quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Era uma vez a bicharada da Maria 4


Na casa do Porto, já havia quintal. A desculpa da minha mãe, deixou de valer.
Um dia, o meu pai apareceu, com uma bolinha preta e branca, que lhe cabia no bolso. Só se viam as orelhas e os olhos. Uns olhinhos, espertos e meigos.
A Maria, tinha por fim, um cão, que por acaso, era uma cadela.
E agora, tenho de contar, uma coisa um bocadinho triste. O meu pai gostava de ir à caça. Avisou logo que, não queria que eu amimasse muito a cadela, para depois a treinar. Calei-me muito caladinha e, sempre que podia, lá andava eu, com a cadela ao colo. Ela cresceu e, um belo dia, fomos de férias. No dia seguinte, o meu pai, arranjou as armas, o lanche e, participou que, ia levar a Fly, para se habituar. Ora aí, toda a gente ficou pasmada, porque a Maria, pediu para ir também. O meu pai, um bocado espantado, lá disse que sim. Lá fomos os três, de manhãzinha, pelos pinhais fora. Ele de vez em quando, dizia: pouco barulho. E nós, caladinhas. Nisto, apareceu um coelho grande, com enormes orelhas. O meu pai fez pontaria e, eu tive um grande ataque de tosse, a Fly desatou a ladrar e, o coelho fugiu. O senhor caçador, ficou furioso, mas não ralhou. Segundo coelho, segundo ataque de tosse, a Fly a ladrar e, novo coelho salvo. Claro que o meu pai, percebeu e, não gostou. No outro dia, foi só com a Fly, julgava ele. É que a Maria, ia atrás escondida e, cada vez que, ele dizia: Busca, Fly, busca, a Maria, assobiava baixinho e, a Fly fugia e, vinha ter com ela. Resultado: Nem a cadela foi à caça, nem a Maria, viu matar os bichinhos.
Esta morreu novinha. Antigamente, não havia vacinas para os cães. Algumas, nem sequer para os meninos. A Fly, apanhou uma doença, chamada “tosse do canil”. Assim como não havia vacinas, também não havia cura. Hoje, quase todos os cães e gatos, são vacinados, desparasitados, tratados, quando estão doentes. Naquele tempo, não era assim. Por isso, fiquei sem a minha querida amiga. Morreu, deitada nos meus joelhos, a olhar para mim, mas nem estava triste. Morreu feliz, ao pé da dona, vendo-a e ouvindo as palavras meigas, que lhe dizia. Chorei, nesse dia, chorei muitos dias, já passaram muitos anos e, ainda tenho saudades dela. Mas foi bom enquanto durou. Para mim e para ela.
Até amanhã, talvez. Ainda não sei com quem.
Durmam bem. Beijinhos.

11 comentários:

Luis disse...

História, aliás, histórias muito bonitas as suas. Apesar de não as ter comentado, tenho-as seguido diariamente.
Continuação de boas histórias e até breve Maria

Anónimo disse...

Eu conheço um cão igual ao teu Fly, é o Pintas. Mora na Parede, ao lado da casa dos avós.
O pintas é grande e é todo cheio de manchinhas pretas. Tem um amigo, acho que ainda é vivo mas é muito velhinho o Black.
Agora vou tomar banho e vestir-me, hoje vamos jantar com os avós.
Beijinhos
MARTIM =)

Anónimo disse...

Olá Luís:
Meti-me num sarilho de todo o tamanho.
Levo as noites a pensar, no que irei falar, no dia seguinte.
Mas está-me a dar um enorme prazer, este trabalho. Quero ver se consigo fazer, pelo menos, 20 ou 25 histórias. Animais há. O mais díficil tem sido encontrar fotos que, moram no baú dos papéis velhos. Depois, o meu marido, digitaliza-as, dá-lhes uns retoques e, pronto. É que as primeiras, já têm mais de 60 anos.
Até breve Luís
Beijinho para os 2
Maria

Anónimo disse...

Martim:
Espero que estejas a gostar das histórias. Eu tenho gostado muito de as lembrar.
Beijinhos para ti, mãe e manos
Maria

Anónimo disse...

Gostamos muito Maria, das histórias e das fotos.
Beijinhos de nós os 4 :)

MARTIM =)

Kim disse...

Também eu, quando conto uma "estória",gosto de acompanhá-la com uma foto, mas isso nem sempre é possivel.
Assim, podes continuar a contar porque isso é já o passado.
Como cada vez sou mais criança, també me agradam os teus amores caninos.
Um beijinho Petite Marie

Anónimo disse...

Martim:
Ainda bem que estão a gostar.
Eu tenho gostado muito de contar estas coisas e, lembrar os meus amigos de 4 patas. Se calhar, ainda vão aparecer alguns, com asas.
Beijinhos para os 4
Maria

Anónimo disse...

Kim:
A Maria, tem caixas cheias de fotos velhas. Algumas, já são de 18 e troca o passo. Herdei fotos e papéis, incluindo cartas de meus bisavós. Nem calculas, o jeito que me dão agora.
Ainda bem, que tens gostado. É bom, voltar a ser criança, nem que seja por segundos.
Tem-me feito bem, até porque não esperava uma grande aceitação.
Até os meus filhos, me pedem histórias, de um ou outro animal, que conheceram. Ao principio, tive medo de não ter material suficiente. Agora, já tenho tanto, que estou a pensar, na Páscoa, voltar.
Beijinho
Maria

Anónimo disse...

Vê-se bem que não foste tu a educar a minha Tuca. Esta terrível rafeira (que mais dia menos dia é certinho que aqui vai aparecer) é uma caçadora e pêras. Já tivémos de presente na porta da rua: osgas, lagartixas, ratinhos do campo, ratazanas, passarinhos, etc. Faltas lá tu para espantar a caça!
Beijinhos,
João

Anónimo disse...

Pois! O teu avô além de ter uma filha maluca, também arranjou uma cadela caçadora, que não gostava de caçar. Vá-se lá saber porquê!
A Tuca está na lista, como todos.
Beijinho
Maria

Anónimo disse...

João:
Clica no "Às vezes Fim de semana". Tem uma história de um canito. Acho que vais gostar.
Beijinhos
Maria