sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Era uma vez a bicharada da Maria 19


Como sabem, há cães de várias raças. Uns são unicamente cães de companhia, outros são cães de guarda, pastores, policias, até.
Conforme as raças, a educação e o temperamento dos cães, são usados para os mais diferentes “trabalhos”. Como são grandes amigos do homem, até há alguns que são “guias” de pessoas invisuais, ajudam outras pessoas com deficiências, procuram pessoas desaparecidas, enfim, são úteis.
Este de quem vou hoje falar, era um “Epagneul Breton”, cão de caça, por vocação e educação. De ascendência francesa, mas nascido no Alentejo, foi desde pequenino, habituado a caçar. Era bom no seu trabalho, muito leal ao dono e obediente. Fora da caça era um animal dócil, amigo das crianças, adorava queijo Alentejano e bolos.
Os anos passaram, o Pipo deixou de ir à caça e o dono também.
De vez em quando, para provar que ainda servia para alguma coisa, apanhava um rato e ia pô-lo à entrada da porta, para os donos verem.
Há uns meses começou a andar triste, não comia e a dona foi com ele ao veterinário. O Pipo já tinha 19 anos, era um cão velhinho. O doutor ainda lhe deu vitaminas, mas uma manhã, quando a dona ia a sair, chegou-se a ela, olhou-a e adormeceu para sempre. A dona chorou horas. Ainda agora quando se fala dele, chora.
O Pipo foi um cão feliz. Correu o seu Alentejo atrás de caça, ajudou o dono a apanhá-la, teve comida, abrigo, carinho e quando chegou ao fim, acabou junto da dona que gostava muito dele.
Eu não concordo com a caça, já o disse. Mas gostava do Pipo e tive pena dele e da dona. Por isso contei esta história, um bocadinho triste, mas a vida também nem sempre é alegre.
Até amanhã com...

5 comentários:

Kim disse...

Longevo foi o Pipo! Não é nada normal atingir 19 anos.
É triste mas a tristeza faz parte das nossas alegrias. E a alegria dele foi morrer a olhar para aquela que muito amou!
Há mágoas que só se afogam,de boca aberta debaixo duma pipa.
Beijinho Marie!

Anónimo disse...

Kim:
É verdade o Pipo viveu uma vida longa para cão. Não sendo caso único, é raro.
Só espero que o meu atrevidissimo Nabão, seja um desses raros casos. Não consigo pensar que um dia o vou perder.
A dona dele ainda hoje o chora. O dono que já bebia muito, piorou e agora está a beber como uma esponja.
Lé está: afoga as mágoas debaixo da pipa, ou por outra, no gargalo da garrafa.
Beijinho
Maria

Carla D'elvas disse...

era bem bonito, o PIPO :)

beijinhos, para ti, amiga (dos 4!).

Anónimo disse...

Carla:
Como passsaram o Natal?
O meu cá se passou. Foi mais um. Isto porque as saudades de outros Natais não me largam.
São demasiadas as ausências.
É a SAUDADE a apertar-me a alma.
Beijos para os 4
Maria

Carla D'elvas disse...

vou enviar-te um e-mail, amiga :)

beijoka