Pois é verdade. Eu Nabão tenho que confessar, que pirateei o Blogue da minha dona, Maria. É que sinceramente, ando aqui à volta há uns poucos de dias à espera que ela escreva sobre mim e nada. Agora apanhei-a distraída e resolvi contar eu, a minha história.
Nasci na Areia, perto de Cascais. A minha mãe chama-se Estrelinha e o meu pai é um cão lá do sítio. Quando nasci, nasceram mais três manos, mas como nascemos em Agosto e estava muito calor, dois deles não resistiram. A dona da minha mãe levou-me para a “Feira da Boca do Inferno”, para ver se me arranjava dono.
Eu mal me aguentava nas pernas, mas acho que era muito giro.
A minha dona e o meu dono Vasco acharam-me graça, fizeram-me festinhas e eu olhei para eles com uns olhinhos redondos e meiguinhos. Quando a dona da minha mãe perguntou à minha dona se me queria, ela pegou-me ao colo e... Isto é o que ela conta, que eu não me lembro nada. Depois foi comprar leitinho para cachorrinhos, levou-me ao veterinário e eu passei a ser um cão muito cheio de mimo. Também foi giro porem-me um nome.
Calculem bem, que me queriam chamar “Chocolate”. Já viram nome mais esquisito? Lá por ser castanho, tinha de ser “Chocolate”! A minha sorte é que a minha dona detesta chocolate. Como está sempre a pensar na terra dela, que é Tomar, resolveu chamar-me “Nabão”, que é o nome do rio de lá. Eu já o vi e é lindo, como eu, aliás.
Até agora só contei o que ouvi. Agora sou eu mesmo a dizer quem sou.
Primeiro: Tenho 10 anos, tenho as vacinas em dia, sofro um bocadinho do estômago, o que é um problema, porque sou guloso, gosto de comer tudo e só me querem dar ração para não engordar, mas eu finto-os. Chego à rua e atiro-me à coisa mais nojenta que vejo e como-a. Levo uma sapatada, mas logo a seguir faço o mesmo. Em casa é pior. Vocês sabem o que são línguas de gato? Eu adoro, mas parece que me faz mal, se comer muitas.
Mas eu dou-lhes a volta. É tão fácil levar estes donos a certa, que às vezes, se eu soubesse o que é vergonha, ficava envergonhado.
Por exemplo: dou uns ganidos baixinhos, que a minha dona traduz para: “ o Nabão quer fazer chichi”, levam-me à varanda, eu faço ou finjo que faço e os donos limpam e dizem: “o Nabão é lindo”. Eu dou umas corridas, dou umas voltas e fico a olhar para a lata das línguas de gato. Lá me dão uma ou duas. Outras vezes chego ao pé deles, com uma borracha, um lápis, um lenço de papel na boca, mostro bem e se me tentam tirar as coisas, rosno com ar ameaçador. Aí, eles que são burrinhos de todo, dizem: “Nabão, toma bolinho”. Geralmente só quando vejo o bolinho é que largo o resto. Mas já me têm enganado. Fingem que vão dar e depois de terem o que querem, não dão. Azares!...
O que me vale é que vem cá a casa uma senhora, ajudar a dona e como gosta muito de mim, lá vai dando mais uns bolinhos.
Com isto tudo sou um cão feliz. Vou à rua com o dono, tenho papa, remédios, cobertores e montes de mimos.
Cá para mim, eu acho que eles são meus pais. Os da Areia nem os conheço.
Segundo: como sou um cão (dizem) decente, tenho de confessar alguns defeitos. Sou ciumento, tenho mau feitio, acho que mando nos donos, já tive a mania de morder, quando fico sózinho vingo-me, fazendo chichi onde não devo, mas sou meigo, amigo dos donos. Quando a dona está doente ou triste não saio de ao pé dela. Sei muitas palavras e percebo tudo o que me dizem. Não falo a língua deles, mas sei fazer-me entender muito bem.
E pronto. Este sou eu, Nabão, “Cão como nós”. A propósito, vocês já leram um livro com este nome? É de um tal Manuel Alegre. A dona gosta muito deste e de outro chamado “Bichos” que um grande escritor, chamado Miguel Torga escreveu. Eu não sei ler, mas se soubesse lia-os. Experimentem! A Maria passa a vida com os livros às voltas. Acho que ela gosta tanto deles, como eu das minhas “línguas de gato”.
Quero desejar a todos um Bom Natal, com algumas prendas e muito AMOR.
Beijinhos para todos do Nabão.
P.S. Ai que lá vem a chata da dona ver o que eu estou a fazer!...
Adeuzinho. Um dia volto.
Nasci na Areia, perto de Cascais. A minha mãe chama-se Estrelinha e o meu pai é um cão lá do sítio. Quando nasci, nasceram mais três manos, mas como nascemos em Agosto e estava muito calor, dois deles não resistiram. A dona da minha mãe levou-me para a “Feira da Boca do Inferno”, para ver se me arranjava dono.
Eu mal me aguentava nas pernas, mas acho que era muito giro.
A minha dona e o meu dono Vasco acharam-me graça, fizeram-me festinhas e eu olhei para eles com uns olhinhos redondos e meiguinhos. Quando a dona da minha mãe perguntou à minha dona se me queria, ela pegou-me ao colo e... Isto é o que ela conta, que eu não me lembro nada. Depois foi comprar leitinho para cachorrinhos, levou-me ao veterinário e eu passei a ser um cão muito cheio de mimo. Também foi giro porem-me um nome.
Calculem bem, que me queriam chamar “Chocolate”. Já viram nome mais esquisito? Lá por ser castanho, tinha de ser “Chocolate”! A minha sorte é que a minha dona detesta chocolate. Como está sempre a pensar na terra dela, que é Tomar, resolveu chamar-me “Nabão”, que é o nome do rio de lá. Eu já o vi e é lindo, como eu, aliás.
Até agora só contei o que ouvi. Agora sou eu mesmo a dizer quem sou.
Primeiro: Tenho 10 anos, tenho as vacinas em dia, sofro um bocadinho do estômago, o que é um problema, porque sou guloso, gosto de comer tudo e só me querem dar ração para não engordar, mas eu finto-os. Chego à rua e atiro-me à coisa mais nojenta que vejo e como-a. Levo uma sapatada, mas logo a seguir faço o mesmo. Em casa é pior. Vocês sabem o que são línguas de gato? Eu adoro, mas parece que me faz mal, se comer muitas.
Mas eu dou-lhes a volta. É tão fácil levar estes donos a certa, que às vezes, se eu soubesse o que é vergonha, ficava envergonhado.
Por exemplo: dou uns ganidos baixinhos, que a minha dona traduz para: “ o Nabão quer fazer chichi”, levam-me à varanda, eu faço ou finjo que faço e os donos limpam e dizem: “o Nabão é lindo”. Eu dou umas corridas, dou umas voltas e fico a olhar para a lata das línguas de gato. Lá me dão uma ou duas. Outras vezes chego ao pé deles, com uma borracha, um lápis, um lenço de papel na boca, mostro bem e se me tentam tirar as coisas, rosno com ar ameaçador. Aí, eles que são burrinhos de todo, dizem: “Nabão, toma bolinho”. Geralmente só quando vejo o bolinho é que largo o resto. Mas já me têm enganado. Fingem que vão dar e depois de terem o que querem, não dão. Azares!...
O que me vale é que vem cá a casa uma senhora, ajudar a dona e como gosta muito de mim, lá vai dando mais uns bolinhos.
Com isto tudo sou um cão feliz. Vou à rua com o dono, tenho papa, remédios, cobertores e montes de mimos.
Cá para mim, eu acho que eles são meus pais. Os da Areia nem os conheço.
Segundo: como sou um cão (dizem) decente, tenho de confessar alguns defeitos. Sou ciumento, tenho mau feitio, acho que mando nos donos, já tive a mania de morder, quando fico sózinho vingo-me, fazendo chichi onde não devo, mas sou meigo, amigo dos donos. Quando a dona está doente ou triste não saio de ao pé dela. Sei muitas palavras e percebo tudo o que me dizem. Não falo a língua deles, mas sei fazer-me entender muito bem.
E pronto. Este sou eu, Nabão, “Cão como nós”. A propósito, vocês já leram um livro com este nome? É de um tal Manuel Alegre. A dona gosta muito deste e de outro chamado “Bichos” que um grande escritor, chamado Miguel Torga escreveu. Eu não sei ler, mas se soubesse lia-os. Experimentem! A Maria passa a vida com os livros às voltas. Acho que ela gosta tanto deles, como eu das minhas “línguas de gato”.
Quero desejar a todos um Bom Natal, com algumas prendas e muito AMOR.
Beijinhos para todos do Nabão.
P.S. Ai que lá vem a chata da dona ver o que eu estou a fazer!...
Adeuzinho. Um dia volto.
7 comentários:
Hii Nabão, foste apanhado a mexer no computador da tua dona. Cá para mim não vais levar bolinho. Como já percebeste fomos também ao computador dos donos. Estivemos a ver cenas no youtube e lembrámo-nos de vir ao blog da tua Dona para vermos as nossas fotos. Somos giros à brava. Encontrámos-te a ti. Vê la se te registas no messenger. Este ano pedimos ao Pai Natal um Magalhães com ligação à net em cada uma das casotas.
Bom Natal!
Dos teus amigos,
Duna, Tuca, Java, Vega e Tomé.
PS. Explica aos donos que Bacalhau e Perú são bons para o estômago!
Pois, vão lá dizer isso a eles, a ver se os convencem.
Mas nesta altura, lá vai mais qualquer coisinha para o papo. O Pantufa veio passar o Natal, mas foi com o Pedro. Ainda não o vi.
Bom Natal para todos, em especial para a minha adorada e nunca esquecida Duna. Foi e continua a ser o meu único amor.
Lambidelas fraternais do
Nabão
Olá Nabão!
É um prazer conhecer-te oficialmente, porque já te conheço da tua dona falar em ti.
Boas Festas para ti e para todos aqueles que gostas!
Cuidado com os doces da época
:-)
Olá Luís:
Obrigado pelo seu comentário. Aproveitei a dona estar a preparar coisas boas, que não vou comer, para responder.
Bom e Feliz Natal, para toda a sua familia. Já agora, como é Natal, envio cumprimentos para a Tica. Lá por ser gata, merece. Além de tudo hoje diz que é dia da Paz. Por isso ,não há motivo para haver bulhas entre cães e gatos.
A minha dona manda desejar Bom Natal para todos os seus e manda beijinhos para si e sua esposa.
Até logo
Nabão
Olá Nabão! Não és nabo nenhum, és nabão!
Gostei do atrevimento.
Tás como eu, no último terço da vida, mas aguenta-te e quando quiseres aparece. Terei sempre uma festinha, aliás uma palavrinha para ti.
E safaste-te muito bem a contar a tua história.
Ciao, ão ão!
Kim:
Olá, eu vou tentar aparecer, quando a Petite Marie deixar. Afinal, ela é que manda. Mas como me adora, fecha muitas vezes os olhos aos meus atrevimentos. Eu e ela esperamos que tenhas passado um Bom Natal.
Um beijinho dela e alguns ão ãos para ti do
Nabão e da Maria
Estou encantada, contigo, Nabão :)
És lindo!
Festinhas (muitas!) e beijinhos para a tua dona.
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