Vivendo perto, foi feira onde nunca fui. Não por falta de vontade, mas porque era sempre em dia de São Martinho dia 11, que meu Pai ia à Golegã. Não ia só, claro.
Ia ele e, todo o seu grupo, sem mulheres e sem criancinhas. Era um dia para homens. Saíam de Tomar, relativamente cedo, assistiam ao desfile dos cavalos, bebiam uns copitos, comiam e feiravam. O remorso, de terem deixado mulher e filhos, em casa, ia aumentando à medida que os copinhos iam desaparecendo.
Então, compravam pequenos presentes. Bolos e tecidos, para as senhoras, pequenos brinquedos, (sempre-em-pés, bonecos que se mexiam por meio de imanes, outros articulados com cordéis) e fiadas de pinhões, parecidas com colares. Meu Pai, chegava a casa tarde, alegre dos copinhos e do convívio dos amigos, feliz, por encontrar a família. A Mãe, não conseguia dormir sem o sentir chegar. Ele entrava, beijava-a e, de seguida ia aos nossos quartos, dar o beijinho da noite e, deixar as lembranças trazidas. Eu tive sempre o sono leve. Assim que ele entrava, sentava-me à espera do beijinho e, do resto. Um ano, ele chegou, fez os mesmos gestos do costume, mas... em cima da minha cama, havia uma manta.
Uma manta ribatejana, tecida à mão, quente, colorida. A minha Mãe, sempre justa, comentou: “E os outros dois?” Ele, explicou: “ As mantas são caras, só dá para uma por ano. Para o ano, será para um dos outros, para o outro ano, para o outro e, a última, será para nós”. A minha Mãe, não ficou satisfeita. “Mas porque é que a primeira foi para ela?” “Porque, ela é a única Ribatejana, a única tomarense”. Todos acataram a sua vontade. Nos anos seguintes, vieram as outras mantas. Mas a minha era, ou melhor, é, a mais bonita.
Quanto aos pinhões, acabavam sempre com mofo. Eu não era capaz de comer o meu belo colar.
Não quero deixar de falar do Santo do Dia. Verdade, lenda, as duas coisas?
Segundo sei, Martinho, teria sido um soldado romano. Um dia frio, deparou-se-lhe um pobre homem, quase nu e, cheio de frio. Martinho, não hesitou. Tirou a grossa capa que, o abrigava, cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Dentro em pouco, o sol descobriu e, aqueceu a terra e os homens, por uns dias. De aí virá, o famoso “Verão de São Martinho”.
Quanto à ligação do santinho, com vinho e bebedeiras, não sei a explicação.
Espero que, a “Feira da Golegã”, corra bem. Ainda não foi este ano que, fui ver os meus queridos cavalos.
Ia ele e, todo o seu grupo, sem mulheres e sem criancinhas. Era um dia para homens. Saíam de Tomar, relativamente cedo, assistiam ao desfile dos cavalos, bebiam uns copitos, comiam e feiravam. O remorso, de terem deixado mulher e filhos, em casa, ia aumentando à medida que os copinhos iam desaparecendo.
Então, compravam pequenos presentes. Bolos e tecidos, para as senhoras, pequenos brinquedos, (sempre-em-pés, bonecos que se mexiam por meio de imanes, outros articulados com cordéis) e fiadas de pinhões, parecidas com colares. Meu Pai, chegava a casa tarde, alegre dos copinhos e do convívio dos amigos, feliz, por encontrar a família. A Mãe, não conseguia dormir sem o sentir chegar. Ele entrava, beijava-a e, de seguida ia aos nossos quartos, dar o beijinho da noite e, deixar as lembranças trazidas. Eu tive sempre o sono leve. Assim que ele entrava, sentava-me à espera do beijinho e, do resto. Um ano, ele chegou, fez os mesmos gestos do costume, mas... em cima da minha cama, havia uma manta.
Uma manta ribatejana, tecida à mão, quente, colorida. A minha Mãe, sempre justa, comentou: “E os outros dois?” Ele, explicou: “ As mantas são caras, só dá para uma por ano. Para o ano, será para um dos outros, para o outro ano, para o outro e, a última, será para nós”. A minha Mãe, não ficou satisfeita. “Mas porque é que a primeira foi para ela?” “Porque, ela é a única Ribatejana, a única tomarense”. Todos acataram a sua vontade. Nos anos seguintes, vieram as outras mantas. Mas a minha era, ou melhor, é, a mais bonita.
Quanto aos pinhões, acabavam sempre com mofo. Eu não era capaz de comer o meu belo colar.
Não quero deixar de falar do Santo do Dia. Verdade, lenda, as duas coisas?
Segundo sei, Martinho, teria sido um soldado romano. Um dia frio, deparou-se-lhe um pobre homem, quase nu e, cheio de frio. Martinho, não hesitou. Tirou a grossa capa que, o abrigava, cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Dentro em pouco, o sol descobriu e, aqueceu a terra e os homens, por uns dias. De aí virá, o famoso “Verão de São Martinho”.
Quanto à ligação do santinho, com vinho e bebedeiras, não sei a explicação.
Espero que, a “Feira da Golegã”, corra bem. Ainda não foi este ano que, fui ver os meus queridos cavalos.
Até um dia destes.
6 comentários:
Deixo-te, um beijinho.
(e já volto)
Olá Maria!
Já fui várias vezes e gosto sempre, a multidão é que é enorme e muitas vezes evito ir ao fim de semana por isso mesmo. Tenho um colega meu que é de lá, mas todos anos por esta altura refugia-se em Mira D`Aire para fugir à confusão.
Beijinho, Carla.
Até logo.
Maria
Olá Luís:
Os animais que mais gosto, são cães e cavalos. Vem de aí, a minha pena de nunca ter ido à Feira da Golegã.
Pode ser que, um dia vá. O pior é a confusão, minha inimiga pública. Se eu até num supermercado em hora de ponta, fico baralhada, nas feiras ainda é pior.
Há uma feira semanal, a uns 200 metros da minha casa, onde não ponho os pés vai para 10 anos.
Maria
Petite Marie, o motivo porque se comemora o S.Martinho bebendo uns copos deve ser igual a todos os outrso. Para nós é sempre altura de apanhar umas pielas. Até nem é bem o meu caso porque sou uma mau bebedor, mas de vez em quando lá vão uns copitos com os amigos, não com S.Martinho.
Quanto á manta, até podia sair daí outra lenda. O dia em que a Maria recebeu uma prenda e lhe pintaram a manta. Que tal?
Kim:
Essa manta, velha e, já traçada, continua a ser uma das minhas relíquias. Foi uma das coisas que, meu pai me deu. Tenho uma velha écharpe, em que a minha sogra me enrolou, um dia, em que o frio de Janeiro apertva, no Porto. Quando ela morreu, fiquei com ela.
Está velha, puída, com alguns buracos, mas quando tenho frio ou, estou com a neura, embrulho-me nela e, sinto o calor, a ternura, dos braços dela.
Hoje dia de ir à adega e provar vinho, nem o cheirei. Assim como não comi castanhas. O maldito dente e o abcesso, continuam a chatear. Vamos a ver, se o novo antibiótico, faz alguma coisa. Só queria dormir.
Maria
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