Pois foi. Um dia houve um Tejo no Porto. É claro, que não era o Rio. Todos sabemos que, o rio do Porto de chama Douro e, é lindo.
Este Tejo, era um cão, um belo “Serra da Estrela” de pêlo curto, castanho dourado, com algumas manchitas brancas na barriga. Quando o deram ao meu pai, era bebé, gostava de colinho, de festas, de brincar. Parecia maluco a correr pelo quintal, parava de repente, punha-se a desafiar as pessoas e, depois desatava de novo a correr, até estar com a língua de fora. Comia que se fartava, quando bebia água fazia um grande estardalhaço, molhando tudo o que estava à volta.
Claro que, eu já não lhe conseguia pegar ao colo, mas ele punha as patorras nos meus ombros, encostava o focinho à minha cara e dava lambidelas.
Cresceu muito, mas continuava maluco de todo. Só o meu pai e eu, não tínhamos medo dele. Não era mau, mas as vizinhas tinham medo dele, por causa das corridas e saltos, que dava. O meu pai, mandou-lhe fazer um belo canil, com um parque vedado com rede alta. Mesmo assim, o Tejo tinha artes de subir para cima da casota, pular a rede e, lá começavam as maluquices e, lá vinham as vizinhas mandar vir e, lá tinha a Maria ou, o pai, de o meter outra vez na casota.
Uma noite, o meu pai, quis mostrá-lo a um amigo. Fomos ao quintal, abri-lhe a porta, ele saiu, mas não levantava a cabeça. Estava escuro e eu não reparei, que ele estava a roer um osso. Toquei-lhe na cabeça e, ele atirou-se a mim, mordeu-me os braços e os ombros. O meu pai, agarrou-o pela coleira, puxou-o e, só aí, ele viu quem é que tinha mordido. Furioso, o meu pai, bateu-lhe. Ele gania e, eu cheia de dores, só pedia ao meu pai, para não lhe bater. Por fim, lá ficou na casa dele, ganindo baixinho. Eu fui-me deitar, já com as feridas tratadas. De manhã, fui-lhe dar de comer, como todos os dias.
O meu pai, não queria, mas eu sabia que, ele não vira quem tinha mordido.
Quando abri a porta do canil, ele veio ter comigo, com a barriga pelo chão e, uns olhos onde havia um pedido de desculpas. Gania, tentava lamber-me as mãos que na véspera tinha mordido. Sabem? Ele não teve culpa. Nenhum, ou quase nenhum cão, gosta que lhe toquem, quando está a comer.
Continuámos amigos e, nunca mais mordeu ninguém.
O meu Tejo, não era mau e, gostava de mim e eu dele.
Foi mais um amigo que me deu alegria, companhia, amor. Só me fez chorar duas vezes: Quando se roçou no chão, a pedir desculpa e, no dia, em que o perdi.
Também, quem é que se lembra, de chamar Tejo, a um cão nascido no Porto? É claro que, o cão ficou traumatizado! :)
Beijinhos.
Este Tejo, era um cão, um belo “Serra da Estrela” de pêlo curto, castanho dourado, com algumas manchitas brancas na barriga. Quando o deram ao meu pai, era bebé, gostava de colinho, de festas, de brincar. Parecia maluco a correr pelo quintal, parava de repente, punha-se a desafiar as pessoas e, depois desatava de novo a correr, até estar com a língua de fora. Comia que se fartava, quando bebia água fazia um grande estardalhaço, molhando tudo o que estava à volta.
Claro que, eu já não lhe conseguia pegar ao colo, mas ele punha as patorras nos meus ombros, encostava o focinho à minha cara e dava lambidelas.
Cresceu muito, mas continuava maluco de todo. Só o meu pai e eu, não tínhamos medo dele. Não era mau, mas as vizinhas tinham medo dele, por causa das corridas e saltos, que dava. O meu pai, mandou-lhe fazer um belo canil, com um parque vedado com rede alta. Mesmo assim, o Tejo tinha artes de subir para cima da casota, pular a rede e, lá começavam as maluquices e, lá vinham as vizinhas mandar vir e, lá tinha a Maria ou, o pai, de o meter outra vez na casota.
Uma noite, o meu pai, quis mostrá-lo a um amigo. Fomos ao quintal, abri-lhe a porta, ele saiu, mas não levantava a cabeça. Estava escuro e eu não reparei, que ele estava a roer um osso. Toquei-lhe na cabeça e, ele atirou-se a mim, mordeu-me os braços e os ombros. O meu pai, agarrou-o pela coleira, puxou-o e, só aí, ele viu quem é que tinha mordido. Furioso, o meu pai, bateu-lhe. Ele gania e, eu cheia de dores, só pedia ao meu pai, para não lhe bater. Por fim, lá ficou na casa dele, ganindo baixinho. Eu fui-me deitar, já com as feridas tratadas. De manhã, fui-lhe dar de comer, como todos os dias.
O meu pai, não queria, mas eu sabia que, ele não vira quem tinha mordido.
Quando abri a porta do canil, ele veio ter comigo, com a barriga pelo chão e, uns olhos onde havia um pedido de desculpas. Gania, tentava lamber-me as mãos que na véspera tinha mordido. Sabem? Ele não teve culpa. Nenhum, ou quase nenhum cão, gosta que lhe toquem, quando está a comer.
Continuámos amigos e, nunca mais mordeu ninguém.
O meu Tejo, não era mau e, gostava de mim e eu dele.
Foi mais um amigo que me deu alegria, companhia, amor. Só me fez chorar duas vezes: Quando se roçou no chão, a pedir desculpa e, no dia, em que o perdi.
Também, quem é que se lembra, de chamar Tejo, a um cão nascido no Porto? É claro que, o cão ficou traumatizado! :)
Beijinhos.
2 comentários:
Olá Mãe,
o Rafael já começou a ler as histórias. Começou pelo Tejo e achou muita graça por dizeres que ficou traumatizado com o nome!
beijinhos,
João
Olá filhos e neto,
Ainda bem que o Tejo não viveu nos tempos de hoje. Era perigoso, pois o Pinto da Costa, se calhar, mandava-o abater, ou então dava-lhe um apito dourado para mudar de nome para Douro.
Beijinhos
Mãe e Avó
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