Hoje não há história e o que vou escrever, não é para os pequeninos.
Está a decorrer uma campanha para angariação de fundos da “Associação Portuguesa da Criança Desaparecida”. Em troca de 5 Euros, dão-nos uma casinha e um panfleto. Parei um pouco a falar com a voluntária que estava numa superfície comercial, bastante grande e concorrida. Vi-a dirigir-se a várias pessoas e ninguém, mas ninguém, lhe deu nada, nem uma palavra.
Apenas olhares indiferentes, ou um gesto negativo de cabeça.
Será que, entre tanta gente não havia pais? Será que se havia estão convencidos que a eles nunca poderia acontecer o mesmo? Ou o egoísmo tem mais força do que eu penso?
Sou mãe e avó. Já fui filha um dia. Sei que perder os pais é uma dor horrível, já passei por ela. Mas é a lei da vida. Agora um filho não é o mesmo. Perder um filho é antinatural. Se perdê-lo por morte é uma dor imensa, não saber dele, não saber se está vivo ou morto, não saber como e onde está, deve ser a maior tortura infligida a um ser humano.
Se virem as casinhas, por favor, não fiquem indiferentes.
Lembrem-se que as coisas más não acontecem só aos outros, também nos podem bater à porta.
Até um dia destes
Está a decorrer uma campanha para angariação de fundos da “Associação Portuguesa da Criança Desaparecida”. Em troca de 5 Euros, dão-nos uma casinha e um panfleto. Parei um pouco a falar com a voluntária que estava numa superfície comercial, bastante grande e concorrida. Vi-a dirigir-se a várias pessoas e ninguém, mas ninguém, lhe deu nada, nem uma palavra.
Apenas olhares indiferentes, ou um gesto negativo de cabeça.
Será que, entre tanta gente não havia pais? Será que se havia estão convencidos que a eles nunca poderia acontecer o mesmo? Ou o egoísmo tem mais força do que eu penso?
Sou mãe e avó. Já fui filha um dia. Sei que perder os pais é uma dor horrível, já passei por ela. Mas é a lei da vida. Agora um filho não é o mesmo. Perder um filho é antinatural. Se perdê-lo por morte é uma dor imensa, não saber dele, não saber se está vivo ou morto, não saber como e onde está, deve ser a maior tortura infligida a um ser humano.
Se virem as casinhas, por favor, não fiquem indiferentes.
Lembrem-se que as coisas más não acontecem só aos outros, também nos podem bater à porta.
Até um dia destes
13 comentários:
Querida, Maria...
É uma dor que não acaba, não saber dos filhos.
Eu já passei por isso.
3 casinhas, para mim. Quero e vou contribuir.
Beijinhos :)
Querida Carla:
Tu sim, podes avaliar a dor de não saberes dos filhos.
Felizmente, eles voltaram e acabou o teu pesadelo.
Melhor que ninguém sabes o que sofrem as outras, aquelas que não mais os viram.
Pelo que me disse a senhora com quem falei, há neste momento em Portugal, 85 crianças desaparecidas.
Pensei que era impossível alguém ficar indifrente a isso. Enganei-me. Desde as 9da manhã às 15, só uma casa foi aceite. E a senhora lá continuou até não sei quando, sem sequer uma palavra de resposta. No site, estão algumas dessas crianças.
Beijo
Maria
Vou estar atento. Junto ao Chiado costumam fazer dessas campanhas. Se puder, irei contribuír.
O mais revoltante, é que, provavelmente, muitas dessas pessoas indiferentes que viste, agora, no Natal esbanjam dinheiro e até mostram bem, mesmo que fiquem o resto do ano a pagar as dívidas!
Olá Maria
De facto é uma realidade triste. A dor, imagino, deve dolorosa.
Em relação à campanha, penso que o problema é das pessoas que hoje enchem as superfícies comerciais a vender cartões de crédito, depois quando existe esta onda de solidariedade, muitas pessoas quando abordadas, pensam tratar-se de mais um cartão de crédito, que nem sequer dão a mínima hipótese da outra pessoa dizer para o que está.
Maria, querida amiga,
A indierença é um dos grandes males do mundo em que vivemos. É a ausência de sentimento e sensibilidade perante o sofrimento do próximo. As pessoas fecham-se sobre si próprias, vivendo uma vida pequenina, satisfeitas com o seu confortozinho e a sua felicidadezinha.
Por outro lado existem as pessoas como tu, minha amiga, que sabem que amar não é total; o total é fazer os outros amar também. Não desistem de chamar a atenção, de tentar sensibilzar e alertar as consciências. E tu sabes muito bem como fazê-lo.
Obrigada amiga.
Um beijo de ternura
Nemy
- Tenho adorado as tuas histórias. Tenho-as imprimido para os meus pestinhas mais novinhos.
Maria,
Corrijo "tenho-as imprimido" para "tenho-as impresso". Erro imperdoável.
Beijinho
Nemy
Corvo:
São pequenos getos com adquirir uma casinha, comprar os postais que a Associação dos Deficientes manda para casa e, outras pequenas coisas, que tornam o mundo menos mau.
Beijo
Maria
Olá Luís:
Viu bem o problema. É realmente o exagero de ofertas, solicitações de bancose outros, que acaba por fazer com que já ninguém queira ouvir o s que se lhe dirigem por uma causa justa.
Beijo
Maria
Querida Nemy,
Neste tempo de Natal,que devia ser de amor e de partilha, todos só pensam no seu umbigo.
Se cada um desse um bocadinho, aquele bocadinho que gasta em inutilidades, talvez fosse diferente.
Os poucos que assim pensam, acabam por deitar apenas uma lágrima num rio seco, que precisava de muita chuva para encher.
Vou ver se continuo hoje as histórias.
Beijinhos
Maria
Ainda há coisas, não muitas, perante as quais, É IMPOSSÍVEL FICAR INDIFERENTE - "CRIANÇAS DESAPARECIDAS", é uma delas.
É inadmissível e incompreensível que a Europa de hoje, não dedique a esta causa pública, mais atenção e maior disponibildade de recursos.
Olá Maria!
Vim aqui dar-te uma beijoka.
Vou com o meu avô á Fnac do Cascaishopping comprar um livro á mãe e um girassol.
O Avô já tem uma casinha da APCD. Também quero uma.
O meu Avô está aqui e leu as tuas histórias. Disse-me que era tão bom ter amigos.
Agora tenho que ir Maria. Muitos beijinhos =)
MARTIM
Bicho:
É triste serem sempre particulares, que ainda por cima são familiares das vítimas, a tomar iniciativas destas. O Estado e a polícia estão-se nas tintas e a maioria das pessoas pensa sempre que, como o Euromilhões, o horror de ter um filho ou neto ou vizinho desaparecido, só acontece aos outros. Refugiam-se nesta ideia cómoda e viram as costas a quem lhes quer abrir os olhos.
Beijo
Maria
Martim:
O teu avô tem razão. É bom ter amigos e conservá-los.
Espero que a mãe goste do livro e do girassol.
Sabes? Também gosto muito de livros e girassóis e gosto de os receber.
No dia 8 deram-me flores, livros, 1 CD, perfumes e um computador só para mim.
Gostei muito de tudo. Também tive telefonemas, Emails. O EMail que mais me comoveu, foi o da tua mãe.
Mesmo depois do que se passou convosco, ela não esqueceu a Maria. Isso é "Amizade", uma palavra muito bonita, que dá nome a um sentimento muito bonito.
Por isso a Maria, quando escreve "Amizade", escreve com A grande.
Beijinhos para os 4, cumprimentos aos avós da
Maria
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