Durante os dias em que a Java esteve desaparecida, lembrei-me muito de São Francisco de Assis. Ele é, dizem, o protector dos animais.
São Francisco, nasceu em Assis, na Umbria, entre 1181 e 1182. A família era rica. Os seus primeiros anos, foram vividos no meio do luxo e da riqueza.
Um dia adoeceu e, quando se curou, Francisco havia mudado. Converteu-se, abdicou de toda a riqueza terrena e, começou uma vida errante, pregando o Evangelho de Cristo, em palavras simples, acessíveis a todos. Chamava Irmão, a qualquer criatura. Para ele, animais, sol, lua, água, todos eram irmãos. Falava com as pombas, tem uns versos lindos, a elas dedicados.
Fundou a Ordem dos Franciscanos, dedicada aos pobres, aos enfermos e, que vivia com o mínimo possível. Santo António, era Franciscano e, também fazia sermões aos animais, por exemplo aos peixes.
Estive em Assis. Além de ser uma cidade bonita, paira no ar, uma mística, muito especial. A Igreja tem três andares e é linda. No andar de baixo, repousa o Santo.
Mas, há sempre um mas em tudo. Houve três coisas de que não gostei.
A primeira, foi a existência de uns microfones que, a todo o momento diziam ser proibido falar. Ora, quem estava a fazer barulho, eram eles e os vendedores de recordações, dentro da própria igreja, mais ninguém. Segundo, não se podiam tirar fotografias dentro da Igreja. Eu sei que, já é hábito isso acontecer com os flash, estraga as imagens, mas sem as luzinhas, não entendo. A terceira, peço que não pensem que estou a brincar com os sentimentos religiosos de ninguém, mas foi um letreiro enorme, fora do Templo, a proibir expressamente, a entrada a animais. Vou explicar: é evidente que, não concordo que se fizessem romagens à Igreja, de numerosos grupos de animais. Mas, se um cão, um gato, um pássaro ou, uma das pombas que ele tanto amou, entrarem por acaso, o que lhes vão fazer? Matam-nos? Eu acho, que o Irmão de toda a Humanidade, não ia gostar.
Comprei em Assis, fora da igreja, duas pequenas imagens. Uma de São Francisco, com um cão ao pé, outra, de Santa Clara. Gosto muito deste Santo. Ele, como eu, amava os animais. Para ele, eram criaturas de Deus, como nós.
Até um dia destes.
São Francisco, nasceu em Assis, na Umbria, entre 1181 e 1182. A família era rica. Os seus primeiros anos, foram vividos no meio do luxo e da riqueza.
Um dia adoeceu e, quando se curou, Francisco havia mudado. Converteu-se, abdicou de toda a riqueza terrena e, começou uma vida errante, pregando o Evangelho de Cristo, em palavras simples, acessíveis a todos. Chamava Irmão, a qualquer criatura. Para ele, animais, sol, lua, água, todos eram irmãos. Falava com as pombas, tem uns versos lindos, a elas dedicados.
Fundou a Ordem dos Franciscanos, dedicada aos pobres, aos enfermos e, que vivia com o mínimo possível. Santo António, era Franciscano e, também fazia sermões aos animais, por exemplo aos peixes.
Estive em Assis. Além de ser uma cidade bonita, paira no ar, uma mística, muito especial. A Igreja tem três andares e é linda. No andar de baixo, repousa o Santo.
Mas, há sempre um mas em tudo. Houve três coisas de que não gostei.
A primeira, foi a existência de uns microfones que, a todo o momento diziam ser proibido falar. Ora, quem estava a fazer barulho, eram eles e os vendedores de recordações, dentro da própria igreja, mais ninguém. Segundo, não se podiam tirar fotografias dentro da Igreja. Eu sei que, já é hábito isso acontecer com os flash, estraga as imagens, mas sem as luzinhas, não entendo. A terceira, peço que não pensem que estou a brincar com os sentimentos religiosos de ninguém, mas foi um letreiro enorme, fora do Templo, a proibir expressamente, a entrada a animais. Vou explicar: é evidente que, não concordo que se fizessem romagens à Igreja, de numerosos grupos de animais. Mas, se um cão, um gato, um pássaro ou, uma das pombas que ele tanto amou, entrarem por acaso, o que lhes vão fazer? Matam-nos? Eu acho, que o Irmão de toda a Humanidade, não ia gostar.
Comprei em Assis, fora da igreja, duas pequenas imagens. Uma de São Francisco, com um cão ao pé, outra, de Santa Clara. Gosto muito deste Santo. Ele, como eu, amava os animais. Para ele, eram criaturas de Deus, como nós.
Até um dia destes.
14 comentários:
Olá Maria!
Nunca estive em São Francisco de Assis, embora soubesse o mínimo sobre a sua história.
Em relação à proibição à entrada de animais, por um lado concordo, mas por outro se fosse casos isolados não deveria existir proibição.
Até breve Maria
Tão bonita, a história de São Francisco e Santa Clara, querida Maria :)
São muitas as lendas sobre Francisco e Clara. A amizade entre os dois foi relatada em inúmeros livros e até no cinema - em "Irmão Sol, Irmã Lua" (1973), do cineasta italiano Franco Zeffirelli. Algumas biografias admitem que Clara e Francisco exerciam fascínio um sobre o outro, e que eram apaixonados pelo mesmo ideal. Existem teorias que defendem ser Francisco e Clara, duas almas gêmeas.
Um grande beijinho, para ti :)
Olá Luís:
Conheço uma parte de Itália, um pouco "a vol d'oiseau". Desembarquei em Milão, que conheço mal, mas o que vi é lindo. De seguida fui para Veneza, onde me extasiei com a catedral de São Marcos(um dia mostro fotos), as poucas ruas, estreitas, entre casas e água, as gôndolas, os palácios. Depois, vem a minha paixão Italiana, Florença, a maravilhosa Florença, Pisa, Pádua, Assis, Siena, outra maravilha, Verona, terra de "Romeu e Julieta" e claro, Roma, a cidade eternamente bela.
Toda a Toscana é linda, toda a Itália (a que conheço), é linda. Mas Florença, a minha Florença, tem um rio, o Arno. E, vá-se lá saber porquê, todas as terras que mais amo, têem rios. Tomar, Lisboa, Paris, Florença. Parece que os rios, são quase uma mania. O meu marido ama o mar. Eu, gosto do mar, acho-o lindo, mas são os rios que me fazem sonhar. Culpa do Nabão, claro.
Até um dia destes.
Carla:
Para ti:"Cantico delle creature" de São Francisco de Assis.
Altissimo, onnipotente, bon Signore,
tue so' le laude, la gloria e l' honore et onne benedictione.
Ad te solo , Altissimo, se confano
e nullu homo ène dignu te mentovare.
Laudato sie, mi' Signore, cum tucte le tue criature,
spetialmente messer lo frate sole,
lo qual' è iorno, et allumini noi per lui
Et ellu è bellu e radiante cum grande splendore:
de te, Altissimo, porta significatione.
Laudato si', mi' Signore, per sora luna e le stelle:
in celu l' ài formate clarite e pretiose e belle.
Laudato si', mi' Signore, per frate vento
e per aere nubilo e sereno et onne tempo,
per lo quale a le tue creature dài sostentamento.
Laudato si', mi' Signore, per sor' acqua,
la quale è molto utile et humile et pretiosa et casta.
Laudato si', mi' Signore, per frate focu,
per lo quale ennallumini la nocte:
et ello è bello et iocondo e robustoso e forte.
Laudato si', mi' Signore, per sora nostra madre terra,
la quale ne sustenta et governa,
e produce diversi frutti con coloriti fiori et herba.
Laudato si', mi' Signore, per quelli ke perdonano per lo tuo amore
e sostengono infirmitate e tribulatione.
Beati quelli ke'l sosterranno in pace
ca da te, Altissimo, sirano incoronati.
Laudato si', mi' Signore, per sora nostra morte corporale
da la quale nullu homo vivente po' scappare:
guai a quelli ke morrano ne le peccata mortali;
beati quelli ke trovarà ne le tue sanctissime voluntati,
ca la morte secunda no 'l farà male.
Laudate et benedicete mi' Signore et rengratiate
e serviateli cum grande humilitate.
Lei-o muitas vezes, quando estou triste.
Beijo para os 4 da
Maria
Obrigada, minha querida AMIGA :)
Dos 4... para ti!
Pequeno Oratório de Santa Clara
Cecília Meirelles
SERENATA
UMA VOZ CANTAVA ao longe entre o luar e as pedras.E nos palácios fechados,entregues às sentinelas,- exaustas de tantas mortes,de tantas guerras! -estremeciam os sonhos no coração das donzelas.Ah! Que estranha serenata,eco de invisíveis festas!A quem se dirigiriam palavras de amor tão belas,tão ditosas(de que divinos poetas?)como as que andavam lá fora,pelas ruas e vielas,diáfanas, à lua,graves, nas pedras...?
CONVITE
FECHAI OS OLHOS, donzelas,sobre a estranha serenata!Não é por vós que suspira,enamorada...Fala com Dona Pobreza,o homem que na noite passa.Por ela se transfigura,- que é a sua Amada!Por ela esquece o que tinha:prestígio, família, casa...Fechai os olhos, donzelas!(Mas, se sentis perturbada pela grande voz de noite a solidão da alma,- abandonai o que tendes,e segui também sem nada essa flor de juventude que canta e passa)
ECO
CANTADA AO LONGE Francisco jogral de Deus deslumbrado.Quem se mirara em seus olhos,seguira atrás de seu passo!(Um filho de mercadores pode ser mais que um figaldo,Se Deus o espera com seu comovido abraço...)Ah! Que celeste destino,Ser pobre e andar a seu lado!Só de perfeita alegria
Levar repleto o regaço!Beijar leprosos,sem se sentir enojado!Converter homens e bichos!Falar com os anjos do espaço!(Ah! Quem fora a sombra, ao menos,desse jogral deslumbrado!)
CLARA
VOZ LUMINOSA da noite,feliz de quem te entendia!(Num palácio mui guardado,levantou-se uma menina: já não pode ser quem era,tão bem guarnida,com seus vestidos bordados,de veludo e musselina;já não quer saber de noivos:outra é a sua vida.Fecha as portas, desce a treva,que com seu nome ilumina. Que são lágrimas?Pelo silêncio caminha...)Um vasto campo deserto,a larga estrada divina!Ah! Feliz itinerário!Sobrenatural partida!
FUGA
ESCUTAI, nobres figalgos:a menina que criates é uma vaga sombra fora de vossa vontade livre de enganos e traves.É uma estrela que procura outra vez a Eternidade!Despida de suas jóiase de seus faustosos trajes,inclina a cabeça com terna humildade.Cortam-lhe as tranças:ramo de luz nos altares.Mais clara do que seu nome,no fogo da Caridade,queima o que fora e tivera:- ultrapassa a que criates!
PERSEGUIÇÃO
JÁ PARTIRAM cavaleiros no encalço da fugitiva.- Não rireis, ó mercadores,não rireis da fidalguia!Iremos buscá-la à força,morta ou viva!(Dão de esporas aos cavalos,entre injúria e zombaria,com os olhos acesos de ira.- Não leveis a mão à espada!Grande pecado seria!)E vem a monja.Só de renúncias vestida!Ah! Clara, se não falasses,
Quem te reconheceria?Para onde vais tão sem nada,Nessa alegria?
VOLTA
VOLTARAM os cavaleiros com grande espanto na cara.Palácios tristes...Inútil espada...Que grandes paixões ocultas nas altas muralhas!Pasmado, o povo contempla aquela chegada...(Longe ficara a meninaque servir a Deus sonhara,de glórias vãs esquecida,da família separada.Força nenhuma a seus votos se arrancara.Aos pés de Cristo caía:não desejava mais nada.)Olhavam-se os mercadores,com grande espanto na cara.
VIDA
DO PANO mais velho usava.Do pão mais velho comia.Num leito de vides secas,e de cilícios vestida,em travesseiro de pedra,seu curto sono dormia.Cada vez mais pobre tinha de ser sua vida,entre orações e trabalhos e milagres que fazia,a salvar a humanidade dolorida.Mãos no altar, a acender luzes,pés na pedra fria.Humilde, entre as companheiras;diante do mal, destemida,Irmã Clara, em seu mosteiro,tênue vivia.
MILAGRES
UM DIA veio o Anticristo,com seus cavalos acesos.Flechas agudas, na aljava de cada arqueiro.Vêm matar e arrasar tudo,com duros engenhos.“Irmã Clara, vede, há escadas sobre o muro do mosteiro!Soldados de ferro!Negros sarracenos!”(Tomou da Hóstia consagrada,rosto de Deus verdadeiro,- levantou-a no altodo parapeito...)E, na cidade assaltada,Não se viu mais um guerreiro:ou fugiram a cavaloou caíram de joelhos.
FIM
JÁ QUARENTA ANOS passaram:é uma velhinha, a menina que, por amor à pobreza,se despojou do que tinha,fez-se monja,E foi com tanta alegria servir a Deus nos altares,E, entre luz e ladainha,
Rogar pelos pecadoresem agonia.Já passaram quarenta anos:e hoje a morte se avizinha.(tão doente, o corpo!A alma, tão festiva!Os grandes olhos abertos uma lágrima sustinham:não se perdesse no mundo o seu sonho de menina!)
VOZ
E A NOITE INTEIRA, baixinho murmurara:“Levas bom guia contigo,Não te arreceies de nada:guarde-te o Senhor nos braços,- e em seus braços estás salva!Bendito e louvado seja Deus, por quem foste criada!...”E nesse falar, morria Irmã Clara,
Tão feliz de ter vivido,tão de amor transfigurada,que era a morte no seu rosto como a estrela dalva.(“Com quem falais tão baixinho,
Bem-aventurada?”“Com minha alma estou falando...”)Ah! Com sua alma falava...
LUZ
POR UM SANTO que encontra,há tanto tempo,alegremente deixara o mundo, de estranho enredo,
Para viver pobrezinha,
No maior contentamento,longe de maldades,
Livre de rancor e medo,
A vencer pecados,
A servir enfermos...
Já está morta. E é tão ditosa como quem sai de um degredo.O Papa Inocêncio IV
põe-lhe o seu anel no dedo.Cardeais, abades, bispos
Fazem o mesmo.(Mais que as grandes jóias, brilha seu nome, no tempo!)
GLÓRIA
JÁ SEUS OLHOS se fecharam.E agora rezam-lhe ofícios.(Tecem-lhe os anjos grinaldas,
No divino Paraíso.“Pomba argêntea!” – cantam.“Estrela claríssima!”)- Irmã Clara, humilde foste,
Muito além do que é preciso!...- O Caminho me ensinaste:o que fiz, foi vir contigo...(Assim conversam, gloriosos,
Santa Clara e São Francisco.
Cantam os anjos alegres:Vede o seu sorriso!)
Que assim partem deste mundo os santos, com seus serviços.Entre os humanos tormentos,são exemplo e aviso,
Pois estamos tão cercados
De ciladas e inimigos!
“Santa! Santa! Santa Clara!”os anjos cantam.( E aqui com Deus, finalizo)“
Pequeno Oratório de Santa Clara”, Cecília Meirelles, publicado em 1955.
Beijinhos nossos :)
Carla:
Obrigada pela partilha. Isto que estamos a fazer, esta troca de coisas belas, é ser um pouco Franciscano.
Assim, obrigada minha irmã Carla, por esta bela poesia da irmã Cecilia.
Como era bom, que aquilo que São Francisco, prégou, se tornasse realidade! Mas infelizmente, o mundo não é feito de Franciscos e Claras. É pena, que esta fraternidade, cada vez se sinta menos.
Beijinhos para os 4 da
Maria
Cá o Senhor Prior abençoa a troca de mimos destas duas ilustres devotas.
Muito bem! Gostei!
Quanto ás proibiçoes da Igreja, já estou habituado às imposições da dita.
Nada se compara com a Italia monumental, e social.
Se eu tivesse, como o gato, SETE VIDAS, gostaria de viver DUAS ou TRÊS delas em Itália.
Quanto às "esquisitices" impostas aos turistas que visitam os templos, não são novidade - por exemplo, há 25 anos, não se entrava numa igreja italiana em calções.
Mas também vos digo, se fosse obrigatório vestir uma sotaina de franciscano para entrar na Catedral de S. Marcos (Veneza), eu não esitava um segundo... "aquilo é obra!!!"
Só faltou o "h" no esitar.
Kim:
Agradeço a benção do "sr. prior" e aceito-a feliz, pois desde que perdi a minha avó, ninguém mais me abençoou. Eram as ultimas frazes da noite:" A sua Benção , minha Avó", Deus te abençoe, minha neta".Eu beijava-lhe a mão, ela beijava-me a testa , fazia-me um sinal da cruz. Saudades desses tempos. Por uns momentos, fui outra vez
Petite Marie
Bicho:
Eu, vestia-me de Francicana descalça para entrar em São Marcos, em Assis, no Vaticano.
Mas , se para voltar a Florença, me exigissem que, usasse aqueles Vestidos da Renascença, pesados, com aquelas golas que, deviam fazer uma comichão danada, mesmo no pino do Verão, eu vestia-me de Catarina de Médicci, de Lorenzo de medicci, do que eles quizessem, só para me sentar de novo, na Praça da Senhoria, no Mercado, atravessar "Il ponte Vecchio". Por Florença, eu até me vestia de palhaço.
Eu adoro aquela cidade, quase tanto como a minha Tomar, a tua Lisboa e Paris, de toda a gente, com um minimo de bom gosto.
Maria
Bom, também eu, como diz aquele apresentador de concursos da RTP, «já fui muito feliz em Florença!»
Bicho:
Olha que o tal senhor tem razão. Há sítios onde se foi feliz.
Imagina que, eu até tenho tido dias muito felizes, nesta terra horrorosa, onde habito.
Mas em Florença, fui feliz, sonhei, enchi os olhos e a alma, de toda aquela beleza.
Hoje, por acaso, até estou feliz aqui, depois de o Miguel ter aparecido.
Maria
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