticos, nas mesmas novelas, porque têm de comer. É o País que temos.
Milu foi o exemplo disso, além de ser vítima da sua beleza que, provocou inveja a muitos.
Beijo.
Maria
P.S. Desculpa o "tipas", mas chamar-lhes senhoras, não chamo e, outros nomes não seriam decentes, numa conversa de "senhoras como nós"
Maria
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