sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Era uma vez a bicharada da Maria 5


Quando um dia cheguei à quinta, no princípio de Agosto, fui à vacaria e vi que, uma das vacas estava gorda, muito gorda. Fui ter com o senhor que tomava conta das vacas e, perguntei: “Senhor Zé, porque é que aquela vaca está tão gorda?” Ele riu-se e, respondeu: “A vaca está gorda, porque vai ter uma vitelinha, não tarda”. Então pedi-lhe, que me dissesse, quando a vitelinha nascesse. Passado dois ou três dias, o senhor, veio-me chamar, porque a bichinha estava a nascer. Eu e os meus irmãos, fomos logo a correr.
Quando chegámos, a vaca, lambia a cria toda e esta, deitadinha, parecia muito feliz com os mimos da mãe. Passado um bocado, a vaca, começou a dar marradinhas na barriga da pequenina e ela, tentou levantar-se. Caiu, levantou-se, tremia em cima das patas fininhas, voltava a cair e, lá ia a mãe vaca ajudar. Ao fim de uma hora, já se equilibrava. Ao fim de duas, já dava uns passitos trôpegos. A mãe, não a largava, sempre atenta. Por fim, a vitelinha chegou-se às grandes maminhas da vaca, meteu a boca e, começou a mamar. Quando acabou, deitou-se, a mãe, deitou-se encostada a ela e, adormeceram. Ainda ficámos um bocado a olhá-las, discutindo o nome da bebé. Chamámos-lhe Malhadinha, nome pouco original. Íamos vê-la todos os dias. Só queria saber contar, como era lindo, vê-la mamar, dormir, encostar-se à mãe, para ela a lamber! Foi crescendo, crescendo e, no ano seguinte, era já uma bela vaquinha. Esta é a história da vitela Malhadinha, que há muitos anos, a Maria conheceu.
Espero que tenham gostado. Amanhã, virá outro bicho.
Beijinhos.

2 comentários:

Kim disse...

O nascimento é só por si um acto de ternura e nos animais isso não foge à regra.
O prblema das crianças em relação aos animais a que se afeiçoam é o de poderem acabar no tacho. Aí é que fia mais fino
Bj Petite Marie!

Anónimo disse...

Kim:
Tudo o que começa, é belo e, o nascimento é um começo.
Isto, seja o nascimento de uma criança, dum animal, duma simples flor. Já vi nascer muitos animais e, para mim, é sempre o mensmo encantamento, a mesma emoção. Não há diferença nenhuma, entre a longa e dolorosa viajem, de um pequenino ser, desde o abrigo do ventre da mãe, até aparecer cá fora, com um grito de triunfo. Cheguei a passar horas, vendo um pintainho a tentar sair da casca. É outra maravilha. Há uns meses, a minha filha, deu-me dois vasos, com orquidias selvagens e uma outra planta. Agora, começaram as duas a ter rebentos e, não há um só dia que, não as olhe de todos os lados, para ver as diferentes fases. A natureza é maravilhosa e quase perfeita. É o ser humano que a estraga.
Quando a minha mãe tinha galinhas ou coelhos, nunca consegui comer nenhum. Era sempre a mesma fita. A mãe, a ralhar, porque eu sabia perfeitamente, que os animais eram para comer e, eu, de boca cerrada e em lágrimas. Não comia frango, nem coelho, às vezes levava era uma palmada, da minha mãe. Nada de grave. Já o povo diz que: pata de galinha, não aleija pinto.
Beijo
Maria